Preparando a Fórmula

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Preparando a Fórmula - Branca de Neve e os Sete Anões

A semana passou devagar para os quatro jovens delinquentes, mesmo cheios de tarefas, trabalhos, compromissos. Era a ansiedade falando mais alto. Estavam finalmente interferindo. O isqueiro já havia sido dado, e a fase de ensinar os macacos e fazer fogo fora um êxito total: o circo já apresentava sinais inúmeros sinais de fumaça... agora eles iriam intervir, acelerar o processo: eles fariam o fogo e deixariam tudo queimar.


A Fada Madrinha aparecera em várias aulas para assisti-las e assistir aos alunos. Fez isso durante a aula de educação física da segunda-feira, observando principalmente os alunos Benjamin e Chad; muito mais do que observava os quatro intercambistas da Ilha. Uma completa surpresa para o colégio; não para Mal. O clima estava pesado, carregado; sobrecarregado seria melhor. E não era mais somente entre a hierarquia. O caos se espalhava e borbulhava nas falas não mais cochichadas dos adolescentes e até dos professores e demais funcionários do colégio. O clima estava tão ruim que o treinador e a diretora foram tentar reconciliar minimamente os dois rapazes – fazer com que dessem um aperto de mão – não funcionou. As líderes de torcida também não estavam lá muito animadas. Nem Mal, nem Evie também se propuseram a fazer algo como usar os panos. Era como se tudo estivesse em pause, apenas esperando "o pior" passar; mal sabiam que aquele era o incêndio, a preparação para a grande explosão que ocorreria na sexta.

Foi durante a educação física que Evie e Doug, principalmente Evie, ficaram no pé da garota para que ela cedesse e fizesse as fotos para o trabalho dos dois. Precisou de muito esforço por parte da princesa má. Somente depois do fim da aula, do treino, enquanto Evie ainda discutia com Mal, que Doug se apressou para convidar o príncipe Ben para ajudá-lo com o trabalho. Evie observou a troca intensa de olhares entre o menino-fera e a amiga enquanto os convites eram feitos. "Que seja" deu seu veredito sem a menor empolgação observando tanto o príncipe quanto a amiga implorarem pelas fotos; Doug somente tremia atrás dos dois.

-Tem que ser hoje? – Mal perguntou; sua inexpressão habitual cedendo para um cansaço irreversível – Eu queria desenhar.

Para Doug, a comunicação daquele desejo não era nada demais; para o príncipe, um pequeno desconforto por saber que aquela era a válvula de escape da menina; Evie já congelou por saber que a situação podia ser mais grave do que qualquer um poderia imaginar.

-Ok, meia hora de intervalo? Preciso mesmo separar sua roupa... Te encontramos no pátio? – Evie disse com a respiração quase falha ao pensar que 30 minutos talvez não fossem o bastante – Estourando uma hora. Ben, você também escolha algo legal, nada muito formal... – sumiu com os dois meninos pelo corredor.

Quando Evie chegou ao pátio, uma hora e quinze minutos depois, com uma sacola cheia de coisas, o príncipe já estava sentado ao lado de sua amiga; os dois conversando com aparente intimidade. De longe, a princesa má franziu o cenho, sem entender o que via: Mal não parecia estar jogando. Parecia relaxada de uma forma não habitual. Aproximando-se mais percebeu o diário sobre a mesa. Estava fechado, mas isso era tão revelador quanto se estivesse aberto. A capa preta estava salpicada de brilhantes roxos e azuis que quando se encostavam explodiam em vermelho magicamente. E já que as cores eram reflexos das emoções da amiga... O que isso significa?

-Prontos? – disse colocando a sacola sobre a mesa, ao lado do diário. O azul e o vermelho diminuíram até sumir, o roxo prevaleceu até desvanecer em cinza e desaparecer ficando somente uma capa preta simples.

-Podemos começar, Ben? – perguntou Doug – Assim Mal tem tempo de se trocar... – indicando as vestes de ginástica da garota e a sacola recheada de Evie.

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