Quando entramos no carro, minha mãe segurou as minhas mãos e percebi quão nervosa ela estava. Eu beijei o dorso de sua mão, e disse:
—Vai ficar tudo bem, hoje, é o dia mais importante da sua via. — disse e ela com os olhos marejados sorriu de volta.
Assim que chegamos no rio, havia um arco enorme de flores e várias cadeiras de plástico brancas, havia bastante gente sentado ali, e o futuro marido da minha mão estava olhando para o relógio, ele deveria estar tão nervoso quanto ela. Aquele momento me fez sonhar, eu sei que é o casamento da minha mãe e que, eu sou jovem demais para pensar no meu casamento, mas aquela magia do momento me fez viajar. Eu imaginei vestida de noiva, entrando pelo tapete vermelho, e algum cara ali me esperando para o altar (algum cara porque, eu não sei quem é). Estacionei o carro, e todos olharam atentos, Júlia saiu primeiro, e abriu a porta para a minha mãe passar, depois, eu sai e todos me olharam com emoção, e então, estiquei a mão para a minha mãe e disse:
—É hora de casar. —Disse e ela abriu um largo sorriso e deu a mão para mim saindo carro.
Todos automaticamente, ficaram com postura, a pequena orquestra composta de violino e teclado, se posicionou e o maestro deu o sinal, e quando eu e a minha mãe ficamos prontas para entrar, a música começou a tocar, e em passos lentos e calmos, eu e a minha mãe caminhamos até o altar.
Um fotógrafo, começou a tirar fotos nossas, vários cliques. E quando, chegamos até o altar e eu entreguei a minha mãe nas mãos de Henrique, ele abriu um largo sorriso a mim agradecendo, e depois, eu peguei o buquê de flores da minha mãe e fiquei ao lado de Júlia. Durante a cerimônia, eu me senti um pouco observada, porém, achei que fosse bobeira. E quando o casamento acabou e logo veio a festa, eu senti alguns olhares curiosos, Júlia saiu de fininho em busca de comida, e eu sorri para todos os convidados a fim de cumprimentar o novo casal de Chesterville. E quando, olhei para a minha esquerda, avistei a Sra. Laura, e ela deu um aceno com a cabeça, e eu acenei de volta, Júlia apareceu com uma taça de Champanhe, e eu dei o primeiro gole e a minha mãe chamou Júlia e a mim para tirarmos uma foto, o fotógrafo com a câmera no rosto se posicionou, e quando erguemos a taça e sorrimos para a foto, o fotografo ficou uns 5 minutos olhando para a câmera e não bateu a foto.
Henrique disse:
—Está tudo bem com a posição meu caro? — perguntou ele confuso.
O Fotografo, parou e ergueu o dedão como positivo, mas, não disse nenhuma palavra.
Depois de tirarmos umas 10 fotos diferentes, finalmente, eu estava liberada.
Sentei nas cadeiras, e Júlia sentou-se ao meu lado e disse:
—Que situação estranha, não é? —perguntou ela me olhando e dando um gole de champanhe.
—Como assim? —perguntei confusa.
—Há um tempo atrás, estávamos sentadas aqui na noite fria, você me pediu que eu dissesse algo, eu sabia que você queria que eu dissesse. Mas, eu estava tão cansada e com medo quanto você estava naquela noite. —disse Júlia, olhando para o lago.Eu abri a boca para responder, mas, Sra. Laura apareceu e sentou-se ao meu lado:
-Olá meninas, que bom vê-las por aqui novamente. - disse ela como sempre muito gentil, e carinhosa.
—Olá Sra. Laura. Bela cerimonia, não é? —perguntou Júlia erguendo a taça.
—E como, sua mãe está linda Cassie. —disse ela me olhando com atenção: — Aposto que darão belas fotos quando forem reveladas. — disse ela dando mais um gole.
—Eu agradeço. Desta vez, não tive participação real na festa. Mas, me senti orgulhosa pela felicidade da minha mãe. — disse sorrindo com leveza.
Eu queria perguntar de Louis para ela, se ela tinha alguma novidade. Mas, uma voz interna dentro de mim me impedia de fazê-la, e eu não a fiz.
—Não creio que soube, mas, o Robert faleceu de infarto vai fazer 1 mês. — disse ela olhando para baixo.
—Eu sinto muito Sra. Laura. —Disse baixinho colocando a mão nas mãos dela.
—Tudo bem, ele não se cuidou. — disse ela abaixando a cabeça.
—Eu sinto muito Sra. Laura. —disse Júlia também: — E como ficou a prefeitura? —perguntou Júlia.
—O povo fez uma votação, e me elegeram como prefeita. — disse ela suspirando : —E tem sido um desafio enorme lidar com tudo isso, Robert sempre foi um bom gestor, e um péssimo pai e marido. — disse ela sorrindo leve.
—A cidade está em boas mãos, e tenho certeza disso. — disse sorrindo e ela assentiu com a cabeça em forma de gratidão.O fotografo bruscamente, veio até nós três e bateu uma fotografia. Certamente, ele a descartaria, afinal de contas, todas nós fomos pegas de surpresa. Sra. Laura foi chamada por um grupo de pessoas, Júlia e eu nos entreolhamos e então, Júlia fez a pergunta que me assolou:
—Acha que deveríamos ter perguntado do Louis? eu me senti meia mal por não saber se eu deveria. — disse ela suspirando.
—Sinceramente? eu não sei se nós deveríamos. Quer dizer, acho que ela decidiu ignorar o fato. — disse dando de ombros.
—Você acha que o Erick está afim de você? — perguntou ela me olhando com atenção.
—Eu não faço a menor ideia Jú, o que eu sei é que, eu preciso seguir o meu coração.
Preciso esquecer Louis, pelo menos, por um tempo. —disse suspirando e ela assentiu com a cabeça.
—Acho que, pelo menos, eu acho que ele está seguindo o dele, não é? —perguntou ela, mas, eu não soube responder.
Naquele fim de tarde, voltamos para casa. Júlia adormeceu no banco da frente, e eu foquei a vista para a viagem. Eu estava cansada, não de corpo, mas de mente. Parece que sempre que volto para Chesterville, a cidade me faz me sentir pesada e cansada e uma verdadeira criança, eu deveria evitá-la, mas, o meu coração ainda estava lá.
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Além das Aparências - Veja além das suas Aparências
RomanceVocê já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de uma garota normal, que ela me fez pensar duas vezes antes de responder alguém ou até mesmo fazer um...