Seduzentes

Espelho Mágico de Encanta

Espelho Mágico de Encanta - Tinker Bell e o Tesouro Perdido

Jane estava seguindo para biblioteca – como de costume. A grande diferença era que agora havia olhos a seguindo conforme passava. A menina passara a trair mais olhares desde que ouvira o conselho de Evie e mudara um pouco a escolha das peças de roupa; nada muito radical, pelo menos na cabeça de Evie.

A menina naquela tarde de terça estava usando calça! Não, aquilo não era algo comum ao vestuário clássico e "velho" que sua mãe normalmente impunha. A calça mostrava bem suas curvas apesar de não ser justa, colada ao corpo. E não era de se estranhar que ela atraísse alguns olhares a mais para suas bonitas pernas.

De qualquer forma, a biblioteca era um lugar no qual ela adorava ficar, ainda mais quando encontrava lugares que não eram "frequentados" por alunos. Por exemplo, as seções de matemática e de magia eram igualmente desertas. Bom, vez ou outra Doug aparecia por ali, mas um nerd e nada é quase a mesma coisa de acordo com as regras estudantis.

Jane também não tinha intenção de demorar muito ali. Ela estava comprometida com Mal e as demais garotas a estudar para as provas conforme as duas ex-habitantes da Ilha faziam suas respectivas mágicas. Tudo ainda muito sutil tendo em vista que as provas começariam na manhã seguinte e elas não queriam perder nem tirar o foco de nenhuma menina.

-Jane? – a voz assustou, fazendo com que soltasse o livro que tinha em mãos. O exemplar de química caiu aperto, as folhas amassadas viradas para baixo.

Ali, não tão longe dela, no meio do corredor de livros, estava Carlos. Desde que aparecera para os repórteres as escolhas de Carlos melhoraram muito; como se assim como ela, ele tivesse passado por aulas particulares com Evie. A calça era estampada em preto e branco, a camisa pólo vermelha assim como seus coturnos de vinil. Os cabelos sempre inegavelmente impecáveis, repartidos a perfeição: um lado branco e um lado negro.

Ele riu.

-Parece que meu talento secreto é te fazer derrubar livros – sorriu pegando o livro que ela havia deixado cair analisando o assunto, fazendo o relógio de prata brilhar – Eu prefiro informática e robótica; acho mais interessante do que fórmulas mirabolantes e elementos nobres.

-Eu... Não é minha matéria favorita – corou e desviou os olhos – Mas nós estamos estudando para as provas.

-Então Mal convocou o esquadrão mesmo – sorriu – Nós quatro passamos os fins de semana estudando, sabe? Não é algo que estamos acostumados a fazer; quando Mal decide fazer uma coisa ela não desiste; bastante teimosa, ela. Mas é melhor não contrariá-la.

-Imagino – ele vinha chegando mais perto para nervosismo da menina.

-É importante que tenhamos um bom desempenho, vai mostrar que não somos assim tão burros e babacas como pensam os demais.

-Mas não pensamos...

-A grande maioria não diz o que realmente pensa, Jane. – ele se escorou na estante e sorriu de forma galante, quase cafajeste – Não é como se você não conhecesse essa tática.

Ela até pensou em respondê-lo, mas não conseguiu, nem precisava. Carlos estava mais do que certo; Jane já perdera a conta de quantas vezes na sua curta vida havia ocultado o que de fato pensava para ser aceita, fosse pelos colegas de classe, fosse pela aprovação de sua mãe.

-Acho que nunca te vi assim antes. De calça. Fica muito bem em você – disse analisando-a, os olhos brilhantes quase predadores – Bem curvilínea.

A menina sentiu seu rosto pegar fogo!

Ela devia saber que Carlos seria muito direto... Estranhamente, mesmo constrangida, ela conseguiu erguer um pouquinho o rosto e encará-lo, sua timidez e boa educação dizendo que não podia desviar por muito tempo e fugir do raro elogio.