Esqueça Esse Amor

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Esqueça Esse Amor - Aladdin, O Retorno de Jafar

Jane estava na frente do espelho. E ela não gostava do que via. Por que ela tinha que ter coxas grossas e seios grandes? Por que não podia ser magra? Por que nenhuma das roupas que tinha parecia bonita o suficiente? Por que nada a alegrava? Por que não conseguia mandar aquela inquietação no peito embora?

Era quarta-feira, meio da tarde. As aulas já haviam sido encerradas e aquele era o período livre para estudos livres, descanso, socialização. Tanta coisa para se fazer, para se pensar, e ela estava ali, desconfortável na própria pele, odiando a imagem de si mesma na frente do espelho.

A imagem de terça-feira não sumia de seus olhos. Jane ainda via claramente a menina mais nova de conversinha com Carlos. Poppy, filha do Miguel – o caçula dos três irmãos que visitaram a Terra do Nunca – era tão ruiva quanto a flor que levava no nome. Seus cabelos eram lisos e brilhantes. Suas sardas eram poucas, pequenininhas e adoráveis, quase inexistentes e que sumiam completamente quando ruborizava. Seus olhos castanhos eram ternos. Seu corpo era magro, com poucas formas de mulher. Jane não levou em consideração a menina ter somente 12 anos.

E Carlos quis a menina. Ficou claro que ele estava interessado em "pegar" a criança, se é que já não havia pego.

Tantas pessoas para se apaixonar... Tantas! E você, Jane Tonta, escolhe justo um vilão desinteressado em qualquer tipo de compromisso.

O pior era que aquela cena reunia algumas de suas maiores dores: seu coração partido e sua insegurança com seu corpo, com sua aparência.

Não via uma forma de estar bem. Seus olhos estavam sem brilho, sua pele sem viço. O melhor que ela podia fazer era tomar um banho e se arrumar um pouco para que sua autoestima melhorasse. Um banho longo. Saiu da suíte vestindo somente o roupão. Escovou os cabelos devagar, desfazendo os nós com gentileza; a mente ausente em todo o processo.

-Hey Jane – saudou Lonnie entrando no quarto com alguma pressa – Você por acaso viu uma argola?

-Se for aquela prateada, ela está debaixo do seu trabalho de matemática – Jane observou Lonnie, com seu corpo esguio e curvas sutis, se aproximar da escrivaninha – Onde você disse que ia mesmo?

-Ricardo e alguns amigos me chamaram para tomar um suco e conversar sobre o fim de semana – disse arrumando o brinco – Talvez eu arrume algo o que fazer – sorriu ela.

-Então é tipo um encontro? – tentou sorrir e disfarçar seu desgosto pessoal.

-Só uma reuniãozinha. Mas e você? Pensei que estivesse com Mal.

-Não... na verdade estou entediada, nem sei o que vestir para ver se me animo – confessou ainda contendo muito de sua tristeza.

-Posso escolher por você? Estou louca para vê-la vestindo aquela blusa que a Evie reformou. Você vai ficar espetacular! – dizia já vasculhando o armário da outra.

-Claro – Jane concordou sem se importar; agradeceu e logo viu sua colega de quarto sair para encontrar amigos e socializar. Lonnie era tão popular e amigável...

Foi para a frente do espelho e colocou as peças na frente do corpo vendo se gostava. Não era nada alarmante, apesar da saia ser mais curta ao habitual de Jane, além de sequinha. A blusa num tom creme tinha as mangas longas bordadas até o punho; os bordados, assim como a saia eram num tom rose; assim o principal bordado no centro da blusa – um delicado laço – se destacava sem forçar nada em tons rosados ligeiramente mais fortes. Um destaque equilibrado e não grotesco. Calçou seu tênis branco e deixou as meias ¾ bem esticadas. Estava muito bem vestida era verdade. Podia dar um jeito em seu rosto enquanto seu cabelo ainda secava.

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