Capítulo 5: "Humilhação" - parte 2

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revisei a quem eu queria ser. Respirei fundo, e prossegui removendo, era hora de encarar aquela realidade toda, era hora de lutar. Assim que eu tirei a casca grossa da minha roupa e tudo mais, eu saí do vestiário feminino decidida a encarar de frente o meu problema. Não sabia como, ou de qual maneira, mas, eu sabia que eu precisava encarar.

 Julia apareceu, e colocou as mãos em meu ombro, e então disse:

—Da mesma forma como você me ajudou, eu vou te ajudar. — disse ela sorrindo com delicadeza: — eu sorri, e agradeci.

Juntas, saímos do vestiário, e uma voz em minha cabeça dizia:

"coitada, acha mesmo que vai conseguir?."

Outra, dizia:

"cabeça erguida, eles não podem te vencer." 

Mas, outra dizia:


"voce jamais passará de ser quem você, é.''  

disse a outra voz.

E aquilo me despertou, realmente, eu não deixaria de ser quem eu era, mas isso não significa que eu deveria ser quem sou hoje. Respirei fundo, d então, de passos firmes e certos, fui em direção ao teatro. Assim que eu cheguei, a classe toda estava reunida, Louis, também estava lá. Ele mal conseguiu me olhar nos olhos, arrependimento?, Vergonha talvez? Duvido muito. Garotos fúteis, só pensam em futilidades.

A professora ergueu os braços e disse:

—Muito bem, sejam todos bem vindos. Hoje, nós iremos começar o nosso primeiro passo para apresentar a nossa peça no outono. Por sorte, tenho uma equipe maravilhosa que certamente está a disposição para me ajudar. Agradeço a todos por isso. —disse a professora com delicadeza, e piscando para minha mim : — Por isso, decidi além de ser a minha figurinista, decidi colocar Cassie como a nossa codiretora, e com isso, me ajudará a empreitar nessa jornada incrível. Um salva de Palmas! — disse a professora puxando as palmas e aquilo, me encheu os olhos, eu realmente não esperava por isso.

As palmas estiaram e então, ela disse:

—Ainda em clima de comemoração, gostaria de afirmar que Bullying na nossa escola é terminantemente proibido e nojento. Informo que os responsáveis pela humilhação da Senhora Cassie já foram vistos e providências são tomadas com o diretor. — disse ela e algumas pessoas prenderam a respiração.

Quando eu abaixei a cabeça, e então, fiquei quieta olhando para o chão.

 A professora, ficou ao meu lado, e então, disse: 

  —E para mostrar que nossa escola tem repugnância com bullying, a Senhorita Cassie irá me ajudar como codiretora. —disse a professora sendo gentil e colocando as mãos no meu ombro.   

Eu olhei espantada e surpresa, não esperava por aquilo. A professora piscou, e alguns alunos reviraram os olhos. Louis entrou na sala de Teatro, seu rosto estava todo machucado, os olhos estavam roxos, e a boca cortada sangrando.

Ele entrou mancando, e então, a professora foi em direção a ele, mas ele rejeitou o toque da professora e ela recuou e disse:

  —Muito bem, vamos iniciar os primeiros testes para os personagens principais. Nós iremos falar sobre a liberdade de quem você quer ser. Ou seja, preciso de etnias diferentes nessa peça. Andei pensando muito e decidi fazer um musical, o pianista do segundo ano decidiu me ajudar.
Preciso de diferentes personalidades, Cassie, aqui estão a lista de aparências. O que acha de começarmos com a etnia mais oriental? —perguntou ela me entregando a folha e levando Louis para fora do teatro.    

O meu coração estava na boca, eu olhei para Julia que deu os ombros, e então, eu disse, limpando a garganta:   

—Muito bem. Kim, o que acha de ser a Kira? Ela tem traços parecidos com os seus. —disse sugerindo, Kim levantou-se e eu entreguei os papeis de suas falas e ela leu e assentiu com a cabeça.

—Muito bem, agora, Akira, o que você acha de fazer o Hiroki? É um personagem que parece com você. —disse timidamente, e Akira concordou, ficando ao lado de Kim. 

  Aos poucos, fui escolhendo as pessoas de acordo com os papéis e o querer de cada um, até que, quando a professora voltou viu a fila de pessoas ao meu lado e abriu um largo sorriso. Louis não veio em seguida da professora, e aquilo me preocupou, o meu celular vibrou e eu então, olhei no celular, e vi a mensagem de Louis: 

SMS:

 Louis:

 —Eu sinto muito por terem feito aquilo com você, eu não queria.

Cass:   

—Você está bem? 

 Louis:   

—Primeira surra a gente nunca se esquece.  

  Cass:  

  —Isso não tem graça.    

 Louis:   

—Eu estou sorrindo agora.

Cass:   

—Porque?    

Louis:  

 —Porque apanhei para te defender.    

Olhei no celular, sem entender muito bem o que ele queria dizer, e então, não consegui responder. Fiquei até tarde no Teatro naquele dia, e então, assim que eu terminei alguns projetos, sai do teatro com a Julia, e então, ela falou:   

—O que rolou com o Louis? —perguntou ela curiosa.   

—Bem, ele me mandou mensagem pedindo desculpas, disse que apanhou por mim. Isso faz algum sentido? —perguntei confusa.   

—Não, nenhum. Mas, deve significar algo né? — perguntou ela meia confusa, e então, eu assenti. 

  —Acho que não vai rolar dele ir na praça não é mesmo? —perguntei procurando nem demonstrar frustração.

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