Os dias se passaram rapidamente, como um carro em alta velocidade, eu confesso que perdera o total controle dos acontecimentos. A peça tinha ficado linda, eu havia gravado tudo para Cassie assistir depois, e quando acabou corri em direção ao vestiário onde, eu iria participar com campeonato de Lacrosse no dia seguinte, treinei até o zelador insistir que eu tinha que ir embora, e apressado, corri em direção ao trabalho.
Assim que eu cheguei no trabalho, vi um aglomerado de pessoas em volta da televisão pequena e achando estranho, Daphne a garçonete, chegou em mim e disse:
—Você viu o que o seu pai está dizendo na tevê? — perguntou ela não me olhando nos olhos, só olhando para a frente.
—Não, o que ele fez dessa vez? — perguntei suspirando.
—Acho melhor você ouvir dele próprio. — disse ela pegando o controle da tevê e aumentando o volume.
—Olá meus caros amigos, e familiares de Chesterville. É com muito pesar que vos dou uma péssima notícia. O nosso desfile fora um sucesso, porém, algumas mudanças precisam ser feitas. Afinal, a cidade precisa ser uma cidade limpa e organizada, houveram Fake News por todo o condado dizendo que entre nós há jovens talentosos, e vocês sabem que, jovens são apenas jovens e o seu lugar é estudando e não na tevê.
Por essa razão, será cortado todo o jovem que tem uma capacitação além de estudar, os cursos profissionalizantes serão cortados, afim de que, apesar o padrão seja aceito. É importante mantermos a calma e o equilíbrio. Lembrem-se: Todo o jovem tem espaço na nossa cidade, porém, terão quando estiverem formados e capacitados, no momento, foquem em estudar. Atenciosamente, Prefeito. “—disse ele e o jornal mudou a imagem, com a repórter comentando sobre.—É inacreditável! —exclamei colocando a mão na testa.
Os murmúrios começaram a acontecer na lanchonete, alguns indignados, outros concordando com as atitudes do meu pai. Indignado, sai em direção a cozinha, troquei o meu uniforme e peguei a bandeja, nesse exato momento, todos se sentaram a mesa, e o meu turno de trabalho começou a acontecer. Eu não havia contado sobre quem eu era filho, logicamente causaria comentários negativos ou má circulação financeira da lanchonete, então, eu e o patrão combinamos isso, manteríamos em silêncio a minha origem. Foi então, que eu comecei a servir, mesa a mesa, e quando chegou o meu horário de almoço, Júlia me mandou uma mensagem e disse:
SMS:
Júlia:
—Eu vi o seu pai falando asneira na tevê, como você está com isso?
Eu:
—Péssimo. Eu sei que ele fez isso por causa das notícias de Cassie.
Júlia:
—E como vai agir com relação a isso? Eu:
—Acho que vou ter que entrar em mais uma briga com ele, você sabe exatamente como repercutiu as notícias de Cassie?
Júlia:
—Cara ela ficou famosa! Todos estão comentando, quando ela sair vai ter muita gente no pé dela.
Eu:
—Então, deve ser por isso que o meu pai está furioso. Ele deve estar incomodado.
Foi então, que eu desliguei o telefone, peguei um lanche e comece ia comer. Minha mãe me mandou uma mensagem, mas eu ignorei. Estava cansado daquilo tudo, do meu pai, da minha mãe sendo sempre quieta, e também, dessa cidade vazia. Foi então, que eu suspirei, e desliguei o telefone, e comecei a trabalhar. O turno acabou e eu sai apressado do trabalho em direção a minha casa, meu pai estava sentado no escritório, passei reto e ele pigarreou:
—Viu a tevê hoje? — perguntou ele com um ar de superioridade.
—Ah eu vi sim, a sua vergonha nacional foi ótima pai. O pessoal adorou, principalmente os jovens. — disse debochando e dei um passo para a frente.
—Não fale comigo assim! —Exclamou o meu pai com fúria.
—Então, só me diga uma única coisa: Você falou aquilo por causa do sucesso de Cassie não foi? NÃO FOI? — Exclamei com um tom mais alto de voz.
—Que palhaçada! &revirou o meu pai os olhos e disse: —Nem tudo é aquela garota! Até porque, ela não está em sucesso absoluto. Fiz para não haver interferências! —disse o meu pai retrucando.
Eu dei uma risada debochada, e disse:
_Pode mentir para a população, pode dizer que não é que não tem nada a ver. Mas, eu sei que tem. E eu vou te dizer uma única coisa: Quando Cassie seguir a sua carreira, e ficar famosa. O Senhor ainda vai procurá-la! — disse e sai batendo a porta com força.
Fiquei no quarto fazendo trabalhos para a escola, até que recebi uma mensagem de Júlia dizendo para irmos no hospital ver Cassie, eu logo concordei de cara. Eu precisava mesmo mostrar o vídeo da peça, e sabia que Júlia iria querer participar desse momento.
Mandei mensagem para a minha mãe, dizendo que iria até o hospital ver Cassie, e sai pela porta e fui pedalando até lá.
Minha cidade é daquelas típicas cidades onde, todo o turista ama:
Cidade tranquila, com poucas movimentações e bons preços.
Os turistas amam pelo simples fato de não tem barulho, ou agitação e com isso, podem fazer o que bem quiserem, pois se acham os “Donos da Cidade”, e isso tudo era uma baita verdade, os turistas mandavam e desmandavam e o meu pai permitia visando o lucro. Era ridículo os pensamentos de meu pai, e talvez, algum dia na vida dele ele poderia se arrepender. Assim que eu cheguei no hospital, Júlia abriu um largo sorriso e me abraçou, entramos no quarto de Cassie, ela estava novamente desenhando e com aquele belo sorriso no rosto, ela parecia melhor do que antes, e quando olhei para o embrulho ao seu lado, eu fiquei supreso, ele estava descoberto.—Olá meu amor, vi que você descobriu o que era por trás do pano. —disse comentando e sorrindo.
Ela me deu um abraço e disse:
_Pois é, vocês não vão acreditar no que era. —disse sorrindo e ela me contou o que havia acontecido.
—Puxa como esse doutor aí é bom né? —Comentou Júlia assim que Cassie terminou o seu relato.
—Nem me fale, e eu nem quis vomitar. A minha bulimia está controlada, a doutora está me regrando na alimentação. —disse ela sorrindo e o meu coração se encheu de alegria.
—Ficamos muito felizes por você meu amor. — comentei e ela sorriu.
_E vocês? A escola? como vão? — perguntou ela curiosa.
&Então, viemos aqui trazer para você o vídeo da peça, como prometido: — disse mostrando o celular, e ela trêmula, pegou o celular e deu o play no vídeo. Cassie chorou feito uma criança, elogiou cada atuação, cada figurino, e cada frase, elogiou Júlia também e Júlia se emocionou, secando as lágrimas e agradecendo.
Assim que o vídeo terminou, Júlia fez a pergunta que nós dois estávamos ansiosos para fazer:
—Então, Cass. Quando vai se livrar disso aqui tudo? —perguntou ela ainda emocionada.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...