Depois de comermos pizza e Louis contar sobre as suas aventuras em Nova York, descemos as escadas e guardei ela e fomos juntos para terminar o trabalho, seria um trabalho longo e cansativo. E depois de longas horas trabalhando, finalmente conseguimos concluir. E cansada, eu me sentei no sofá e Louis sentou do meu lado e deitou com a cabeça no meu ombro, eu sorri ao ver a forma como ele estava, e acabamos adormecendo ali mesmo no sofá. Não sei que horas eram quando abri os olhos e vi que não era um sonho ou uma loucura da minha cabeça, Louis realmente estava ali, do meu lado. Ele passou a mão por trás do meu pescoço, e me puxou para adormecer junto com ele, e peguei no sono novamente. Acordando apenas com a luz do sol.
—Bom dia Raio de sol. — disse ele beijando a minha testa.
—Bom dia. —disse me espreguiçando: —Adormecemos no sofá? —perguntei olhando para a janela e depois para o sofá.
—Sim, mas o seu sofá é bem confortável. Geralmente, são dolorosos. — disse ele sorrindo para mim.
Eu me levantei, e disse:
—Vou fazer um café, você aceita? — perguntei e ele sorrindo disse:
—Que tal irmos em uma cafeteria? — sugeriu ele e eu olhei impressionada e disse:
—Os tempos mudaram mesmo! - exclamei e ele dando risada disse:
—Eu espero você se arrumar. — E deu uma piscadela.Tomei um banho, tomei o meu remédio para ansiedade e Bulimia, e fui escolher a roupa para sairmos. Escolhi um top cropped amarelo, e uma calça jeans preta.
Fui no closet e peguei a bolsa de porte pequeno, e então, sai do quarto e disse:
—Estou pronta. —disse sorrindo e ele disse:
—Uau! —disse, me abraçando.
Caminhamos até a cafeteria mais próxima, era impressionante como em Nova York existia uma cafeteria a quase cada esquina.
Assim que entramos, fomos muito bem recebidos pela garçonete, e ela disse:
—Sejam bem vindos, Louis, o que comerá hoje? — perguntou ela sorridente e muito atenciosa.
—Que tal panquecas com bastante mel e um café forte para nós dois? — sugeriu Louis me olhando, e ela assentiu.
—Quem é ela? —perguntei curiosa depois que a garçonete foi mandar fazer o pedido de Louis.
—Annabeth, uma garota que estudou comigo no primeiro ano de faculdade. Foi uma pena o que aconteceu com ela, ela engravidou de um cara e acabou o deixando o curso. No segundo ano da faculdade, a professora pediu que eu fizesse um trabalho, uma espécie de documentário fotográfico onde eu falasse sobre um assunto importante, então, decidi documentar Annnabeth e eu levei um 10 e Annabeth ganhou um emprego e uma bolsa de estudos. — disse ele orgulhoso.
—Puxa, é uma história e tanto. —Disse sorrindo.
—Eu vinha todas as manhãs aqui nesse mesmo horário e fazia sempre o mesmo pedido, e enquanto o pedido ia fazendo ela ia respondendo as minhas perguntas. Por vezes, fotografei ela atendendo e o local também. Tenho cópia do documento, se quiser um dia assistir. —disse ele simplesmente, e pegou na minha mão e fez carinho como sempre fizera.
—Eu vou adorar conhecer um pouco mais sobre Annabeth. Vai trabalhar hoje? — perguntei a ele, e ele me olhando disse:
—Tenho que ir, tenho aquelas fotos para imprimir e confeccionar. O projeto tem que nascer. — E ele sorriu: — Porque não vai comigo depois da sua entrevista as 14:00 horas?
—perguntou ele me olhando.—Oras, porque o seu chefe não vai ficar bravo? — perguntei curiosa.
—Meu bem, eu sou o meu próprio chefe. A empresa é minha. —E ele sorriu, e eu impressionada ergui as duas sobrancelhas.
—Porque não me disse antes? — perguntei incrédula.
—Porque eu aprendi que não se deve falar que é dono de uma empresa no primeiro encontro. —disse ele e eu o repreendi com o olhar, e ele beijou a minha mão como um pedido de desculpas, o que eu não consegui negar.
Annabeth trouxe os nossos pedidos, 15 minutos depois. Estavam deliciosas as panquecas e o café realmente estiveram reforçados.
Louis me vendo comer, me olhou admirado e disse:
—É tão bom vê-la bem e saudável. —Disse ele me olhando com admiração.
—Pois é, eu estou curada agora. — disse dando os ombros.
—Eu sei que talvez seja delicado, mas, eu não acompanhei a sua melhora e eu queria muito saber como foi depois que eu fui embora. — disse ele e eu sorrindo disse:
—O embrulho, era um espelho. O nome do doutor era “Autoestima”. Todas as manhãs, ele me olhava através do espelho, colocava a mão no meu ombro, mas eu não conseguia me olhar. Eu tinha nojo de mim mesma, então, o doutor me levou para uma sala, e disse: “Quebra o espelho Cassie” e eu pensei, poxa, eu já quebrei tantos espelhos, este não fará nenhuma diferença. E quando e quebrei aquele espelho, tinha outro por trás, eu não sei como, mas, tinha. E a cada pedra que eu jogava, aparecia mais um espelho, todos os espelhos eram ofuscados, como se estivessem revestidos de plástico, e quando chegou no ultimo espelho, ele estava mais nítido. E eu pude ver, pude ver como de fato eu estava. A que ponto eu havia permito que eu ficasse, e a partir daquele dia, a cada espelho que eu quebrava, era a visão turva que se ia. Passei a tomar a medicação que me impedia de sentir o enjoo e a sensação de vazio no estomago. E foi assim, dia a apos dia, momento após momento, espelhos através de espelhos, que eu vi que eu precisava parar. E foi o que eu fiz, eu parei Louis, a terapeuta entrou com outros tratamentos, e aos poucos o monstro foi sumindo, e hoje, tomo os remédios, mas eu sinto que ele não está mais dentro de mim. Eu sai do hospital, eu procurei você, eu recebi a carta, mas ainda sim te procurei, e quando vi que você não estava mais lá, enfim, eu fui trabalhar na lanchonete Maddison com a Júlia, juntamos o dinheiro, eu fiz o vestibular e passei com bolsa de estudos, me mudei, me formei e casei os meus dois pais. E o resto, bom, o resto você já sabe. — disse orgulhosa da minha trajetória.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...