Bem Vindo

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Bem Vindo  - Irmão Urso

Jay e Carlos estavam discutindo sobre a questão da aula de Ed Física. O primeiro estava animado, o segundo se negava participar.

-E vocês, meninas? – disse Jay – Vão fazer o que?

-Horário livre – disse Mal.

-Mesmo? – surpreendeu-se Carlos.

-Não – ela riu – Mas eu não vou fazer parte de um grupinho ridículo de torcida, nem assistir elas mexerem com os pompons.

-Eu preciso checar minha maquiagem – disse Evie – Ouvi dizer que os produtos daqui são muito melhores. Vou procurar alguém que entenda do assunto. Quer vir, Mal?

-Não. Acho que vou observar um pouco – disse com um sorriso crescente.

-Muito bem. Tchau, pessoal! – a linda princesa saiu rebolando, a saia seguindo o balançar deixando-o ainda mais sedutor; os três acompanharam aquele lindo movimento em silêncio até a menina sumir.

-Não quer ir nos assistir? – tentou Jay – Ouvi dizer que vão nos colocar para jogar uma parada esquisita sem nem nos explicar como se joga e dizer que é uma saudação. Nós vamos acabar com aqueles principezinhos – disse olhando ameaçadoramente para Carlos como se o obrigasse a participar.

-Divirta-se, Jay – dispensou-o, Mal – Carlos, observe – mandou ela.

O filho de Cruella ficou feliz pela amiga não mandar que ele jogasse qualquer que fosse o esporte patético. Não que ele não fosse atlético – tinha que ser para conseguir sobreviver a Ilha e principalmente para entrar na gangue de Mal – mas não queria se expor assim de cara no primeiro dia. Não. Carlos queria bancar o pobre nerd e observar como reagiriam os bonzinhos. Queria ver o quão bons eles eram, queria sentir a maldade neles e atiçá-la até se manifestar. Era paciente, ao contrário de sua mãe, e principalmente gostava de joguinhos. Por isso ele se dava tão bem com Mal.

O filho de Jafar já era mais explosivo, mais agitado. Tinha que colocar sua energia em algum lugar, descarregar sua fúria. Desde que chegara ele fora esnobado por meninos e meninas de status nobre e mal se contavam 24 horas. Não podia ficar parado. Claro que não ia sair por aí esfaqueando a todos, mesmo querendo; os quatro mini vilões tinham o propósito de esperar e um esporte coletivo era perfeito para descontar discretamente.

Jay era muito impulsivo; Carlos, cauteloso. Por isso se davam tão bem juntos: jeitos diferentes de serem maus.

Foram para o vestiário e sinceramente aquilo era patético. Carlos estava esperando que os demais começassem a falar das meninas, quem era gostosa e quem tinha se feito de difícil, mas não. Estavam falando sobre esportes aleatórios – ficou claro que não falavam sobre o que iam jogar. Carlos chegou a sorrir: bonzinhos não sabiam esconder "pegadinhas". Jay por outro lado estava bem mais animado.

Carlos gostou de ver que o clima mudou totalmente com a chegada do príncipe Bem – a tal pegadinha não tinha nada a ver com sua alteza; ele não sabia de nada, nem participava. O nobre chegara com um sorriso discreto e sutil, cumprimentou os dois vilões como se eles fossem bons colegas e não possíveis ameaças antes mesmo de falar com seus amigos habituais. Seria um assunto para levara até Mal? Ele zoara a amiga por ter chegado acompanhada do príncipe. Não! Mal não precisava saber de tudo. Era uma informação sutil demais para ter relevância... Porém a forma como Chad Charming encarava o futuro rei era mais que suspeita.

Concentre-se nele. A mente de Carlos mandou.

Enquanto toda a turma masculina seguia em direção ao campo, De Vil segurou o amigo pelo braço e discretamente apontou para o tal Chad.

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