Sinais de Vida

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Sinais de Vida - Big Hero 6

O filho de Branca de Neve havia decidido que conversaria com aquela incógnita sexy de cabelos roxos depois de uma séria conversa com Raissa e Kai. Era algo raro a semideusa se colocar a falar seriamente, Kai também evitava esses tipos de conversas, mas eram amigos o suficiente para que confidenciassem que estavam com suspeitas graves de que a filha da Rainha Má passava por um relacionamento nocivo, com claras tendências abusivas, mesmo tendo pouquíssima duração.

Raissa dizia que detestava o olhar de Chad para Evie: "Não me parece um olhar romântico; parece posse, parece obsessão, mas não me passa naturalidade, não sei explicar, é um olhar de louco que me causa arrepios".

Aaron não tinha por que duvidar daquelas palavras. Ao contrário, havia se colocado para pensar e recordara que Raissa já havia flertado com praticamente todo o colégio, nem mesmo o antigo casal real, o príncipe Benjamin e a princesa Audrey, escaparam de olhares sedutores e frases de duplo sentido. Mas nunca Raissa insinuara algo com Charming, da mesma forma que nunca havia insinuado nada com nenhum outro ser humano mesquinho e com tendências tóxicas, como a garota detestável que importunara seu irmão, Klaus, e a namorada, Jane.

Com o príncipe de Atlântida ocorreu o mesmo. Kai imediatamente disse não gostar do recente casal. Em suas palavras "Evie é uma princesa de natureza sensual, assim como Raissa; parece que Charming quer transformá-la num bibelô". Kai chegara a ser ainda mais cruel na escolha de palavras dizendo que a garota estava perdendo seu brilho, perdendo a si mesma; e Raissa concordava.

Todavia, Aaron também concordava com os amigos. Evie não parecia a mesma menina com quem ele flertara pouco tempo atrás.

A prova principal de que algo estava muito errado com aquela menina era a reação de Doug. O rapaz estava distante da garota que idolatrava, mas ao mesmo tempo parecia desesperadamente preocupado. Vê-lo com Mal – não era segredo para ninguém que Doug tinha um certo pavor da garota – em algumas refeições mostrava que o rapaz estava realmente preocupado. E que estava tentando ajudá-la.

Aaron gostava muito de Evie, independente de haver algo a mais na relação dos dois. De forma alguma queria uma garota, especialmente aquela joia de menina, envolvida em um relacionamento ruim; precisava de alguma forma tentar ajudá-la. Doug também era muito especial para ele, mesmo não tendo muita intimidade; Aaron pensava que podia ser capaz de auxiliar ambos: Evie e Doug.

E seus dois amigos concordavam que um bom começo era falar com exótica e misteriosa filha de Malévola.

Mesmo ouvindo um rumor de que Mal queria ficar sozinha naquele almoço, ele insistiu e imediatamente o rapaz foi atingido pela frieza da garota, numa recepção nada amistosa, e com o passar de poucas frases trocadas percebeu que algo não estava certo. Nem com Evie. Nem com Mal. Aaron levou menos de um minuto para entender que a menina desmaiara. Mas foi um minuto absolutamente longo e angustiante. Não parecia se tratar de uma brincadeira, mesmo assim desejou que fosse.

O sinal indicando o fim do intervalo soou alto demais, como um grito de socorro que a menina não podia manifestar.

-Mal? – tentou num tom de voz muito mais preocupado – Mal, está me ouvindo? – estendeu uma das mãos sobre a mesa bem devagar; não o agradava tocar nas mãos da menina, principalmente por não terem intimidade, e pela falta de consentimento da garota, mas agiu mesmo assim. Ele praguejou instantaneamente puxando a mão de volta. Mal estava tão gelada quanto o polo norte; como um presságio de que o inverno que vinha poderia ser cruel.

Olhou ao redor vendo os poucos que restavam ali no refeitório saindo devagar, quase como se se arrastassem com pesos em correntes presos a seus tornozelos. Aproveitou para se sentar ao lado da menina; sabia sem sombra de dúvidas que isso, proximidade indiscreta com aquela garota, renderia fofocas desagradáveis. Naquele momento contudo, estava mais preocupado com a moça do que incomodado com os olhares.

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