Capítulo 2 : "É hora de Mudanças" - parte 4

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''É engraçado como, o tempo passa e não percebemos as mudanças. A gente vai crescendo, e vai percebendo que, as coisas precisam mudar. Eu me lembro de estar olhando para mim mesma, em frente ao espelho, e não somente a minha mente que mudou, mas, o meu corpo, e a percepção também. Isso que é crescer, crescer é muito mais do que, em altura, ou na vida. É você olhar para si, dentro de si, e perceber que algumas coisas não fazem o menor sentido estarem ali. O tempo brinca com a gente que vive, por isso, é importante dar importância para ele. O que farei aqui, será apenas uma leve reflexão, eu poderia muito bem contar a minha história e não se preocupar com vocês. Mas, francamente, só estou sentada aqui escrevendo, porque sinto que tenho que lhes contar.''

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O tempo passou muito rápido, os meses, os anos se foram, e eu ainda me lembro de como a escola mudou. Os alunos, aprenderam a se respeitar, claro que bullying e outras coisas ainda estiveram presentes, mas, uma coisa eu lhe garanto: Não houve mais fantasmas. Os bailes, eram em peso o sucesso, pois, havia todo o tipo de gente se explorando ao máximo, o teatro de Shakespeare, foi somente um único passo para outras peças que conquistaram prêmios até na cidade. E agora, aqui sentada e relembrando disso, posso te afirmar, como conselho meu, que viver no anonimato pode até ser calmo e tranquilo, mas, viver longe dele vai te trazer propostas e momentos incríveis. O grupo de apoio, se dividiu em dois: A.D.A ficou para ajudar os jovens a se olharem com amor, e mostrar os seus talentos.

E além do A.D.A, criamos o A.D.C : "Além das curvas"

 E esse grupo foi o último que eu vi depois da formatura do 9º ano.

Hoje me lembro da sensação de dizer adeus a escola que um dia eu cheguei temerosa e tímida, e no futuro, me lembro de olhar para trás e sorrir. Lógico que as pessoas ainda sim, continuaram a pegar no meu pé, mas, o que realmente importa é quem eu realmente sou. E se você quer um conselho, mais um, eu lhe digo que não existe corpos perfeitos, e nem o tom certo de pele, e sim, como realmente você se enxerga, e aquilo que você se sente perante a si próprio. Quando eu peguei esse papel e essa caneta para escrever, eu não imaginei como começaria, mas, eu sabia como eu iria abordar. Esta é uma história de uma garota gorda, e negra que saiu da periferia e foi para um lugar algo e com uma enorme responsabilidade nas costas, e tudo aquilo que ela mais desejou, um dia aconteceu, de um jeito ou de outro, mas, aconteceu.

  A pergunta que eu gostaria de lhe dizer é:

Quem realmente você quer ser? 

O que realmente você sente por você mesmo?

Isso realmente é uma verdade?

Eu sabia o que eu sentia sobre mim mesma quando estava no 6º ano, mas, quando nós crescemos, nós não temos ideia do que somos ou do que seremos algum dia. Quando somos crianças, somos apenas pequenos seres humanos com sonhos e cheios de fantasia, mas, as coisas dificultam mais quando crescemos e a realidade bate na nossa porta quando chegamos na adolescência. Tudo isso é uma consequência do nosso crescimento, quando olhamos para nós mesmos, e sentimos vergonha de nós. 

Você já se sentiu assim?

Já se sentiu vergonha de sim mesmo? 

Já sentiu vontade de estar e viver e pertencer na vida de outra pessoa?

Já olhou em uma fotografia e disse:

"Eu quero ser ela?" 

E você já chorou por simplesmente não ter nascido daquela forma?   Pois eu te digo, nem sempre podemos ser confiantes, nem sempre podemos amar a nós mesmos, e não é errado almejarmos a vida de outra pessoa, isso mesmo, é comum fazermos isso. Sempre achando que não podemos gostar de nós mesmos. E por vezes, fazemos loucuras quando estamos pensando dessa maneira. Eu Cassie, fiz uma loucura, não somente uma única vez, mas, por longos anos da minha vida.  A gente cresce, e de repente, tudo que era tão simples e leve, se torna difícil e complicado. É incrível quando passamos de uma realidade para outra, e é incrível quando olhamos para nós mesmos e não sabemos o porquê nos odiamos tanto. Mas, eu tenho algo para lhe dizer:   Está tudo bem se sentir assim, eu vou contar o restante da minha história, você vai compreender.

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