Tente Um Assovio

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Tente Um Assovio - Pinóquio

Mal estava nas alturas.

Sexta à noite fora incrível. Zephyr fora receptivo com os quatro e os apresentou a diversos companheiros. Ele se revezou entre Evie e Mal dançando calorosamente num ritmo um pouco mais sensual que os bonzinhos mundo acima, porém bem menos sensual do que o vilões estavam acostumados.

Os pequenos vilões foram presenteados com roupas e joias que eles se empolgaram em usar, foram apresentados as artes ciganas, e fizeram amizades com aquelas pessoas tão diferentes e tão iguais.

Não houve falsidade de nenhuma das partes.

Eles compreendiam o que era ser julgado por algo inerente a escolha deles, souberam ouvi-los e se dispuseram a conhecê-los. Os únicos mais resistentes foram os que os barraram, mas era o trabalho deles não permitir a entrada de estranhos. De qualquer forma, Mal não tinha qualquer pretensão de agradar a todos; era impossível, aliás.

Mas sua mente a castigava. Por que se dera tão bem com os ciganos e se sentia esquisita com o príncipe Ben quando ambos faziam o mesmo: aceitá-la como é, pelo que é e não pelo o que diziam? Por que aquele estúpido menino-fera a desconcertava tanto quando sozinhos? Por que ela o queria perto e o queria longe?

Afastou esse pensamento. Afastou ele de seus pensamentos. Lembrou-se de todos os homens com quem ela dançara, de todos os que beijara e todas as conversas que foram colocadas para fora, das pequenas mágicas que fizera para alegrar as poucas crianças acordadas.

Claro, a diversão durou apenas aquela noite. Mal realmente fez com que os amigos estudassem. Era importante que se dessem bem em qualquer prova, em qualquer teste. Era uma forma de provocar tanto os alunos quanto os professores. Se eles não recorreriam a colas? Claro que usariam dessa artimanha; Evie muito mais preparada com seu espelho, contudo era de suma importância que não precisassem das colas, que elas servissem apenas de plano B.

Seriam os melhores. Era uma obrigação, ainda mais agora que os planos de Mal começariam a valer de forma definitiva.

Ela enrolou o tecido ao redor da coxa e jogou seu troco para trás com uma graciosidade que não era típica de nenhum humano, ficando pendurada no ar, os cabelos caindo como uma cortina colorida, a única cor presente e em destaque.

Mal estava literalmente nas alturas.

Segunda-feira. Ela não podia fugir das aulas de educação física para sempre. O treinador se dera o trabalho de arrumar longos tecidos: seda, parecia; ela não entendia de panos. Ginástica no pano, acrobacia aérea, ou qualquer outro nome que quisessem dar. Mal subia, se alongava e se jogava do alto se divertindo sozinha e espairecendo, sempre se enrolando naquele tecido alvo, tão branco e sem graça quanto o uniforme que ela usava.

Mal ficara surpreendentemente feliz: o homem prestara atenção nas sugestões que ela e Evie propuseram para aquela aula insuportável onde apenas metade das meninas balançava os pompons, enquanto as demais apenas conversavam e se arrumavam nas arquibancadas. Evie entre elas, retocando seu blush.

A filha de Malévola ainda se lembrava de quando aprendera a brincar com o tecido daquela forma. Ela sempre tivera grande equilíbrio, e crescer com Jay ajudara bastante, então quando aquele "mágico" medíocre do circo¹ aos pedaços pedira dela uma pintura de seu auge, roubando um dos sinos mais valiosos de Notre Dame, Mal sabia exatamente qual seria seu preço. Mal devia ter 11 ou 12 anos, e não levou mais de três meses para ter total controle sobre aquele esporte/arte.

Ela recordou de conversar sobre o assunto, sobre acrobacias no pano, com Zephyr. Ele dissera que era uma arte belíssima e que ele não conhecia muitas pessoas que soubessem realizá-la. Deixou no ar que adoraria vê-la em ação, segundos antes de beijá-la, um beijo tão sensual quanto o que ocorrera com Jay. Um tipo de beijo sem qualquer outro significado que não fosse vontade de beijar; luxúria.

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