Capítulo Quarenta e Seis

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Levanto e vou achar uma roupa. Pego uma blusa rosa bebê de manga longa e uma calça moletom preta. Eu já disse que sou apaixonada em calças moletom? Meu cabelo ainda estava úmido,  faço um coque frouxo e vou comer alguma coisa. Desço e vejo Lunna e Pri vendo TV.

— Oi Lunna, Pri.

— Oi maninha.— diz Pri me olhando e eu desvio com vergonha do que ela viu hoje.

— Oi maninha, tudo bem?

— Sim, e você?

— Também. Luka estava com você não estava? Ele foi me dá oi lá no quarto.

— Estava.

— E fizeram o quê?

— Nada. O que iríamos fazer sozinhos em quarto?— digo sorrindo nervosa.

— Sei lá, conversariam?! Você está estranha.

— Ah! Claro. Foi isso que fizemos, conversamos.— sorrio nervosa.— Estranha? Eu não sou estranha, você é que é estranha, eu estou estranha?— digo nervosa.

— Calma mana, tá com medo de alguém coisa?— Pri diz.

— Você está muito estranha. O que vocês fizeram?

— Nada. Só, jogamos...uno.— digo e saio de lá o mais rápido possível. Merda! Eu me entrego muito rápido!

Faço alguma coisa para comer e vou comer com as meninas.

— Vim assistir com vocês, posso?— digo me sentando.

— Claro.— Lunna diz.

Nós assistimos um filme enquanto eu como. Quando vejo, já tinha anoitecido. Mamãe desde e me chama para ajudar na janta.

— Está melhor filha?— mamãe pergunta ao entramos na cozinha.

— Sim, obrigada por se preocupar comigo.— sorrio.

— De nada minha filha. Me diz, o Luka te ajudou?

— Sim, por incrível que pareça.— sorrio lembrando.

— Filha... eu não sei o que se passa na sua vida, nem como é sua relação com o Luka, mas, acho que deve dar uma chance a ele. — ela segura a minha mão.

— O quê? Não! Por que eu faria isso se ele nem pediu uma chance?

— Filha, às vezes não precisa palavras para dizer algo.

— Ele namora outra, e não me ama.— ando em direção a pia para esconder minha irritação e tristeza.— E eu não quero...— sinceramente, eu não sei mais o que eu quero. Ouço ela suspirar fundo.

— Tudo bem, eu vou deixar que descubra sozinha.

— Descubra o quê?— me vira e não a vejo.— Mãe? Cadê você?— a chamo. Ela tinha me deixado sozinha! E agora o que eu faço? Já sei, vou fazer a janta sozinha. Pego a panela e vou fazer a comida.

O que ela quis dizer com descobrir sozinha? O que ela sabe que eu não sei? Será que o Luka fala de mim para ela? Não, óbvio que não. Então não sei... eu não sei de mais nada, não sei nem se o amo, não sei se ele me ama. Não sei se só sinto atração por ele, ou se só o odeio. Não sei ele sente atração por mim, ou se só finge para brincar comigo. Eu não tenho mais certeza de nada. Eu não sei mais significado do amor. Estou confusa demais. Minha mente diz não, meu coração diz sim. E eu não consigo mais me entender, está tudo bagunçado aqui dentro. Como ele consegue fazer uma bagunça tão grande na minha vida? Minha vida sem ele seria mil vezes mais fácil.
Às vezes penso, como seria se eu tivesse aceitado aquele beijo no 6° ano. Será que estaríamos juntos agora? Eu seria só um beijo e depois iríamos esquecer daquilo? Bom, eu nunca vou saber. Mas, talvez tudo tivesse sido diferente se eu tivesse cedido. Talvez ele não fizesse o que faz comigo, já que não teríamos nada contra com o outro. E talvez seria só um beijo na adolescência e teríamos esquecido disso, já que ele provavelmente já iria atrás de outras. Poderia ser muito mais fácil, ou muito pior. Não sei seria um diferente bom, ou um diferente ruim...

Eu e Você- Entre amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora