Capítulo 28: "Fantasma do Passado"

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Depois de comermos pizza e Louis contar sobre as suas aventuras em Nova York, descemos as escadas e guardei ela e fomos juntos para terminar o trabalho, seria um trabalho longo e cansativo. E depois de longas horas trabalhando, finalmente conseguimos concluir. E cansada, eu me sentei no sofá e Louis sentou do meu lado e deitou com a cabeça no meu ombro, eu sorri ao ver a forma como ele estava, e acabamos adormecendo ali mesmo no sofá. Não sei que horas eram quando abri os olhos e vi que não era um sonho ou uma loucura da minha cabeça, Louis realmente estava ali, do meu lado. Ele passou a mão por trás do meu pescoço, e me puxou para adormecer junto com ele, e peguei no sono novamente. Acordando apenas com a luz do sol.  

—Bom dia Raio de sol. — disse ele beijando a minha testa.

—Bom dia. —disse me espreguiçando: —Adormecemos no sofá? —perguntei olhando para a janela e depois para o sofá.  

—Sim, mas o seu sofá é bem confortável. Geralmente, são dolorosos. — disse ele sorrindo para mim.

Eu me levantei, e disse:

—Vou fazer um café, você aceita? — perguntei e ele sorrindo disse:

—Que tal irmos em uma cafeteria? — sugeriu ele e eu olhei impressionada e disse:

—Os tempos mudaram mesmo! - exclamei e ele dando risada disse:
—Eu espero você se arrumar. — E deu uma piscadela.  

Tomei um banho, tomei o meu remédio para ansiedade e Bulimia, e fui escolher a roupa para sairmos. Escolhi um top cropped amarelo, e uma calça jeans preta.

Fui no closet e peguei a bolsa de porte pequeno, e então, sai do quarto e disse:

—Estou pronta. —disse sorrindo e ele disse:

—Uau! —disse, me abraçando.  

Caminhamos até a cafeteria mais próxima, era impressionante como em Nova York existia uma cafeteria a quase cada esquina.

Assim que entramos, fomos muito bem recebidos pela garçonete, e ela disse:

—Sejam bem vindos, Louis, o que comerá hoje? — perguntou ela sorridente e muito atenciosa.  

—Que tal panquecas com bastante mel e um café forte para nós dois? — sugeriu Louis me olhando, e ela assentiu.

—Quem é ela? —perguntei curiosa depois que a garçonete foi mandar fazer o pedido de Louis.  

—Annabeth, uma garota que estudou comigo no primeiro ano de faculdade. Foi uma pena o que aconteceu com ela, ela engravidou de um cara e acabou o deixando o curso. No segundo ano da faculdade, a professora pediu que eu fizesse um trabalho, uma espécie de documentário fotográfico onde eu falasse sobre um assunto importante, então, decidi documentar Annnabeth e eu levei um 10 e Annabeth ganhou um emprego e uma bolsa de estudos. — disse ele orgulhoso.  

—Puxa, é uma história e tanto. —Disse sorrindo.

—Eu vinha todas as manhãs aqui nesse mesmo horário e fazia sempre o mesmo pedido, e enquanto o pedido ia fazendo ela ia respondendo as minhas perguntas. Por vezes, fotografei ela atendendo e o local também. Tenho cópia do documento, se quiser um dia assistir. —disse ele simplesmente, e pegou na minha mão e fez carinho como sempre fizera.  

—Eu vou adorar conhecer um pouco mais sobre Annabeth. Vai trabalhar hoje? — perguntei a ele, e ele me olhando disse:

—Tenho que ir, tenho aquelas fotos para imprimir e confeccionar. O projeto tem que nascer. — E ele sorriu: — Porque não vai comigo depois da sua entrevista as 14:00 horas?
—perguntou ele me olhando.  

—Oras, porque o seu chefe não vai ficar bravo? — perguntei curiosa.  

—Meu bem, eu sou o meu próprio chefe. A empresa é minha. —E ele sorriu, e eu impressionada ergui as duas sobrancelhas.  

—Porque não me disse antes? — perguntei incrédula.

—Porque eu aprendi que não se deve falar que é dono de uma empresa no primeiro encontro. —disse ele e eu o repreendi com o olhar, e ele beijou a minha mão como um pedido de desculpas, o que eu não consegui negar.  

Annabeth trouxe os nossos pedidos, 15 minutos depois. Estavam deliciosas as panquecas e o café realmente estiveram reforçados.

Louis me vendo comer, me olhou admirado e disse:

—É tão bom vê-la bem e saudável. —Disse ele me olhando com admiração.  

—Pois é, eu estou curada agora. — disse dando os ombros.

—Eu sei que talvez seja delicado, mas, eu não acompanhei a sua melhora e eu queria muito saber como foi depois que eu fui embora. — disse ele e eu sorrindo disse:

—O embrulho, era um espelho. O nome do doutor era “Autoestima”. Todas as manhãs, ele me olhava através do espelho, colocava a mão no meu ombro, mas eu não conseguia me olhar. Eu tinha nojo de mim mesma, então, o doutor me levou para uma sala, e disse: “Quebra o espelho Cassie” e eu pensei, poxa, eu já quebrei tantos espelhos, este não fará nenhuma diferença. E quando e quebrei aquele espelho, tinha outro por trás, eu não sei como, mas, tinha. E a cada pedra que eu jogava, aparecia mais um espelho, todos os espelhos eram ofuscados, como se estivessem revestidos de plástico, e quando chegou no ultimo espelho, ele estava mais nítido. E eu pude ver, pude ver como de fato eu estava. A que ponto eu havia permito que eu ficasse, e a partir daquele dia, a cada espelho que eu quebrava, era a visão turva que se ia. Passei a tomar a medicação que me impedia de sentir o enjoo e a sensação de vazio no estomago. E foi assim, dia a apos dia, momento após momento, espelhos através de espelhos, que eu vi que eu precisava parar. E foi o que eu fiz, eu parei Louis, a terapeuta entrou com outros tratamentos, e aos poucos o monstro foi sumindo, e hoje, tomo os remédios, mas eu sinto que ele não está mais dentro de mim. Eu sai do hospital, eu procurei você, eu recebi a carta, mas ainda sim te procurei, e quando vi que você não estava mais lá, enfim, eu fui trabalhar na lanchonete Maddison com a Júlia, juntamos o dinheiro, eu fiz o vestibular e passei com bolsa de estudos, me mudei, me formei e casei os meus dois pais. E o resto, bom, o resto você já sabe. — disse orgulhosa da minha trajetória.

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