Você Nunca Teve Um Amigo Assim

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Você Nunca Teve Um Amigo Assim - Aladdin

Além das quase 20 meninas do fim de semana, ainda havia mais algumas – que não passaram aqueles dias de folga na escola – que também desejavam os serviços das duas vilãs. Como, depois de bem explicado e tendo em vista o valor do cabeleireiro de Audrey e da rainha Bela – 650, sem a sobrancelha inclusa, vendo com o espelho encantado e infalível de Evie – quase todas as garotas concordaram em fechar todo aquele pacote, poucas escolheram entre os serviços de Mal e Evie e somente uma desistiu. Mal astutamente disse não ter problema: de mansinho, inofensivamente, beijou a testa da jovenzinha e as lembranças dos planos de Mal desapareceram daquela cabeça.

O dinheiro já estava entrando naquele fim de semana mesmo e sendo guardado e administrado por Mal, conforme, lentamente, os serviços as meninas eram compridos, por enquanto apenas um "rascunho".

Evie e Carlos passaram o fim de semana conversando com os amigos ciganos, entre eles Zephyr, que poderiam auxiliá-los na busca por um local incrível e também perguntando se algum deles se responsabilizaria pela compra das bebidas, tendo em conta que os quatro futuros anfitriões eram menores de idade. Claro, eles podiam pagar para que eles servissem de intermediários, mas Jay era excelente em barganhar e foi ele quem conseguiu muito de graça antes que Carlos desse tudo o que eles tinham.

A festa seria somente no próximo fim de semana ou no próximo do próximo; não tinha uma data fixa, eles nem se importavam se a festa chegasse a ser atrasada um mês. O melhor mesmo era que fosse depois das provas para que não houvesse desculpa alguma para que houvesse faltosos. O importante era que a festa saísse em benefício dos quatro vilões. Se bem que era muito difícil aquele tiro sair pela culatra.

Mal sabia que aquilo irritaria a princesa Audrey e seu rebanho de mini patricinhas/piranhas, ela se irritaria com a magia, com as meninas repaginadas e se irritaria com os dois amantes, Ben e Chad. Claro, este último apenas se Evie concordassem em brincar e seria muito difícil da malvada princesa dizer que não.

O ponto alto daquela ideia repentina era dar algo em que os amigos pudessem pensar, assim Mal tinha total liberdade para esconder o que fazia, quando fazia e onde fazia... Não precisou contar nada sobre Ben, nem sobre sexta à noite, nem sobre mais nada. Curiosidade é algo engraçado: só existe quando você considera uma possibilidade, quando conhece a pontinha do iceberg e anseia por encontrar o restante. Nenhum deles sequer se lembrava da pontinha. Mal estava em paz.

Na segunda-feira de manhã, nas aulas chatas da Fada Madrinha, Mal, como o já hábito, desenhava em seu maravilhoso diário, não mais nas folhas soltas.

A capa tão maravilhosa era enfeitiçada. Apesar do que ela ouvira do príncipe, de Jane e da Fada Madrinha, ainda existia alguma magia naquele reino e a própria Mal contribuía com aquela porcentagem diminuta. O senhor Otto conseguira que ela usasse de sua magia e incrementasse o que seria o visto por todos: a capa era dura e preta, mas nela surgiam lindos brilhantes coloridos, a grande maioria verde ou roxa, mas as cores diziam respeito ao humor da menina: podiam ser rosa, azul, vermelho, amarelo... As folhas eram em sua maioria lisas, mas havia algumas pautadas, caso Mal sentisse necessidade de escrever ou anotar algo de suma importância. E a fechadura... Aquela fechadura era incrível aos olhos de Mal. Apesar de precisar daquela pequena chave de prata para abrir, o diário só mostraria seu conteúdo através do toque mágico de Mal. Bastava que ela passasse a pulseira – com a pedrinha – ou que deixasse um pouco de magia vazar de sua mão e pronto, lá estavam seus desenhos.

O desenho naquele momento em questão era um menino de aparência jovem, uma criança nas bases da pré-adolescência, comendo uma maçã. Mas tinha seus detalhes e sua profundidade. O menino estava morto, era apenas um esqueleto de olhos vazios ocultos pelos lisos cabelos, as roupas em farrapos. A maçã envenenada era preta. Talvez a versão masculina de Branca de Neve? Talvez...

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