Capítulo 27: "Águas passadas, movem Moinhos"

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Após o ensaio fotográfico de Louis, ele dispensou a modelo e disse que o pagamento seria amanhã na empresa. Ele me olhou e sorriu e disse:

—Não acredito que você está aqui. — disse ele sorrindo e eu sorri timidamente.  

—Nem eu, parece uma mentira. —disse sorrindo e ele assentiu e colocou a câmera na mochila preta enorme e colocou no ombro, e me ajudou com alguns rolos de tecido.

—E então, o que está aprontando? — perguntou ele me olhando com atenção.

—Bom, eu quero abrir uma empresa de moda e costura, um ateliê. Quero trabalhar por conta própria. Depois da demissão me vi perdida, completamente perdida. E eu não soube o que fazer em uma cidade tão grande assim. Então, entrei em contato com uma empresa de fotografia, e eles marcaram um horário amanhã as 14:oo horas. — disse.

—E deve estar ansiosa para isso então. -— disse ele me olhando e dizendo: — Meu carro está do outro lado da rua. — disse ele indicando a direção, e eu segui.  

Atravessamos a rua, e ele parou em frente de uma caminhonete, eu olhei e disse:

—Esse é o seu carro? —perguntei surpresa.  

—Sim. Parece um exagero para a Nova York, mas, esse possante, me ajuda nos projetos e casamentos e com os equipamentos de fotografia. Basicamente é aqui onde a magia acontece, é o baú da felicidade. —disse ele sorrindo e destravando o alarme e as portas.

Ele abriu a porta traseira, e colocou a bolsa com os equipamentos.

E então, abriu a porta do motorista e disse:

—Você não vai entrar? —perguntou ele e eu assenti, e puxei a porta do passageiro.  

Sentei e coloquei o cinto de segurança, e ele colocou a chave na ignição e disse:

—Pronta? me leva até a sua casa? — perguntou ele com o mesmo sorriso de sempre, eu assenti e ele disse: — Continua dizendo o que estava dizendo. — disse ele retoricamente, e o meu cérebro fez um esforço danado para relembrar do que eu estava dizendo, e fazendo isso, eu disse:

—Então, tudo começou com a Madame Hillary, uma famosa empresária e estilista do ramo. Ela chegou no meu escritório e não gostou de mim, tipo, literalmente de mim.
Eu a tratei bem, mas, ela se sentiu totalmente ofendida com a minha aparência e criou textos e colunas que me difamaram, e principalmente, a Famous. Então, meio que Kim e o conselho não tiveram outra opção a não ser me transferir. Mas, pelo jeito, Madama não ficou satisfeita e ameaçou o pessoal porque, eu fui demitida sem nem ao menos ter conversado com Kim. —disse suspirando.  

—Cara, que mulherzinha ruim. — comentou ele dirigindo em direção do semáforo: — E o que você fez? Falou com Kim? — perguntou ele me olhando.  

—Não, de jeito nenhum. Eu quase coloquei a empresa em falência. Eu decidi seguir o meu caminho, deixando isso para lá. Famous não merece, e Kim também. — disse olhando para o semáforo mudando de cor, do vermelho para o amarelo, e do amarelo para o verde. 

  —Eu compreendo que de certa forma, você trouxe transtornos Cass. Mas, e o seus direitos? Está desempregada agora. — disse ele comentando.  

—Bom, eu sei disso. Mas, eu guardei um bom dinheiro na conta, graças a Deus por isso.
E também, estou em Nova York, a ter onde tudo é possível. Olhe só, nos reencontramos novamente. — disse comentando e ele sorrindo assentindo.

—Por essa, eu não esperava. E Júlia? Como ela está? — perguntou Louis, seguindo a minha direção. 

  Eu parei, olhei para a frente e disse:

—Deve estar bem. Nunca mais conversamos depois que sai da Califórnia e me formei.
Ela foi segui os seus caminhos, e eu fico feliz por ela. —disse sorrindo, mas, falar de Júlia como se ela fosse uma velha amiga, me doeu.  

—Eu sinto muito por terem se afastado. —disse Louis doce e sutil como sempre.  

Eu sorri e disse:

—É. O destino tem dessas, não é? Quer dizer, nem sempre podemos estar do lado de quem amamos. E isso é completamente normal. — disse sorrindo: — Moramos juntas no meu primeiro ano de faculdade, foi incrível! Não conhecíamos Califórnia direito, até mesmo ela que fez intercambio. Mas, nossos caminhos se dividiram, e com o emprego na Famous, acabei me afastando e ela também. inclusive, ela mora aqui em Nova York, pelo menos, até onde me lembro. —Disse sorrindo e indiquei o prédio na minha frente:

— Aqui, eu moro aqui. — disse sorrindo e ele estacionou o carro, e segurou na minha mão, o seu toque, me fez gelar por dentro.  

—Olha só como o destino nos fez nos encontrar hoje, não planejamos por isso. Então, da mesma forma como nos encontramos, vamos encontrar Júlia também. — disse ele olhando para a minha mão e fazendo carinho nela.

De repente, me senti estranha. Como se um estranho estivesse me fazendo carinho, eu olhei para a sua mão, e vi o que me fez afastar por completo. Uma aliança de compromisso.

Limpei a garganta, e retirei a minha mão e disse:

—Você tem razão, o destino nos aproximou. Mas, não somos mais os mesmos. — disse e ele abaixou a cabeça e disse:

—Cass... —como se fosse um sussurro.  

—Foi muito bom te encontrar, e obrigada pela força. E também, obrigada pela carona. — disse e abri a porta do carro.

Ele ainda ficou me olhando passar pela frente do carro e abriu o vidro e disse:

—Ei! — gritou e eu olhei para ele e disse:

—Me passa seu número, quem sabe na minha empresa não pode te ajudar. —disse ele e eu aproximei do vidro dele e disse:

—Tem caneta aí? _perguntei e ele sorrindo, foi bruscamente revirar no carro um papel e uma caneta.  

Assim que ele pegou, eu passei o número e ele disse:

—Eu vou te ligar. — disse ele sorrindo e eu sorri de volta e entrei no condomínio, assim que eu entrei, o meu telefone tocou, e eu atendi:

—Alô?! — perguntei curiosa.  

—Foi muito bom te ver. —disse ele e eu me senti quente.

—Foi muito bom te ver também. — disse e virei para a porta, e vi o carro dele saindo pela porta e o telefone desligou.

Além das Aparências - Veja além das suas AparênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora