Somente Um Erro

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Somente Um Erro - A Pequena Sereia 3 - A História de Ariel

Os quatro "intercambistas" estavam reunidos no quarto das meninas.

Ainda estavam curtindo do marasmo depois de uma sequência de aulas chatas e cansativas. O calor também ajudava naquela moleza toda. Cada um jogado nas camas, poltronas e chão esperando o sol sumir e a noite reinar para que pudessem andar livre e inconsequentemente pelos jardins fumando e bebendo enquanto discutiam o que tinha que ser discutido. As janelas abertas para que o vento circulasse mesmo que elas fizessem as luzes do poente adentrarem no quarto incomodando Mal.

-Por que não está com seu capacho, Evie? – alfinetou Carlos depois de longos minutos em um silêncio entediante.

-Doug? Ah ele disse que tinha que ajudar a organizar algum evento. – disse com raiva por ter sido trocada.

-Foi deixada de lado, hein? Já gosto dele – Jay riu – Achei que ele seria só mais um otário na sua listinha.

-Vai se foder – disse com a expressão de desdém e o rosto sutilmente magoado, uma expressão quase completa de superioridade; o moreno gargalhou.

-Hey, gata! – chamou Jay sem especificar num primeiro momento com qual "gata" estava falando – Você não quis falar no intervalo...

-O boato era bem pesado para ser mera invenção de puritanos – disse Carlos ajeitando a postura, completamente interessado no assunto.

Mal bufou.

Estava deitada no chão, as pernas para cima da cama sendo alisadas por um tarado e curioso Jay.

O colégio simplesmente parara porque ela e o principezinho tiveram um momento.

Os boatos eram vários, uns aumentavam o ocorrido, outros diminuíam. Uns diziam que eles se beijaram, outros diziam que Ben desdenhara e se recusara a maiores contatos com a vilã. Um boato pior do que o outro. A parte positiva fora ver de esguelha uma Audrey furiosa, envergonhada, ciumenta.

Fechando os olhos, ela ainda conseguia voltar aquele momento: ser segurada daquela forma, nunca antes fora respeitosamente gostoso; na Ilha ser amparada seria repulsivo, melhor teria sido cair no chão. Depender de alguém... Dever algo mesmo que ínfimo a alguém... Era horrendo, mesmo assim... Ela adorara estar naqueles braços, sentir os corpos juntinhos, seus seios colados no peito dele...

-Ele te pegou de jeito – riu Carlos. Mal abriu os olhos e subiu a mão de sua cintura até o próprio seio... – Foi bom, não foi, gatinha?

-Foi – sorriu ela.

-Ah Mal! – disse Evie sonhadoramente – Disseram que foi tão romântico...

-É, foi – disse meio pensativa – Foi bem escandaloso – sinalizou a própria roupa e geral riu – Foi... Foi esquisito – confessou sendo bem mais honesta.

-Aproveitou para fisgá-lo ainda mais, não? Uma galera falou que o viram de joelhos olhando nos seus olhos – continuou Evie ignorando o que ela não gostava; típico.

Mal não respondeu. Batiam na porta e rolou uma disputa de olhares para ver quem iria se levantar e receber seja lá quem fosse. Sobrou para Mal, que também queria fugir do assunto.

Deu de cara com o príncipe encantado... E o nerd Doug.

Rolou uma tensão por alguns segundos, sem que nenhum dos adolescentes soubesse bem o que fazer.

-Ah, querem entrar? – perguntou incerta colocando seu corpo ainda mais para o lado.

Ben tentava não olhá-la; estava visivelmente trêmulo. Doug estava pálido, ao seu lado.

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