—Eu preciso confessar algumas coisas, acho que lhe devo isso. — disse Louis me olhando, e eu olhei para ele, mas ele não olhou para mim.
—O que foi Louis? — perguntei curiosa.
—Quando eu sai do hospital, minha mãe estava do lado de fora. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e ela estava muito triste. Ela estava com uma carta na mão, não deixou o meu pai me entregar. Ela pediu que eu abrisse e que a perdoasse, como se de fato, a culpa fosse dela por algo. Quando eu abri a carta, estava a minha passagem paga, e a data para o dia seguinte determinada pelo meu pai, ele queria que eu fosse longe... — disse ele suspirando: —Longe de você. —disse ele e os meus olhos se encheram de lágrimas.
—Louis.... eu... —ele me interrompeu e disse:
—Eu sei. Você não sabia, eu escondi de você. Guardei para mim porque você estava internada no hospital, se recuperando e tratando você mesma. E não era justo com você contar coisas tão ruins. Na Época, eu não tive coragem entende? — perguntou ele me olhando e eu assenti com a cabeça: — Então, escrevi uma mensagem de texto para Júlia, e uma carta para você, mas o meu coração estava partido. E eu vim para cá, perdido, sozinho, confuso, triste, e amando você mais do que tudo. —disse ele me olhando nos olhos.
—E porque não em mandou mensagem? Ou, algum sinal de vida? — perguntei e ele sorrindo disse:
—Eu já tinha partido de um jeito trágico, o que queria que eu dissesse? Aparecesse na maior cara de pau? E vocês ainda estavam em Chesterville, o que meu pai poderia fazer com vocês caso descobrissem? Ele colocou um cara maluco para me supervisionar Cass, impediu que eu visse a minha própria mãe. E a minha própria mãe entrou em uma depressão profunda por não conseguir me ver. Então, para protege-la, e proteger vocês eu fiquei no anonimato, até descobrir que o meu pai morrera. Eu lembro de estar cursando a faculdade e morando no campus, entrei no taxi e fui mais rápido que eu pude no enterro dele, e então, o advogado dele dissera que ele deixara metade dos bens dele para mim, e eu não quis. Passei para aminha mãe, o cargo de prefeito também foi para mim e eu também reneguei. Minha mãe assumiu o posto, e eu pedi sigilo da minha presença. Eu sabia que o conselho da cidade faria um jeito de me amarrar ali, mas Chesterville não era mais o meu lar entende? Eu não fazia mais parte dali e não queria regressar. Então, minha mãe entrou no meu lugar, e eu voltei para Nova York, me formei e comprei a primeira câmera, minha mãe recebeu o convite do casamento da sua, então, fiz o oque o meu coração mandou, fui até lá. Me fiz passar de fotografo e foi ali onde eu te vi pela primeira vez depois de anos. — disse ele suspirando, e eu me lembrando daquele dia disse:
—Então, o fotografo era você?! — exclamei surpresa.
—Era sim. —disse ele sorrindo: — Eu nunca te esqueci Cassie, quando vi você bem, saudável, feliz, eu não soube o que fazer, como reagir. Então, me escondi atrás da câmera, bati foto da sua mãe, e enviei pelo correio e desejei as boas bodas. Júlia estava linda também. E eu fiquei completo por ver que vocês também saíram de Chesterville, e estavam se formando. Retornei para casa, não te tirando da minha mente o tempo todo, e desejando que um dia poderíamos nos encontrar. Fui para casa, entreguei um currículo e comecei a trabalhar e dali a diante não tive mais a chance de saber sobre você. Mas, Cassie, eu te trouxe comigo, o pedaço do seu coração eu trouxe comigo e guardei você aqui dentro por todo esse tempo. Claro que conheci outras mulheres e me relacionei. — disse ele confessando, e eu abaixei a cabeça e me lembrei da aliança. : — Mas, nenhuma delas pode ser comparada com você. —disse ele pegando no meu queixo e erguendo.
Meus olhos estavam marejados nesse momento, eu queria perguntar da aliança, mas, não tive como. Não consegui, não tive coragem.
—Quando você partiu, eu me senti perdida. Eu senti a sua falta, eu senti a vontade de correr e te procurar. Eu senti um vazio dentro de mim, senti a sua falta. Mas, quando percebi que tive que seguir em frente, eu deixei você nas águas de California, e só restou as lembranças que tivemos juntos na nossa adolescência. —disse confessando, e ele engoliu a seco.
—Eu sei que o que aconteceu conosco foi duro, mas eu jamais deixei de te esquecer Cassie. — disse ele se aproximando de mim, e eu falei baixinho:
—E a aliança? — falei como se fosse um sussurro.
Ele olhou para aliança de prata, e disse:
—Quando o meu pai morreu, ele deixou no testamento esse anel. Eu sentia tanta raiva dele que não consegui nem notar a presença do objeto. Mas, depois que o tempo passou e visitei minha mãe em alguns dias, depois do enterro. Eu percebi que não precisava sentir raiva dele, e o que ele fez passou e não importava mais. Então, coloquei a aliança no meu dedo afim de que, eu pudesse simplesmente leva-lo comigo.
E assim o fiz, achou que fosse um compromisso com alguém? — perguntou ele me olhando cm atenção.—Puff! — disse e ele sorriu com a minha careta: — jamais! Tipo, eu jamais faria uma coisa dessas. Eu só vi no carro e fiquei curiosa. — disse dando de ombros.
Louis deu uma gargalhada e disse:
—Aham, sei. — disse ele duvidando e eu dei um tapa no ombro dele.
Ele me abraçou, e eu senti a sua respiração, eu sorri e ele continuou a me olhar.
Então, ele me deu o beijo na testa, e disse:
—Temos muito o que conversarmos, não precisamos ter pressa de mais nada. —disse ele e eu assenti com a cabeça.
—E então, vamos comer? —perguntei sorrindo e ele assentiu.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...