Capitulo 30: "Reatar um velho sentimento"

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O apartamento do Louis dava de dez a zero no meu, era tudo enorme, muito bem decorado e havia fotografias por todo o canto. Assim que cheguei, fomos recebidos por Frank, o bulldog de Louis, que logo veio animado me conhecer.

—Ei, que fofo! — disse fazendo carinho na cabeça dele. 

  —Frank Cassie, Cassie Frank. —disse Louis sorrindo e colocando a chave na maçaneta, e entrando com pressa para dentro do apartamento.

Eu fiquei olhando ao redor maravilhada, e então, sorrindo disse:

—Você tem um bom gosto hein?! — comentei sorrindo e vendo a decoração da casa.  

—Porque acha que eu escolhi você? — perguntou Louis e eu abaixei a cabeça com vergonha.

O sofá era preto, um tapete cinza escuro redondo, e um raque branco dava um ar de casa arrumada e bem estilosa. Na parede do sofá, havia um quadro de Frank na areia.

Cheguei mais perto, e fiquei por alguns segundos observando, quando, Louis disse:

—Essa é a minha preferida. —disse ele ficando atrás de mim, e me abraçando.  

—É linda. —disse sorrindo e beijou a minha bochecha.

—Então, vamos? Peguei tudo que eu preciso. —disse ele erguendo a mala da camera.

—Onde vai com a câmera? —perguntei curiosa.  

—Bom, somos parceiros. E eu queria fazer algumas fotos daquela sua vista linda no terraço, e também, queria fotografar você trabalhando. —Disse ele sorrindo e eu me senti importante.  

—Uau! assim eu me sinto importante. — disse e ele disse:

—Você é importante! —comentou ele sorrindo e eu sorri de volta.  

Louis fechou a porta, e saimos do apartamento e disse:

—Sabe, quando se tornar reconhecida e famosa, tenho certeza que vai combater com todas as formas de preconceito. —disse ele me olhando enquanto entramos no elevador.

—Porque está me dizendo isso? — perguntei curiosa. 

  —Porque, você ensina as pessoas Cassie. Elas precisam de você, não sabe o impacto que causa na vida das pessoas. Por isso, o seu desejo é o meu, e o seu projeto é o meu. —disse ele segurando na minha mão.  

—Eu nem sei o que dizer, quero tanto trazer Além das Aparências como empresa Louis, sinto que posso ajudar as pessoas com isso. —Disse suspirando: — Mas, ao mesmo tempo que sinto isso, sinto que estou tão longe disso acontecer. Chega quase a ser impossível!
—desabafei e ele me olhando disse:

—Cassie, você também achava que sair daquele hospital, e vencer a Bulimia era impossível. E olha só para você? está firme, forte e principalmente curada. As coisas demoram quando estamos ansiosos, mas, vai acontecer. Estarei com você, em todo o tempo. & disse ele beijando a minha mão.  

—Obrigada. Eu nem sei o que dizer. — disse sorrindo, e a porta do elevador se abriu, e juntos fomos em direção do carro.

—Diga, que topa jantar comigo. —disse ele e eu olhei surpresa e disse:

—Já não comeu comigo? —perguntei colocando as mãos na cintura.  

—Já. Mas, nunca foi um jantar romântico. E outra, precisamos faer as coisas normais depois de tantos anos separados. E aí? você topa? — perguntou ele me olhando com atenção.

—Como negar? — perguntei retoricamente, e ele sorriu para mim.

Chegamos em casa, e eu olhei para o estoque de rolos de tecidos que eu tinha. Pensei na forma como eu poderia trazer algo inovador, foi então, que eu peguei o papel e ao lápis, e comecei a rabiscar. Louis ficou me olhando, atento, ele abriu um sorriso e tirou uma foto, e conforme eu fui desenhando, e pensando ele foi registrando tudo. Assim que terminei os desenhos, eu mostrei para ele e ele ficou admirado:

—Cassie, estão incríveis! realmente Alice vai amar. Pode confiar, ela vai te querer no desfile. —disse ele sorrindo e eu sorri de volta e disse:

—Estou nervosa, e nem acredito nisso. Como conseguiu o contato dela? — perguntei curiosa.  

—Olha, a história é bem interessante. Conhecia Alice em um mercado, ela estava escrevendo em um caderno as cores das frutas, eu achei aquilo tão interessante, ela tem o talento de pegar inspiração com coisas aleatórias do dia a dia. Lembro de ter feito uma brincadeira sobre a sua inspiração, e ela logo adorou e perguntou se eu conseguia ver o que ela via. Eu disse que sim porque na verdade, eu era como ela, só que ao invés de roupa, eu fazia com a fotografia. E foi assim que eu acabei arranjando um emprego sem querer, ela pediu para eu fazer fotografia dos desfiles e acabei formando uma parceria sem querer. —disse ele sorrindo.

—Sabe o quão sortudo isso soa? — perguntou olhando, e ele me olhou e disse:

—Não. As pessoas famosas são pessoas Cassie, quando trabalhamos diretamente com elas notamos isso claramente. — disse ele piscando para mim, e eu sorri disfarçando.

—Belas palavras, agora tenho que ir trabalhar. —disse suspirando e ele bateu outra foto e eu disse:

&Você fica linda concentrada. —E bateu várias outras fotos.  

Fui desenhando no molde, recortando e costurando. Fazendo fundos, alças, barras, costura dupla. E as poucos as primeiras peças foram sendo criadas. Eu quis fazer números maiores, mas como reserva e precaução, fiz números menores para corpo magro. Quando trabalhamos com moda, temos que ter visão aberta para todos os tipos de corpos, não podemos ter preferência. Temos que atingir todo o tipo de pessoa, todo o tipo de corpo. Na faculdade, aprendi que, corpo é uma característica e não uma medida de produção.

Cada estilista, pode produzir sem ao menos ter uma modelo, ou até mesmo medidas. Foi então, que eu aprendi que não existe padrões para a moda, e sim, para particularmente dizer, o estilista. Eu decidi produzir conteúdo voltados para a minha realidade, mas posso muito bem criar uma coleção para corpo magros e não é errado fazer tal trabalho. Da mesma forma, como não existe somente uma única cor para pintar um quadro, ou, um único sapato para um determinado tipo de roupa, ou para roupa em si.

Não há padrões quando sentimos ou gostamos de algo, e da mesma forma [é para a moda. Ela é feita para todos os tipos de gostos, ou, estilos, e corpos.

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