Capítulo 3: "Um novo Ciclo" - parte 4

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—Pois saiba, que eu também não vi sentido nenhum. Mas, o bom é que eu conheço cada lugar proibido da Califórnia, vai por mim, é medonho. E você, o que esteve fazendo por aqui? — perguntou ela me olhando com atenção.

—Bem, você sabe, nessa cidade é uma loucura. Mas, nunca tem novidade no ar, eu tive que sair mais cedo da escola. Meus pais se separaram, e eu, foi uma loucuras — disse colocando a mão na testa.

—Eu sinto muito. Casa, porque não me contou por mensagens? —perguntou Júlia com atenção.

—Bem, porque nem eu acreditei quando o meu pai foi embora. E não acreditei mais ainda, quando, eu tive que ir até o juiz pra ouvir um monte de coisa. Até hoje, não entendo como o meu pai pode fazer aquilo com a gente, comigo. —disse abaixando a cabeça, as lágrimas viriam, eu tinha certeza disso.

—Então, era isso que te fez mudar tanto? A separação. —disse ela analisando.

Eu dei de ombros, Louis apareceu, me olhou e eu abaixei a cabeça, ainda não compreendia porque ele fazia aquilo. Parecia ser vergonha de mim, parecia que eu era um monstro. Eu então, suspirei e disse a Júlia:

—Vou ter que encontrar o Louis no parque, é castigo dele por chegar atrasado no teatro. —disse suspirando.

—Puxa, isso que é castigo. —debochou ela.

—Era para ser depois da aula, preciso de reforços. Mas, infelizmente, não posso impedir do astro de ser astro. — disse sorrindo e Julia debochou.

O sinal tocou, e então, caminhamos em direção aos armários para pegar o material da próxima aula, Julia, passou a mão no meu braço como de costume. E de repente, aquele momento foi nostálgico. E ela disse:

—Olha, eu tenho outra coisa para te mostrar. Um sonho estante. — disse ela indo em direção ao armário dela com pressa e voltou com um caderno lilás e com letras que não consegui ler.

 Ela abriu o caderno e disse:

-—Esse é o grupo "A.D.A", nos tempos atuais. —disse ela dando os ombros.

Ela abriu o caderno, e me entregou, eu olhei as inúmeras fotos e anotações sob elas: havia uma fileira de garotas e garotos abraçados em frente ao uma mesa com um enorme bolo com as inicias: "A.D.A" em cima do bolo. Os adolescentes, sorriam para a foto. Todos gordos. Eu dei um enorme sorriso, ao ver o grupo tão grande daquela forma, deveria ter 15 alunos no máximo reunidos Passei a página e vi outro grupo: "Além das Curvas", um grupo bem menor, de garotas negras e gordas com um uniforme azul celeste, todas elas sorriram para z câmera.

O meu olho, se encheu de lágrimas e ela disse:

—Você estendeu a escola inteira para me ajudar, você sabe, daquele problema. Eu odiava a mim mesma, eu detesta a forma como eu era nascida. Então, punia o meu próprio corpo. Não faça isso consigo mesma Cass, seu corpo não tem nada a ver, com a mente nojenta das pessoas. Ele é tão inocente quanto você. — disse ela sorrindo.

Com os olhos marejados, eu sorri e fiz menção de devolver o caderno, ela então disse:

—Este é seu. A escola mandou fazer, o grupo completou 4 anos de história e nascimento. Achei que, você sendo a fundadora, podia simplesmente levar consigo na sua jornada. – disse ela sorrindo : — e a propósito: eu tenho o meu. — disse ela piscando e eu dei um sorriso.

Abracei o caderno com força, e então, coloquei no meu armário com carinho. De repente, o que Julia me disse me fez parecer ter algum sentido. Não fazia lógica fazer, mas, quando eu entrei para a aula de educação física, rapidamente troquei de opinião.

Era um erro próprio meu, e eu tinha que resolver.

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