Capítulo 11: "Uma Loucura" - parte 1

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Depois do hospital com Cassie e Júlia, retornamos para a casa de Cass, e ficamos a noite inteira vendo filmes de terror. Foram vários seguidos, um de cada vez, e não sei como, mas, Júlia acabou dormindo no sofá. Ficamos apenas eu e Cassie, e decidimos então, trocar de filme, quando o filme começou Cassie, apoiou a cabeça em meu ombro, e eu suspirei.

Ela então, disse:

  —Acha que eu devo aceitar o convite da confecção do vestido de noiva? — disse ela realmente parecendo estar confusa. 

—Sinceramente? eu acho sim. É uma oportunidade rara, e sabe-se lá Deus quando vai tê-la de novo. —disse a ela, e realmente estava sendo sincero.  

—Eu penso nisso também, você viu como minha mãe estava. Fico preocupada em como ela vai reagir com tudo isso. — disse ela confessando.  

—Eu entendo que esteja pensando em sua mãe, mas, pense na sua carreira. Você tem potencial para produzir esse vestido. —E ela me olhou nos meus olhos, e eu devolvi esse mesmo olhar.  

—Às vezes eu penso no futuro sabia? — perguntou ela e eu ergui a sobrancelha curioso.

—É mesmo? E o que você pensa? — perguntei realmente querendo que ela desabafasse comigo.  

—Em como será, e as vezes, bate um medo sabe? —disse ela suspirando.

—Eu sei bem como é Cass, eu também tenho a mesma sensação. Ao mesmo tempo que me sinto alegre e inspirado para viver sobre o futuro, eu fico com medo do que ele possa me proporcionar. — disse sorrindo e Cassie sorriu de volta. 

—Seja sincero tá? —disse ela olhando para a tv.

  —Sempre. — disse e ela deu uma risada.  

—Bem, você gosta de mim? — perguntou ela e o meu coração disparou, o que eu poderia dizer? Negar? Seria uma baita mentira.  

—Sinceramente? Gosto muito de você. —disse a ela, e ela surpresa me olhou e disse:

—Porque? —perguntou ela baixinho.

Eu parei, e então, disse:

  —Quando estou perto de você, posso ser quem eu de fato sou. Posso gritar e sei que você vai me ouvir, posso chorar e sei que você vai me dar consolo. Vai muito além de uma simples reciprocidade, eu vejo beleza em seu olhar, vejo sinceridade quando eu preciso. Você é linda Cassie, uma musa para mim. — disse e ela negou com a cabeça e disse:

—Então, porque eu não me sinto assim? — perguntou ela baixinho

   —Porque? Porque ainda não teve ninguém que te fez sentir assim. —disse baixinho próximo dos lábios dela, ela sorriu, e então, eu coloquei a mão em seu rosto. 

Ela me olhou nos olhos, e eu não pude me conter. Dei um beijo em Cassie, no primeiro momento, ela me olhou surpresa, como se, realmente não soubesse o que viria a seguir. E então, algo surpreendente aconteceu, ela devolveu o beijo. E ali ficamos, nos beijamos por horas. E eu senti, cada molécula do meu corpo saltando de alegria, aquele de fato, seria o melhor momento da minha vida, e nenhum outro conseguiria me fazer sentir da mesma forma como eu me sentia.

Foi então, que deixamos de nos beijar, ela deu um sorriso bobo, e o seu olhar brilhava mais do que as estrelas, ela encostou a cabeça no meu peito, e adromeceu ali mesmo. Demorei para pegar no sono, mas quando dormi, eu me sentia nas nuvens. 

Acordei e olhei no relógio, era umas 4 da manhã, eu estava com Cassie ainda deitada sob o meu peito. Era impressionante o como ela ficava linda até mesmo dormindo.

Olhei no meu celular, e vi 5 chamadas perdidas da minha mãe, era óbvio que eu estava encrencado, mas, para mim não fazia tanta importância. Se o meu pai era controlador, já minha mãe era o oposto, e por vezes, me pegava pensando em como pessoas tão diferentes, poderiam estar juntas. Meu pai dizia que era perseverança, e já minha mãe, dizia que era sorte de principiante, e era engraçado como eu achava que era os dois.

Pensando nisso, acabei sendo tomado por um sono, e novamente adormeci.

Quando acordei, Júlia estava rindo na cozinha, e Cassie já não estava mais encostada no meu peito. 

—Bom dia dorminhoco. — disse Júlia rindo e pulando no sofá. 

—Céus! eu estou quebrado. —disse bocejando.

—Dormir no sofá é horrível né? — perguntou Júlia me olhando com um olhar animado. 

—Nem me fale, é péssimo. Que horas são? —perguntei olhando no celular, eram 9:30 da manhã.

   —Cassie subiu, foi tomar um banho. O dia ontem foi uma barra para ela. —disse Júlia suspirando.

  E eu assenti.

  —Ela me contou que vocês dois ontem se beijaram, eu achei um máximo. Finalmente pararam de frescuras. —disse ela sorrindo.

   —Isso não tem graça. Estou faminto! — comentei e a minha barriga roncou.

—Sua sorte é que tem pão fresquinho que eu fui buscar, se não morreria de fome. — disse Júlia tranquilamente.  

—Muito obrigada pelo conforto. — disse eu suspirando e levantando em direção da cozinha.  

Assim que eu preparei o meu pão, Cassie chegou, sorridente, e me deu um abraço pelas costas.

Eu sorri, e então, disse:

  —Bom dia, princesa. — disse e ela sorriu e me deu um beijo.

O telefone de Cassie tocou, era sábado, e não tínhamos nenhuma pretensão de sairmos. Porém, aquele telefonema, mudou o nosso dia completamente.

E a voz que Cassie fez, foi de partir o coração:

—Eu entendo pai, eu entendo. — disse ela rouca. 

Júlia me olhou confusa, e eu dei de ombros sem entender nada.  

—Porque não é da sua conta! — exclamou ela com fúria:

— Vocês nem estão mais casados, porque o Senhor se importa?! — questionou ela com desdém.  

Mais silêncio e então, ela disse:  

—Estou indo aí. —disse por fim. 

—O que houve Cass? —perguntou Júlia confusa.  

—Meu pai! — exclamou ela para mim e para Júlia: —temos que ir ao hospital. — disse ela por fim, e colocando o sapato.  

Quando saímos pela porta, meu telefone tocou, era o meu pai e então, tive que atender:

  —Oi pai. — disse tranquilamente.

—Onde você pensa que está? sumir assim? sem avisar. —disse o meu pai com uma voz de fúria.

  —Bom, eu avisei a mãe que estaria com Cassie. — disse tranquilamente. 

—Estaria e não passaria a noite. virou um vagabundo?! _ Perguntou ele com um tom de voz que eu já conhecia.  

_Pai, não precisa para tanto. — disse rapidamente.

—Venha para casa! — ordenou ele: — Te quero aqui! —disse ele e desligou o telefone.

Cassie e Júlia, se viraram para mim, e então, eu disse:

—Reunião com o prefeito. —disse dando os ombros.  

Cassie assentiu, e me deu um beijo, Júlia fez o toque e saiu em disparada com Cassie.

Eu peguei a bicicleta, e fui em direção a minha casa. Já sabendo da bronca que eu levaria.

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