Eu estava nervosa, depois que a mãe de Louis desligou o telefone, me sentei trêmula no sofá e fiquei olhando com atenção para a janela. Eu ainda não estava acreditando, mandei mensagem para Júlia, e ela não me respondeu, achei estranho, mas ignorei.
Corri para cima, abri o notebook, e fui em buscar de inspirações para a mãe de Louis, como não encontrei nada de inspirador. Fechei os olhos e comecei a imagem qual perfil teria a mãe dele, era difícil de dizer, afinal de contas, não a conhecia. Mas, pensando na posição política dela, imaginei que seria algo mais clássico e ponderado, foi então, que eu comecei a desenhar, linhas finas, traços mais reforçados, tudo para deixar a roupa mais clássica e bonita possível. Havia feito 5 desenhos como opções, com base que poderia haver mudanças, e então, quando terminei e fechei o notebook.
Suspirei de nervoso, e senti fome. Essa fome era a pior de todas, não era como depois de um tempo sem comer, era fome por nervosismo e ansiedade. E como não ficar não é mesmo? depois de tudo que havia passado durante essas semanas todas. Eu então, fui em direção a geladeira, e peguei tudo que tinha ali, fiz uma mistura e comi como se não houvesse limites. Assim que terminei, e a ansiedade passou, veio a pior parte do processo, o nojo de mim mesma, a vergonha por me fazer passar por isso, veio também a péssima imagem de estar a cada dia mais gorda e precisar perder o peso.
Então, peguei e corri para o banheiro, com a escova de dente bem limpa, coloquei na garganta, e coloquei tudo para fora. Trêmula, e com nojo de mim mesma, me olhei no espelho, e me vi mais gorda ainda.Subi para o quarto, abri o notebook, e escrevi dietas para perder o peso, mal li ela direito, e já mandei para imprimir. Pesquisei pela cidade, uma academia, e decidi marcar hora e iniciar a jornada. Não importa o que eu tiver que fazer, eu faria de tudo para perder o peso, se Louis conseguiu, eu também conseguiria. E assim que a dieta foi impressa, peguei a bicicleta, e fui em direção ao mercado, com o cartão de emergência que eu tinha, voltei com as sacolas cheias de compras. Aquilo tinha que dar certo, deixei o dinheiro o suficiente para pagar a academia pelo menos por 3 meses, e logo vi a necessidade de arranjar um emprego de meio período. Tudo isso, para perder peso e ser do jeito como eu deveria ser. E então, eu deixei as coisas na geladeira, e o meu telefone tocou era do hospital, solicitando a minha presença por lá, minha mãe recebera alta antes da data prevista, pelo que eu ficara sabendo, ela já havia se recuperado o suficiente para poder ir embora. Alegre com a notícia, peguei o taxi e fui em direção ao hospital, afinal das contas, ela merecia finalmente chegar em casa.
Assim que cheguei, o doutor me recebeu com muito carinho e disse:—Bom Senhora, vai se livras daqui finalmente. —disse o doutor brincando.
—Mal vejo a hora de trabalhar. —Disse minha mãe ansiosa.
—Vai precisar de descanso ainda viu? E longe do álcool. — disse o doutor com uma voz mais severa.
—Sim, senhor. —disse minha mãe.
—Bom, sorte de a Senhora ter uma filha muito boa como Cassie, esteve presente o tempo todo. — disse o doutor e eu sorri com gentileza.Minha mãe sorriu, mas, não disse coisa alguma. Eu assinei os papéis, e chamei o Taxi, e em menos de alguns minutos, ela estava em casa. Assim que ela chegou em casa, ela respirou fundo e disse:
—Credo que lugar limpo e organizado. —disse ela olhando ao redor.
—Bom, eu andei dando uma faxina na casa uns dias desses. — disse sorrindo: — A senhora quer algo para comer? Comprei algumas coisas no mercado. — disse e ela negou com a cabeça.
—Eu preciso mesmo é deitar. Obrigada Cassie. —disse ela simplesmente, e subiu as escadas e fechou a porta.
Eu não sabia como reagir a aquela situação, afinal, eu já me acostumara em ficar sozinha. E de repente, vi que minha mãe se tornou uma intrusa no meio da situação.
Entrei no meu quarto, e então, decidi tomar um banho, e quando terminei, fui em direção do notebook e comecei a desenhar e a pesquisar modelos de vestidos de noiva, quem diria, eu desenhando para uma noiva. Tinha medo de contar algo para a minha mãe, certamente ela iria ser entregue as bebidas, e isso era tudo que eu não queria que ela fizesse. Porém, por outra hora, eu tinha que contar, antes que o meu pai aparecesse pessoalmente até a porta e danasse tudo. Eu estava completamente perdida, e ainda tinha a peça, o desfile e além disso tudo, tinha o casamento e amanhã com a mãe do Louis. Era muito para a minha cabeça. Me joguei na cama, e logo adormeci certa de quem, eu esperava que amanhã fosse um dia bom. Coloquei o celular para despertar cedo, tinha um encontro marcado, e eu não podia atrasar. A noite fora tranquila, e não houve nenhum sonho ou pesadelo. Acordei com o despertador tocando, olhei no relógio, e não sabia que horas que eram.
Senti um cheiro doce de panquecas, e logo o meu estomago roncou. Assim que desci as escadas, minha mãe estava preparando o café da manhã, e se surpreendeu com a minha presença:
—Filha, o que está fazendo a essa hora acordada? — perguntou ela olhando no relógio da cozinha.
—Bom, a esposa, mãe do Louis pediu que eu fosse na casa dela. E o que a senhora está fazendo acordada? — perguntei confusa.
—Tive insônia para variar. Dormir em cama de hospital, é diferente de dormir na sua própria cama. Por isso, decidi ajeitar algumas coisas. — disse ela tranquilamente: — Café, ou Leite? — perguntou ela indicando os copos.
—Café. Com certeza café. —disse sorrindo e me sentando na mesa.
—Então, esse lance com a mãe do Louis, é sobre o que? — perguntou ela virando a panqueca na panela.
—Ela tem um evento para hoje, e por certo, Louis abriu o bico sobre o meu talento com a costura e designer. Ela me ligou dizendo que o evento é sobre Gala e coisas da alto socialite. Tenho que estar com tudo pronto até hoje, pelo visto. —disse suspirando e pensando no pouco tempo que eu tinha.
—Certo. E pode me explicar porque só tem ovos na geladeira, e coisas “zero glúten”? —perguntou ela erguendo a sobrancelha.
—Estou testando uma dieta nova. — disse por fim.
—Dieta? Mas, você está tão bem. — disse ela com calma e me observando: —Por exemplo, perdeu de peso tão rápido desde que eu te vi pela primeira vez. —disse ela me olhando com atenção.
—A senhora deve estar vendo coisas, ainda continuo gorda. E custa nada melhorar. Está tudo sob controle, não se preocupe. —disse sorrindo por fim.
—Falando sobre controle — disse ela suspirando e parando antes de concluir: —Peço perdão pelo que houve comigo. — disse ela e eu pude sentir a sinceridade na voz dela.
Eu suspirei e disse:—Tudo bem mãe. Nem sempre dá para ser de ferro, não é? E aquele cara, Deus, ele estava desesperado. Jurava que tinha morrido. —disse sorrindo e ela deu uma risada debochada.
—É, não foi uma tarefa fácil para ele não é mesmo? Logo no primeiro encontro. — disse ela colocando a panqueca na bandeja e eu dei uma risada.—Mãe? — disse depois de rirmos um pouco.
—Sim querida? —perguntou ela distraída colocando a massa na panela.
—É bom tê-la de volta. — disse por fim, e ela sorriu e me olhou com um brilho no olhar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...