O grupo todo ficou emocionado com o meu discurso, Tory então cochichou na minha orelha e disse:
—Realmente, o discurso fica muito melhor sendo improvisado. —disse ela e eu sorri.Alguns tempos depois...
E o tempo passou voando, infelizmente, não pude comparecer no casamento do meu pai, mas foi lindo. Fizeram várias fotos e realmente pude ver o meu pai feliz e principalmente, amado. Assim que as provas chegaram, eu perdi totalmente o fio da linha, focada entre estudar e tirar a nota maior, perdi momentos importantes ou dormindo ou comendo rapidamente. E quando finalmente as provas finais acabaram, eu me joguei na cama e adormeci o dia todo. Quando acordei, Júlia havia feito um belo jantar, e chamado as amigas da faculdade dela para comer, apareci na sala bocejando, e peguei o meu prato e fui para o quarto, eu estava morta de cansada. Eu e Erick estávamos muito próximos, ficávamos juntos durante o intervalo e sempre que ele podia ele vinha na minha casa, tanta para jantar quanto para conversarmos. O mais interessante, é que eu ainda não conseguia avançar o sinal, sempre que chegávamos perto, eu recuava e ficava com medo, eu me lembrava de Louis, e de estar em seus braços. Eu sabia que fazia tempo que nós dois não conversávamos, mas eu não conseguia evitar, eu sentia a falta dele. E por mais que eu gostasse de Erick, como de fato eu gostava, vira e mexe me pegava pensando em Louis, e nos momentos que não tivemos.
Era difícil ficar longe dele, era difícil olhar para coisas que eu sabia que ele gostava e eu não conseguir dizer a ele. Foi então, que por vezes eu respirava profundo, mantendo a calma, tentando afugentar da minha mente aquelas memórias. Eu ainda não estava pronta para dizer adeus, não agora, não nesse momento. Os meses vieram, a faculdade ficou mais difícil e puxada, e aos poucos fiz amizades que eu vou levar no coração, e quando chegou um ensaio fotográfico que o grupo de apoio criou, Erick acabou sendo o meu par e ele acabou me beijando ali mesmo no ensaio, e de repente, o errado por estar beijando alguém que eu não gostava, pareceu ser certo, e o que eu tinha que esquecer eu acabei esquecendo. Se tem uma coisa que eu aprendi, foi que memórias ficam gravadas dentro de nós para sempre, mas os sentimentos não. Não podemos gostar de alguém para sempre, sem que esse sentimento esteja sendo estimulado. E foi o que o meu coração decidiu fazer com relação ao Louis, deixei as memorias gravadas em mm, mas em uma noite de luau entre mim, e Erick, eu decidi jogar no mar o sentimento. E foi muito libertador.Março, Praia de Califórnia:
Eu estava sentada na areia, sob o céu estrelado de Califórnia, Erick estava com uma enorme fogueira na minha frente, ele estava tentando assar marshmellows. Quando finalmente ele conseguiu, ele me olhou como se por um instante o mundo fosse acabar, e aquele foi o nosso último momento junto:
—Cassie, eu sei que estamos tem um tempo. E você me aceitou do jeito que eu sou, e eu te aceitei do jeito que você é. — disse ele segurando em minhas mãos: — Porém, eu nunca senti algo assim tão forte, como sinto por você, e eu quero que saiba que você me tem feito o cara mais feliz do mundo inteiro. — disse ele e eu sorri ao vê-lo se expressar daquela forma.
—Credo, falando assim até parece uma despedida. —disse brincando.—E não é, é um recomeço. — disse ele sorrindo para mim, e se levantou, eu olhei para ele confusa e ele tirou do bolso da calça de moletom, um anel brilhante.
Eu olhei perplexa, atônita."Ele vai fazer aquilo que você está pensando?"
"Sim, ele vai"
"vai aceitar não vai?"
"Claro que vou!"
—Cassie, você aceita namorar comigo? — perguntou ele se ajoelhando sob a areia da praia.
Com os olhos marejados, eu assenti com a cabeça sem nem conseguir dizer nenhuma palavra.
—Sim, sim, sim! — exclamei e abracei ele com força.
Parecia um verdadeiro sonho, um sonho na qual eu jamais poderei esquecer.Abril, Júlia:
Júlia e eu continuávamos firmes e fortes, e mesmo estando em um relacionamento óbvio e ela também com David, um carinha bacana da faculdade de designer. Ainda sim conseguíamos manter o contato e o controle sobre tudo. Júlia era para mim uma irmã, uma irmã na qual sofreu comigo em todas as fases da minha vida. E quando, ela anunciou que estava pensando em aceitar uma proposta de emprego, eu só soube ficar feliz por ela e apoia-la. Era bem verdade que era uma experiência de emprego e uma porta aberta para ela conseguir novas propostas. Mas quando ela fez a mala naquele dia, eu quis agarrar nos pés dela e implorar que ela voltasse.
Todo o tempo, a presença de Júlia representavam a "minha casa." E quando nos abraçamos pela última vez no aeroporto, eu soube que a "minha casa" iria ser moradia de outras pessoas. e mesmo com lágrimas nos olhos e sentindo uma dor tremenda no peito, eu sabia que ela precisava fazer aquilo.—Me prometa que vai ficar bem, me prometa! — exclamou ela ordenando com o seu jeitão de sempre.
—Eu prometo, eu juro que eu prometo. — disse com as lágrimas nos olhos.
—E promete me enviar mensagens todos os dias depois da faculdade? — perguntou ela já chorando.
—É... eu prometo. —disse com a voz embargada.—Eu amo você irmã. — disse ela já chorando sob o meu ombro.
—Eu amo você mais do que tudo, irmã. —disse me derramando em lágrimas.—Amor, vamos. Precisamos ir. — disse David colocando as mãos sob o ombro dela.
Júlia e David entraram na escada para ir em direção do voo, e ela levou junto o meu coração e deixou boas memorias em minha mente. A casa estava vazia, não havia companhia, Erick até se disponibilizou de passar um tempo comigo, mas eu neguei. E deitada na cama ouvindo o silêncio da casa, chorei baixinho com saudades da minha mãe, e da minha família.
Ali sozinha, aprendi que, estar acompanhada era muito melhor do que estar só.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...