Capítulo Trinta e Nove

1.2K 63 7
                                    

Mas, e se eu sentir amor por ele? Não! Esquece. Me retiro dos meus pensamentos e vou escrever. Escrevo até eu descer, e dar comida para Kiara, já que Pri já tinha dado de manhã, depois vou ajudar mamãe na cozinha.

Recolho as roupas, passo, dobro e guardo todas, e depois vou arrumar a mesa para comemos. Pri chega logo depois e comemos todas juntas. Quase não teve assunto, por minha parte, nunca tem, eu e Pri competimos por quem é mais reservada. Da onde Lunna puxou? Ela é toda elétrica, é o oposto de mim. Mas mamãe também é, então eu entendo o seu gênio. Às vezes sinto saudades de uma presença paterna. Deve ser por isso que não sei lidar com os garotos. Sério, eu só me ferro! Mamãe nunca irá me ensinar. Mas ela só fica passando pano para aquele babaca do Luka. A única coisa que ela me ensina e para não ser fácil e engravidar na adolescência, muito que adianta já que eu não tenho ninguém. Quer dizer... eu quase esqueci desse detalhe com o Felipe... mas isso é passado. E eu nunca vou ter ninguém, então eu não preciso me preocupar, meu destino é ficar sozinha. Será que essa falta de presença paterna afeta meu jeito de agir com os garotos? Tanto faz; nunca vou saber.

Termino de comer e subo para o meu quarto. Fico escrevendo o resto da noite até eu ficar com sono e dormir. Estava tão cansada que foi só eu deitar e pregar os olhos que eu dormi.

[...]

O trabalho para eu abri os olhos no dia seguinte! O sono pesado estava em meus olhos, por mais que eu tivesse dormindo bastante, se eu acordar cedo, vou ficar com sono do mesmo jeito.

Levanto com cara de sono e vou me vestir, não estava afim de tomar banho hoje. Visto meu uniforme, passo minha maquiagem, e coloco minha joias, pena que o meu colar está no concerto. No cabelo, faço um rabo de cavalo, e por último; arrumo o meu material. Hoje tem educação física, que ódio. Vou ter que dançar novamente com aquelas garotas fúteis. Isso é tão ridículo!
Após me arrumar, desço para comer. Dou bom dia a todos e tomo o meu café da manhã. Após terminar de comer, e subir para escovar os dentes, retocar meu gloos, e pegar minha mochila, vou para aula com Lunna. Hoje vou falar com o diretor sobre eu trabalhar na biblioteca da escola de tarde.

Assim que chego na escola busco por Manu, Amélia e os meninos. Encontro Luka e Emma se beijando no corredor e eu sinto uma raiva e nojo invadir o meu corpo. Essa cara é um babaca mesmo. Implora para ficar comigo, e depois aparece agarrando outra. É claro que ele não queria nada sério, ele nunca quer. Ainda bem que eu não cai na lábia dele. Mas foi quase...

Passo por eles fingindo não me importar e assim que me viro para vê-los Luka está olhando para mim. Mas não com um sorriso vitorioso, ou convencido, mas sim culpado. Como se eu tivesse o pego no flagra; sendo que a namorada é ela. Emma o olha confusa e ela se vira para onde ele está me olhando e me olha, ela me encara com nojo, mas eu desvio o olhar deles e vou à procura de Manu e os outros. Os vejo conversando entre si e vou até eles.

- Bom dia gente.- digo.

- Bom dia.- todos dizem em uníssono.

- Tudo bem amiga?- Manu pergunta como sempre.

- Sim, e vocês?

- Também.- ela responde. E todos dizem o mesmo. Ficamos conversando por um tempo, até o sinal bater e entramos na sala. Como sempre, ignoro Luka e sua namoradinha irritante.

A professora de inglês chega e da sua aula. Hoje tivemos uma prova oral bem simples; bom, para mim é. Depois, é o recreio. E nós ficamos lá como sempre.

Eu e Felipe já estávamos nos entendendo normalmente, foi estranho no início, mas temos que superar. E nem foi tão ruim assim, eu percebi que o amor que eu tinha por ele era carinho, respeito, e admiração. Claro, com uma pitada de desejo que se confundiu com amor. Talvez eu só quisesse alguém para substituir o lado paterno...

Eu e Você- Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora