Capítulo 30: "Reatando velhos sentimentos"

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feito uma brincadeira sobre a sua inspiração, e ela logo adorou e perguntou se eu conseguia ver o que ela via. Eu disse que sim porque na verdade, eu era como ela, só que ao invés de roupa, eu fazia com a fotografia. E foi assim que eu acabei arranjando um emprego sem querer, ela pediu para eu fazer fotografia dos desfiles e acabei formando uma parceria sem querer. — disse ele sorrindo.

—Sabe o quão sortudo isso soa? — perguntou olhando, e ele me olhou e disse:

—Não. As pessoas famosas são pessoas Cassie, quando trabalhamos diretamente com elas notamos isso claramente. — disse ele piscando para mim, e eu sorri disfarçando.

—Belas palavras, agora tenho que ir trabalhar. —disse suspirando e ele bateu outra foto e eu disse:

—Você fica linda concentrada. — E bateu várias outras fotos.  

Fui desenhando no molde, recortando e costurando. Fazendo fundos, alças, barras, costura dupla. E as poucos as primeiras peças foram sendo criadas. Eu quis fazer números maiores, mas como reserva e precaução, fiz números menores para corpo magro. Quando trabalhamos com moda, temos que ter visão aberta para todos os tipos de corpos, não podemos ter preferência. Temos que atingir todo o tipo de pessoa, todo o tipo de corpo. Na faculdade, aprendi que, corpo é uma característica e não uma medida de produção. Cada estilista, pode produzir sem ao menos ter uma modelo, ou até mesmo medidas. Foi então, que eu aprendi que não existe padrões para a moda, e sim, para particularmente dizer, o estilista. Eu decidi produzir conteúdo voltados para a minha realidade, mas posso muito bem criar uma coleção para corpo magros e não é errado fazer tal trabalho. Da mesma forma, como não existe somente uma única cor para pintar um quadro, ou, um único sapato para um determinado tipo de roupa, ou para roupa em si. Não há padrões quando sentimos ou gostamos de algo, e da mesma forma [é para a moda. Ela é feita para todos os tipos de gostos, ou, estilos, e corpos.
Assim que todas as roupas ficaram prontas, eu finalmente deitei no chão. Eu estava tão exausta, costurar, confeccionar tudo levava tempo e deixava qualquer um cansado.
Louis sentou-se ao meu lado, e deitados ficamos vendo o teto do ateliê.

Cansada, eu olhei para ele e disse:

—Acha que vai dar certo? — perguntei suspirando.

—Claro que vai, será a melhor coleção da Fashion. — disse ele me apoiando.

—Eu me sinto honrada, é o mais próximo da minha realização que eu já tive. —disse olhando para as peças.  

—Não nenhum pouco perto do que vai alcançar. —disse ele me olhando, e eu olhei para os seus olhos.

Louis colocou a mão sob o meu pescoço, e todo o meu corpo se arrepiou. Ele se aproximou, e eu senti a sua respiração, e então, nos beijamos. E foi como se estivéssemos em uma explosão de sentimentos: Saudades, amor ativado, paixão, cansaço, como se estivéssemos reativados algo que ficou morto há muito tempo, dando vida a algo que precisava estar vivo. Louis assim que terminou de me beijar disse:

—Eu sou o seu maior fã, e não haverá outro. —disse ele ainda próximo da minha boca.  

Eu sorri e disse:

—E eu não preciso de mais nenhum se tiver você na minha vida. —disse e ele me deu outro beijo.

Ali, naquele chão duro, senti que a minha vida estava sob as nuvens. E senti que dali para a frente, as coisas iriam mudar. E foi o que houve.  

A Reunião:

Acordei cedo, estava ansiosa e nervosa. Louis foi para a casa se trocar e tomar um banho. E eu fui tomar os remédios, nada poderia dar errado. Foi então, que eu fiquei pronta e mandei mensagem para Louis, e ele me respondeu dizendo para esperar no apartamento porque ele iria me ajudar a descer os figurinos. Assim que sai do banho, fui tirando os modelos dos manequins, e dobrando e passando um perfume para tecidos, dobrei e coloquei nos sacos pequenos de plásticos. Tudo estava pronto, inclusive eu. Mas eu sentia tanto nervoso que nem podia suportar. Foi assim quando o interfone tocou, e eu atendi, e era Louis. Permiti o acesso dele, e ele subiu e vendo que eu já havia feito tudo, apenas me deu um beijo de consolo. 

Chegamos no estacionamento, e então, entramos no carro e fomos em direção ao  ponto de encontro, uma cafeteria pequena e calma, mas, sofisticada. Louis sentou na minha frente, e eu sentei de costas para a porta de entrada, fizemos os pedidos e esperamos Alice.  

Alice demorou 1:30 para chegar, e quando ela chegou só conseguia ouvir as batidas do meu coração dentro do meu ouvido. Ela chegou sorridente, e muito carismática:

—Dinto muito pelo enorme atraso, tive problemas no trânsito. —disse ela sentando ao lado do Louis.  

—Tudo bem, já imaginei que demoraria. — dise Louis piscando para mim.

Alice me olhou, e com um aperto de mão, se apresentou:

—Alice Wilson, e você é Cassie certo? — perguntou ela sorrindo e eu assenti.

Alice era uma mulher loira, beirando os seus 50 anos, óculos meia-lua entre o nariz.

Alta, branca, e de corpo magro, ela parecia estar rejuvenescida, porque mesmo parentando 50 anos, ela dava a sensação de alguém jovem e cheio de vida.  

—Então, como andam as coisas pré desfile? — perguntou Louis.

—Uma loucura total! Meu telefone está desligado temporariamente. É impossível de se trabalhar com aquela coisa tocando entende? Não traz inspiração. Querida, quando estiver no ramo de cabeça mergulhada, vai desejar morar no mato e cultivar galinhas. —disse ela brincando e piscando para mim, e eu dei uma risada.

—Eu imagino que não deva ser fácil. — comentei.

—Nenhum pouco. E então? Vamos ao que interessa? Diga-me, o que é sua coleção de verão? —perguntou ela me olhando.

eu peguei a bolsa, e então, tirei os sacos com as peças e conjuntos. Alice pegou o saco, e elogiou o fato de todas estarem perfumas e disse:

—Você fez um ótimo trabalho para a mãe de Louis, aquele vestido, céus eu fiquei com inveja todas as vezes que eu via pelo estado de Califórnia. Eu sou nascida lá, e não perdi o ramo das notícias por lá. Por isso, quando ouvi o seu nome vindo da boca de Louis, eu automaticamente aceitei em ver sua proposta. — disse ela gentilmente.

—Eu agradeço pelo elogio, eu meio que fiz o vestido para uma ocasião e acabou saindo para outros fins. Mas, fiquei surpresa quando fiz faculdade e todos sabiam o meu nome. Custou para mim me acostumar. Essa coleção de verão, é sobre representatividade, quis usar peças coloridas para demonstrar isso, as cores mais fortes representam vida, e as mais nas sombras representam coisas que a representatividade tem. Como preconceito e todas as coisas que sofremos por ela. Acho que, quanto mais noticia mandarmos sobre o abraço da moda para as pessoas, mais forças teremos para sermos protegidos por essas armas. O que a Sra. achou? —perguntei tensa.  

Alice observou cada detalhe, costura, tipo de tecido e as cores. E depois de um tempo analisando, ela abriu um largo sorriso e disse:

—Garota, se prepare porque essa coleção tem que estar no corpo de todas as meninas. —disse ela e eu abri um sorriso de alivio.  

Louis segurou a minha mão e disse:

—Você conseguiu, meus parabéns! —comentou ele sorrindo para mim.

—Eu só tenho que agradecer a você. — disse e ele beijou a minha mão.

Alice, vendo aquela cena assobiou e disse:

—Querida, você pegou um peixão. — disse ela piscando, e nós duas demos uma risada.

Dali em diante, foi somente loucura. Alice agendou 5 reuniões seguidas durante todo o período até o desfile, e na medida que fui conhecendo as pessoas que estavam envolvidas, eu tive a total certeza de que estava no caminho certo. Não demorou muito para o dia do desfile chegar, e Louis e eu, ficamos cada vez mais próximos, e era muito bom estar amando-o novamente.

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