Capítulo Trinta e Três

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Ouço alguém entrar no banheiro.

— Amiga tá aí?— Manu fala.

— Tô.— digo e vejo ela e Amélia vim até a cabine.

— Está bem?

— Quer conversar?— Diz Amélia.

— Eu tô bem meninas, só quero ficar sozinha.— digo com um tom baixo.

— Tem certeza? O que aconteceu?— diz Manu.

— Nada.

— Manu é melhor deixar ela sozinha.

— Tá bom... mas estou aqui para o que precisar, não se esqueça.

— Tá bom, obrigada.— digo e elas saem.

Fico encolhida no banheiro. Estava com vergonha de encarar Yago, e não queria nem ver Luka pintado de ouro. Mas eu preciso ir, infelizmente.

Saio da cabine e lavo o meu rosto que estava com cara de choro. Em seguida eu vou até à sala, Luka e Yago ainda não estavam lá. Me sento e espero o professor chegar, nem se quer falar com as meninas, não estou afim. Todos me olhavam estranho, então eu tentava não demonstrar emoções, não quero que me achem fraca.

Alguns cochichos na sala, principalmente da Emma e Clhoé surgiam seguidas de risadas. Qual é não pode nem brigar agora? Por que eles não deixam minha vida em paz? Luka e Yago chegam. Luka me encara e eu o encaro de volta, ele parecia mal, mas não liguei, eu também estava, sua cara de cachorro abandonado não vai me convencer. Parece que ele e Yago já se resolveram, bom, não vou me meter nisso, mas eu não perdoaria. Eles já estavam cheios de risinhos, nem parece que eu briguei com eles, ridículos. Eu não culpo Yago, mas ele perdoar Luka é burrice.
A professora chega e diz irmos à sala de química. Merda! Vou ter que ficar perto daquele idiota. Vou até a sala e vou até uma mesa com aquele babaca. 

— Oi ratinha.— ele diz. Ele tem coragem de falar comigo depois de tudo que ele fez?

— Oi.— respondo seca.

Nós continuamos a aula normalmente, só falávamos quando era algo da aula. Parecia que ele queria falar algo, mas ele não falava. Sua cara entregava isso, ele me olhava às vezes, ou muitas. Mas nada nesse mundo vai fazer eu o perdoar. A aula acaba, e a professora passa atividade para fazermos em dupla, ótimo. Tudo o que eu menos queria.

— Professora posso trocar de dupla?— ergo a mão e falo assim que ela permite.

— Não querida, nós já escolhemos no começo do ano para não haver trocas.

— Ah...— falo olhando para mesa.

Ela se despede e assim que ia sair Luka pega em meu braço me impedindo de sair.

— Na sua casa ou na minha?

— O quê?— pergunto confusa.

— O trabalho.

— Ah... na sua, sabe como minha mãe é.

— Ok, então te vejo amanhã?

— Infelizmente.— digo e saio.

O sinal bate para o recreio e vou me sentar onde sempre vou. Vejo eles lá e vou até eles.

— Oi gente.— me sento.

— Oi!— todos dizem em uníssono.

— Tudo bem?— diz Manu.

— Sim, e você?— sorrio fraco.

— Também.

Ficamos em silêncio. Eles pareciam querer saber o que aconteceu, mas não queriam perguntar.

Eu e Você- Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora