SMS:
Júlia:
—Você não vai acreditar de onde que eu saí! Você vai pirar! Xoxo, Cass.
2 horas depois:
SMS:
Júlia:
—Poderia saber onde você foi se meter? Dormindo é que não está. Xoxo, Cass.
Entrei na loja de tecidos, e fui logo muito bem recebida pela dona Marlene, ela tinha um sorriso aberto e parecia muito animada como sempre. Ela então, disse:
—Então, o que vai querer Cassie dessa vez? — perguntou ela animada.
—Bom, que tal essa lista enorme? — perguntei mostrando a lista de tecidos das madames.
—Puxa! a cada dia você está aumentando mais a lista hein? — perguntou ela dando risada. E eu dei de ombros.
Quando sai da loja, com vários rolos de tecidos, meu telefone tocou e então, eu atendi:
—Alô? —Falei subindo na bicicleta.
—Filha? onde você está? — perguntou minha mãe.
—Saindo da loja de tecidos mãe, o que houve? —perguntei preocupada.
—Bem, eu estou em casa. Mas, poderia me explicar o porquê os quadros estão no lixo? — perguntou ela curiosa.
Eu fechei os olhos por alguns minutos, havia me esquecido que eu tinha jogado os quadros fora, e presumi que ela não ligaria. Pois eu estava enganada.
—Boa pergunta mãe, posso lhe responder quando eu chegar em casa? —perguntei suspirando.
—Está pilotando? — perguntou ela.
—Sim, estou. — disse e então, ela desligou o telefone.
E como um maquinário, eu comecei a processar a informação: Como eu diria a minha mãe que eu tirei os quadros quebrados porque o meu pai resolveu aparecer do nada e me convidar para fazer o vestido de noiva da futura minha madrasta? era loucura para quem havia enfiado a cara na cerveja. Então, de repente, tive uma brilhante ideia:
Falaria sobre o meu perfeccionismo e Deus abençoaria o resto do papo. E se, eu tivesse Louis e Júlia para me ajudar também, sabe-se lá Deus onde esses dois haviam se metido. Cruzei a avenida principal, e vi uma placa na loja de panquecaria:“Precisa-se de garçonete, não precisa ter experiência.”
Eu sorri e certamente decidi que eu começaria por ali, foi então, que eu pedalei em direção em casa. E quando cheguei, minha mãe estava sentada no sofá da casa, olhando para a estante, ela me olhou e então disse:
—Poxa, você comprou o estoque todo? —perguntou ela sorrindo.—Pois é, vou acabar fazendo as roupas de todas as mulheres da alta sociedade da cidade pelo visto. — disse sorrindo: —Como você está? — perguntei a ela dando um beijo na sua testa.
—Estou bem, com saudades de ir trabalhar. — disse ela confessando.
—Em breve a Senhora vai, eu prometo. Já falou com o seu chefe? — perguntei sentando ao seu lado.
—Já. Ele me disse para ficar uns dias em casa, até eu ficar bem. —disse suspirando: —você tirou os quadros por causa de mim? —perguntou ela olhando para o chão.
—Bem, em partes sim e na outra não. Acho que a Sra precisa seguir em frente mãe. E não, ficar se dando pra qualquer cara para se sentir... quista. —disse completando a linha que eu tinha.
—Você acha? —perguntou ela mexendo na unha.
—Totalmente. Eu sei que a separação foi uma barra, mas, passou. E eu acho que está na hora de focar na Senhora e deixar as coisas fluírem. O meu pai seguiu, e você tem direito de seguir também. — disse suspirando.
—Eu só queria ser amada por alguém de novo entende, não queria me sentir tão sozinha. — disse ela confessando, e eu sabia que aquilo era a verdade.
—A separação foi uma barra dura de suportar sozinha, mas, nunca e jamais estará sozinha. Eu prometo a Senhora. Mas, não precisa sair fazendo loucuras, acho que teve a chance de simplesmente recomeçar. enfrentar a dureza da vida, e seguir em frente. —Disse e segurei nas mãos dela.
—Enfrentaremos isso tudo juntas? —Perguntou ela com os olhos marejados.
—Não importa o que for, estaremos sempre juntas nessa. —disse sorrindo e ela colocou a cabeça em meu ombro.
—Então, a madame pediu muitas roupas foi? — perguntou ela e eu assenti com a cabeça, e mostrei os desenhos.
—Puxa! digna de um verdadeiro Oscar. Ela tem bom gosto não acha? — perguntou minha mãe para mim e eu assenti.
—Bom, tenho algo para contar para a Senhora, eu e o Louis, bem, nos beijamos. —disse tranquilamente.
Minha mãe me olhou de boca aberta, me abraçou e me deu parabéns como se eu tivesse sendo premiada por algo. Eu sabia que ela estava feliz por mim, e eu estava feliz por isso também.
—Além disso, eu vou arranjar um emprego para viver uma vida mais saudável. Entrar para a academia e comer mais saudavelmente. O que a Senhora acha? — perguntei realmente querendo saber o que ela pensava sobre.
—Eu acho ótimo. mas, Cass, não pegue tão duro consigo mesma está bem? você é linda, qualquer forma que você for. —eu assenti, mas sabia que era mentira.
—Bom, vou subir no meu ateliê e fazer as roupas, tenho que entregar hoje ainda para as madames. — disse suspirando pesadamente.
Ela assentiu, e ligou a TV. Em parte, sentia pena por minha mãe ser tão incrível e sofrer assim, mas em outra parte, eu achava que era necessário para ela passar por isto.
Cheguei no meu quarto, peguei os tecidos, e fiz mais uma tentativa de me comunicar com Louis e Júlia, e mais uma vez, a tentativa foi falhada. Joguei o celular para o lado frustrada, coloquei uma música, e comecei a colocar as peças no molde e desenhar e recortar.
Depois disso, costurei em cada peça na outra, fazendo baia, fundilhos, e tecidos extras. Distraída, esqueci até do sumiço dos meus amigos, e então, quando eu vi eu fiz o primeiro vestido, e assim focando só parei quando minha mãe bateu na porta dizendo que o jantar estava pronto. Eu realmente não percebi quanta falta eu sentia daquilo, por incrível que possa ser, eu estava cansada de viver sozinha.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...