—E desde quando você tem autorização para mandar ou desmandar no meu mandato? — perguntou ele se aproximando de mim e eu dei um passo para trás.
—A partir do momento onde, Cassie é a minha namorada. — disse confessando tranquilamente.
—Aquela garota é o que? — perguntou ele repetindo.
—A minha namorada, eu a amo. — disse repetindo e ele debochou e disse:
—Aquela garota só está interessada por você porque é filho do prefeito moleque! —exclamou ele.
—NÃO É! É MENTIRA! — Exclamei já furioso.
—Ah, não é? Porque você acha que ela iria querer algo com você hein?! Um garoto fracassado, sem talento. — disse ele e eu fui negando com a cabeça.
—Não fale de Cassie! Você não a conhece! — exclamei tenso.
—Querido, realmente, você está passando dos limites. — disse a minha mãe segurando em seu braço.
—Mas querida, você não vê, Louis sempre foi fraco, um tolo, sentimental demais. —disse ele apontando pra mim.
—O senhor não sabe de nada, nem ao menos me conhece. — disse por fim, saindo do quarto, batendo a porta do meu quarto.
Minhas mãos estavam trêmulas, o sangue fervendo, e quando achei que teria um pouco de paz meu pai bateu na porta e disse:
—Quero que você termine com essa garota. Nada de aventuras de adolescente. — disse ele tão frio que nem parecia ter sentimento dentro dele.
—Pai, eu não vou terminar com ela. Não é justo eu terminar com Cassie, com alguém que eu amo. —disse e ele parecia que ia rugir feito leão.
—Se você não terminar com essa garota, eu juro que mudo você pra Califórnia! — exclamou ele tremendo de nervoso.
—ENTÃO MUDE! PORQUE EU NÃO VOU TERMINAR. AGORA, SAIO DO MEU QUARTO. — E bati a porta na cara dele, ele deu um soco na porta.E eu suspirando pesadamente, tremendo feito um louco, me sentei no chão. Eu sabia que o meu pai não era capaz de me mudar, nem mesmo de cumprir as promessas que ele fazia quando estava nervoso.
Então, eu contei até 10 e tive que conter a respiração para não querer gritar. Naquela noite, não sai do quarto, mas queria ter saído. Se eu soubesse o que aconteceria naquela madrugada, com certeza teria saído, assim ficaria mais perto de Cassie, e provavelmente, teria feito algo para impedir o que ela fosse fazer. Eu adormeci depois de Claudia levou o meu jantar, não estava afim de descer e ver a cara do meu pai, e então, meu telefone tocou, eu estava tão cansado que não ouvi tocar.
Só pude ouvir, depois de aparentemente ter tocado umas 5 vezes.
Era Júlia:
SMS:
Júlia:
—LOUIS! ACORDA! É HORA DE ACORDAR.
Louis:
—O que houve?
Júlia:
—É Cassie, por favor... venha até aqui.
Nem perdi tempo de responder, o meu coração estava acelerado, olhei no relógio e vi que horas que era: 04:00 da manhã. Vesti uma camiseta, e uma bermuda jeans, e calcei um tênis correndo. E peguei a chave do cadeado da bicicleta. Saí em disparada pela porta, destranquei o cadeado, e então, subi na bicicleta desesperado. Pedalei e torci para que tudo fosse apenas um mal entendido. Correndo feito um louco pelas ruas desertas, só percebi que estava em frente à casa de Cassie, quando vi a ambulância e Cassie na maca. Ela parecia estar inconsciente. A mãe de Cassie com as mãos na cabeça, e Júlia abraçando-a.
Assim que eu cheguei, a ambulância estava saindo, e a mãe de Cassie, suspirando me olhou e disse:
—Ah filho! — e caiu aos prantos no meu ombro, da mesma forma como Cassie fizera no dia anterior.
—O que houve? —perguntei baixinho.
—Eu estava dormindo, e ouvi os vômitos de Cassie lá embaixo. Eu não sabia o que estava acontecendo. — disse Júlia trêmula: — Aí então, ouvi um baque forte no chão, eu desci correndo para ver o que era. Eu fui passar a noite porque os meus pais estavam em uma briga ferrada. — disse ela tremendo muito.
—Júlia me acordou assim que ela estava desmaiada no chão, Júlia não sabia o que fazer.
Havia um vômito na privada e nada além daquilo. — disse a mãe dela: — Eu disse que ela estava bem, disse que ela havia perdido peso, um peso enorme. — disse a Mãe de Cassie que se danou a chorar.—Tem direito apenas o responsável por ela. — disse o paramédico: — A Sra. é mãe, por favor, nos acompanhe. — disse o paramédico indicando a mãe de Cassie.
A Sra. subiu na ambulância, que partiu acelerando por toda a rua com as sirenes altas.
—Louis, ela vai ficar bem não vai? — perguntou Júlia me abraçando agora.
—Vai, Cassie é forte. Ela vai superar essa. — disse por fim.
—Ela fez aquilo de novo Louis, ela fez. E deve ter feito por bastante tempo. Era nítido!
Nós deveríamos ter ajudado ela. — disse Júlia suspirando.—E íamos você lembra? Só estávamos esperando o momento certo. É uma pena a mãe dela ter descoberto assim. Será que Cassie iria contar? — perguntei confuso.
—Eu realmente espero que ela fique bem. Vem, vamos. — disse Júlia, olhando para a bicicleta.
Montamos, e partimos em direção ao hospital, desesperados, apressados. Eu só conseguia pensar na conversa que tivera com ela, e eu vi o quão frágil ela estava. E logo depois, no papo com o meu pai. Tudo tinha sido intendo, a noite, a madrugada, tudo. Foi então, que pedalamos mais apressados do que nunca, chegamos no hospital, e vimos Cassie descarregando na maca, e indo às pressas lá para dentro.
A mãe de Cassie, entrou junto, e quando chegamos, ficamos na sala de espera. Não demorou muito, até a mãe dela aparecer pela porta e nos levantamos:
—Está tudo bem. Cassie sofreu devido a má alimentação, fraqueza. Está internada, e farão exames. Por hora, está tudo bem. —disse ela trêmula.
—Está tudo bem, minha querida. — disse Júlia, indicando a poltrona do sofá.
—Vocês sabem de algo que não sei? — perguntou a mãe dela nos olhando. Júlia então, me olhou, apreensiva e eu não esperei meados para dizer a verdade.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...