Uma Ponte de Amor

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Em breve... Inocentes!


Uma Ponte de Amor - Pocahontas II

Mal dormiu como anjo. Nenhum sonho turbulento, nem bom nem mau. Nem mesmo um sonho tranquilo. Somente a escuridão acolhedora do inconsciente. Porém não conseguiu esse feito naturalmente. Antes de dormir ela havia preparado para si mesma uma dose de poção do sono, uma versão para dormir e não sonhar. Medida essa de precaução enquanto não encontrava uma maneira definitiva de se livrar dos pesadelos – isso porque ela tinha certeza de que aquele tipo de sonho se tornaria cada vez mais comum se ela não interferisse. E ela não voltaria a ter aquele tipo de sonho de jeito nenhum!

Seu despertar foi sereno. O colchão confortável, nem duro, nem mole demais; os travesseiros macios; a coberta quente na medida certa. E a sensação de empolgação com o novo dia assim que sua mente imaginou um belo par de olhos... sentou-se e esfregou os olhos, um sorrisinho já presente no canto da boca.

"Vou te levar para sair amanhã; fora dos muros do colégio"

Um convite. Um delicioso convite a deixara assim: leve, e ansiosa, e sorridente. Um convite dele. Um convite longe da mera educação, nada luxurioso. Mal recordava-se como Ben sorrira no dia anterior, como seus olhos brilhavam para ela e só para ela...

Olhou para o lado. O despertador já havia tocado as três vezes as quais estava programado. Ela não estava atrasada, mas também não estava no horário. Levantou sem presa, espreguiçou-se como um gato e seguiu para o banheiro para uma ducha rápida sem reparar em mais nada, nem mesmo em sua colega de quarto.

Quando saiu, o quarto era todo e exclusivamente seu; não que ela tivesse noção disso. Sem perceber, a moça cantarolava baixinho enquanto escolhia as peças que queria usar. Cantarolava como nunca antes havia se permitido; suavemente, enquanto dedilhava seus dedos pelos cabides, pelos diversos tecidos ali pendurados.

Escolheu um vestido lindo, um de seus favoritos, mas que ela acabava usando pouco por não ser exatamente sexy, nem imponente como ela estava habituada a se vestir. A peça em questão tinha decote em coração e alças grossas que terminavam numa ombreira marcante em couro assim como a faixa que marcava sua cintura com perfeição. A saia em "A" dava feminilidade e delicadeza à peça; o tom de roxo, puxado para o rosa também. Mal calçou as botas biker, as mesmas que usara na segunda-feira, a mesma segunda na qual eles dançaram juntos tão conectados que pareciam ser um só... as meias escolhidas eram finas, um pouco mais altas que o cano da bota; tinham certo charme e combinavam com sua lingerie. A jaqueta... escolheu a preta de couro, a mais simples que tinha.

Sentou-se a penteadeira, livrando seus cabelos do nó e seu reflexo a surpreendeu. Sua pele estava lisa e suave como alabastro, branca como uma nuvem de verão, com exceção de suas bochechas que mais pareciam as nuvens rosinhas do nascer do sol. As maçãs de seu rosto estavam rosadinhas, de um jeito adorável como se ela houvesse passado camadas de blush. E seus olhos... Mal jamais havia visto seus olhos daquela forma. Tão verdes, tão brilhantes, tão delicados. Linda. Ela estava linda sem precisar usar qualquer maquiagem. Mesmo seus cabelos recém soltos pareciam brilhar lindamente em ondas deslumbrantes.

Levantou-se depois de longo tempo admirando sua imagem tão mais suave no espelho. Não tinha nada o que fazer ali naquela manhã. Ela estava linda como jamais havia se visto.

Sentindo falta de um toque verde – esquecendo e ignorando a existência do colar entre seus seios – escolheu um bonito lenço e perfumou-o com seu perfume predileto antes de envolvê-lo ao redor de seu pescoço de maneira displicente.

Saiu do quarto e andou pelos corredores tranquilamente. Não tinha fome, muito menos pressa de chegar as salas de aula. Contudo, urgia a vontade de que as aulas do dia passassem depressa para que ela desfrutasse do que os certinhos chamavam de "encontro" com o príncipe-fera-encantado.

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