Além das Aparências - Veja além das suas Aparências

Capítulo 3: "Um novo Ciclo" - parte 2

—Julia?! — Falei surpresa, ela abriu os braços e disse:

—Surpresa! —Disse ela sorrindo e gargalhando.

—O que está fazendo aqui? Não era para estar na Califórnia? — comentou ela sorrindo para ela e abraçando-a.

—Bem, era. Mas, eu já voltei e preciso concluir os estudos né? —falou ela sorrindo e me olhando com atenção.

—Tem algo diferente em você, Cass. Eu posso sentir. —disse ela me olhando fixamente.

Eu olhei para baixo, e então, disse:

—Não sou mais aquela de 11 anos, Ju. Agora, tenho 15 anos. —disse achando que ia colar. 

—Não é isso, tem algo a mais. —disse ela me analisando.

—Para de fazer isso. —disse erguendo a sobrancelha.

—Isso o que? —perguntou ela confusa.  

—Ficar me analisando, isso não tem nada a ver com... —E eu parei, o jogador de lacrosse, me olhou e eu pisquei e voltei atenção de Julia que estava falando algo.

 —Espera! Ele?! —perguntou ela me olhando e olhando ao jogador. 

—Que ele? —perguntei distraída.

—Você está afim do Louis? —perguntou ela incrédula.

—Louis? ficou maluca? Nem sabia o nome dele. —Era verdade, eu não sabia mesmo.  

—Você sabe que ele já foi gordo não sabe? —perguntou ela me olhando com atenção. 

—Foi? Mas, porque deixou de ser? —perguntou ainda olhando para ele.

—Ninguém sabe. —disse ela dando os ombros: — mas, não disfarça viu? Sei bem que você não esta bem, sabe que pode se abrir comigo né? —perguntou ela passando o braço, nos meus.

—Sei sim. — Disse sorrindo, então, houve o sinal.

Caminhamos em direção a próxima aula, Teatro. A aula que eu sempre gostei, porém, nesse ano, não queria m enturmar.

Fomos em direção a sala, e ela disse:

—Qual será a peça desse semestre? —perguntou ela atenciosa.

—Ninguém sabe, não tivemos aula ainda. —disse com tranquilidade.

Julia fez um barulho na garganta, eu não entendi muito bem o que significava.

Então permaneci em silêncio, foi então, que entramos na sala de teatro. A professora estava em pé, e então, disse:

—Meus alunos, sente-se. Hoje, estudaremos sobre a Arte da Diversidade. Vou perguntar para cada um, a opinião sobre a diversidade, e quero saber com sinceridade sobre isso. A Escola, tem uma política muito extensa sobre liberdade de expressão, e eu gostaria de saber a opinião de vocês. Primeira pessoa que eu vou escolher, será... —e ela fez uma pausa dramática, eu me afundei na poltrona e ela me olhou e disse:

—Cassie, porque não seja a primeira a falar? — perguntou ela sorrindo. 

Eu prendi a respiração, e então, me levantei engolindo a seco. Eu não sabia o que dizer, não queria dizer nada. Mas, eu tinha que ir, era mais forte do que eu.

Parei do lado da professora, e então, ela se sentou e eu disse:

—Olá, sou a Cassie. A diversidade, só funciona quando temos a liberdade. Não é por aquilo que acreditamos, mas, por aquilo que sentimos ou queremos sentir. Nem sempre, ela tem a ver com a s pessoas ao redor. Mas, tem a ver com nós mesmos.
Temos que querer ser livres, temos que querer sentir e mostrar como somos versáteis.
Ser quem quisermos ser, e não termos medo disso. — disse sorrindo com leveza, e de repente, fez sentido dizer aquelas coisas.

Eu olhei para frente, e Louise estava parado no meio do corredor, ele estava suado.

A Professora, levantou-se e disse:

—Muito bem Cassie, belas palavras. — disse ela com um sorriso gentil e disse:

—Sr. Robert, chegou atrasado. —disse ela com uma voz séria. 

—Sinto muito Professora Carla, eu estive no treino de Lacrosse. —disse ele e ela assentiu com a cabeça, e indicou as mãos para as cadeiras atrás de nós.

  —Puxa, você foi incrível nas palavras. — disse Julia cochichando enquanto a professora chamava outros alunos para dizer.  

—Imagina. Eu só falei com o coração. —Respondi cochichando.

Depois que todos foram falar sobre a diversidade, a professora ficou de pé e disse:

—Nossa peça será uma peça original. Estou escrevendo a peça e em breve, terá os nossos ensaios. A peça está sendo feita com carinho. Como tarefa de casa, anotem, quero que tragam uma lista de peças e artistas que falem sobre a diversidade. Nada de Google hein?! —perguntou ela, olhando a todos.  

E o sinal tocou, a professora fez a menção de que eu ficasse, Julia se despediu de mim e então, eu fiquei ali sentada ao esperando a professora terminar a conversa com o Louise. Ela ficou ali conversando com ele, e então, ela fez um gesto que eu me aproximasse.

Me levantei, e fui caminhando em direção a ela, e ela disse:

—Querida, eu vi no seu histórico que você tem experiências em figurinos, gostaria de saber se poderia me ajudar e se está precisando de um ajudante. —disse ela piscando.

Louis me olhou aterrorizado, e então, eu coloquei um sorriso leve no rosto e disse:  

—Muito bem, eu aceito. E, um ajudante vai ser uma mão na roda. —disse sorrindo levemente.

Louis me olhou fixamente, era óbvio que ele não queria.

A professora então, virou a nós dois e disse:

 —Ótimo! Então, um bom castigo, e uma boa figurinista. Sinto que essa peça vai fazer sucesso, vejo os dois mais tarde. —disse ela piscando e saindo do teatro.

Eu suspirei, e peguei a minha bolsa. Ao caminho da porta, Louis veio atrás de mim e disse:

—Cassie não é? —perguntou ele segurando a porta que eu abri para sair.  

Me virei e disse:

—Sim, esse é o meu nome. —disse firme, mas, com uma voz pesada.

  —Escuta, eu sei que não parece certo. Mas, preste atenção, eu preciso que você me cubra com a professora, tenho u m treino importante e preciso ir depois da escola para a academia. Não posso faltar ou perder. Será que pode livrar a minha pele? — perguntou ele quase suplicando a mim.

Era inacreditável, eu queria aquilo tano quanto ele. Mas, quando se tratava de roupa e moda, o meu coração sempre cedia.

E eu ainda tinha o desfile para arcar..

—Escuta, eu não posso livrar a sua barra. Da próxima vez, trate de não chegar atrasado mais. — disse abrindo a porta com força.

 Louis ficou parado, até que ele veio correndo novamente em minha direção. 

—Cassie, por favor, é importante para mim. — disse ele suplicando.  

Eu parei , puxei a respiração e disse: