Cruella Cruel

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Cruella Cruel - 101 Dálmatas

A semana passou devagar, com a glória do mal. Nenhum deles queria que quinta-feira chegasse; estavam tão tensos que afastaram inclusive suas amizades: Lonnie, Jane, Doug e Ben sequer conseguiram brechas para curtas conversas.

Os quatro sabiam perfeitamente o que aqueles ventos mais frescos e a mudança sutil na paisagem significavam. O dia dela estava se aproximando. Para completa dor de cabeça dos quatro, principalmente de Carlos.

Evie se encarregou de encontrar roupa para os quatro, inclusive para Carlos que estava nervoso demais para escolher e aprovar qualquer peça de roupa. Nenhum dos amigos podia culpá-lo. Era um dia importantíssimo para ele. Jay foi acompanhá-lo até a direção para que eles pudessem fazer o pedido especial.

-Evie, arrumou todas as roupas? – perguntou Jay no quarto das meninas. Carlos estava deitado na cama de Mal com uma máscara de hidratação na cara enquanto a Princesa Má fazia uma massagem nos pés do amigo.

-Arrumei. Esse dia é sempre tão estressante... – ela suspirou – Mas eu equilibrei bem, acho que está perfeito. A sua está no cabide com o lembrete laranja – avisou.

-A Fada Madrinha permitiu a chamada de vídeo? – Mal perguntou com o olhar fixo no livro de feitiços. Ela ainda tinha que observar as traições reais, mas também precisava encontrar...

-Permitiu. Ela disse que não podemos ficar mais do que vinte minutos na chamada, para não perdermos nenhuma aula.

-Glória, ao caos! – reagiu Mal, mas sem tanto entusiasmo assim. Estava concentradíssima no livro procurando por algo que a auxiliasse a...

-Seria melhor se ela tivesse nos dado apenas cinco minutos – disse Carlos, com a voz cansada.

-Você vai estar impecável – prometeu Evie com a voz gentil.

-Tomara – suspirou.

Na manhã seguinte, quinta-feira, era a chegada oficial do outono, o tão temível Equinócio. Dia de Cruella. Uma espécie de feriado para os vilões.

Foi a primeira vez que Mal acordou cedo sem a ajuda de Evie. Não era por menos. Cruella exigia que naquele dia tudo fosse harmoniosamente equilibrado. Nenhuma outra cor era permitida a ninguém, apenas o preto e branco; a vilã começara a esfolar aqueles que se vestiam completamente com apenas uma das cores, chamando-os de incapazes e animais de pouco intelecto, entre os nomes mais nomeáveis. O dia tinha mais proibições do que liberdades: nada de jeans, nada de batom nude, nada que fizesse destaque, mesmo mínimo... Com exceção dela e de seu filho.

Apesar de parecer simples, era difícil conseguir o perfeito equilíbrio com apenas duas cores. Evie colocou a meia-calça finíssima preta, ela parecia ter alguns desenhos sutis, nada muito pretensioso. O vestido era tomara-que-caia, decote coração, acinturado, saia solta, alvíssimo. Evie prendeu os cabelos num penteado elegante para não ter que apelar a usar uma tiara. Assim conseguia usar com mais tranquilidade o grande coração de diamante negro que ela ganhara de aniversário. Um dos raros presentes de sua mãe.

-Acha que eu posso usar um salto preto? – perguntou a princesa – Ou falta branco? – disse conforme colocava as luvas de renda preta. Ela estava muito elegante mesmo.

-Estou com a mesma dúvida – respondeu Mal.

A filha da Malévola estava um tanto mais moderna, menos clássica, embora igualmente atraente. A blusa branca era bem soltinha e um tanto curta, mas não mostrava nada da pele de sua barriga. A saia era de cintura alta, bandage preta, justíssima e expunha muito de suas curvas e pernas... Ou quase. Numa coxa Mal usava uma meia 7/8 branca, na outra usava uma meia 5/8 preta. Um lado mostrava mais, o outro mostrava menos... E, claro, sempre com suas madeixas soltas num ondulado sensual.

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