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Capítulo 26: "Reencontro"

A briga com Hillary cresceu, até porque, tomou proporções imensas e para variar, tivemos que trabalhar dobrado para conseguirmos conciliarmos todo o prejuízo. E então, tive que não usar minhas redes sociais por uns tempos, estava lotada de comentários maldosos e sem nenhum contexto, onde as pessoas batiam o pé dizendo que eu era a errada nessa coisa toda.

E mesmo quando lançamos o projeto novo, os comentários não pararam, e as coisas saíram fora do controle, quando decidiram fazer uma pequena revolta em frente a empresa, e novamente tivemos que fazer uma reunião, e dessa vez, era séria: 

  —Cassie a situação saiu do devido controle, temos que te transferir. — disse o conselheiro.  

—Infelizmente, não vemos outras opções. —disse a outra parceira.  

—Mas, isso não é justo. —disse comentando e eles colocaram as mãos na cabeça.  

—Bom, então é isso? — perguntou Kim incrédula: — Vão simplesmente tirar Cassie daqui e coloca-la onde? — perguntou ela sem compreender.  

—Temos uma filial em Nova York, acreditamos que se mostrarmos que Famous saiu dessa empresa, tomamos uma atitude contra as possíveis atitudes dela. —disse o conselheiro chefe.  

Eu me reclinei na cadeira incrédula, como podiam simplesmente fazer isso comigo?  

Assim que a reunião acabou, e todos saíram, me propus a arrumar as minhas coisas. E quando comecei a colocar na caixa, a primeira lágrima caiu dos meus olhos, e consequentemente, me vi chorando de soluçar, houve uma batida na porta, e eu bruscamente tentei secar as lágrimas, a minha secretária apareceu com delicadeza e disse:

—Eu vou com a Sra., para Nova York. &disse ela me olhando com empatia.

   —Não Sara, não é justo com você. — disse suspirando e limpando a última gota do meu rosto.  

—E nem com a Sra., por isso, eu vou. —disse ela firmemente.  

—Onde fica a filial, você sabe? —Perguntei curiosa e suspirando. 

  —Na 225 W 39th St, New York, NY 10018. Se chama, Gracia Fashion. Ela não tem o mesmo nome, mas tem a mesma confecção e padrão. —disse minha assistente suspirando.

   E eu assenti com a cabeça pesarosamente, eu não estava pronta para dizer adeus. Meu coração estava apertado.  

2 dias depois...

Eu estava no trem, ouvindo aquela música, aquela música que me fez lembrar você. Eu estava viajando, nas memórias, nas lembranças, e por tudo o que eu passei. Aquela canção sempre me fazia lembrar de você, sempre me fez lembrar dele, era impossível de esquecer. Éramos tão jovens, amantes do nosso amor. E agora, eu estava partindo, dando adeus a cidade onde tudo começou, um homem sentou-se ao meu lado, mas eu nem dei bola, eu estava partindo. A viagem iria durar muito tempo, talvez horas, ou até mesmo dias. Com o fone de ouvido, comecei a lembrar de onde eu vir, e para onde eu estaria vindo.

2 dias depois...

Eu estava finalmente chegando próximo de Nova York, depois do trem, eu peguei um avião e embarquei direto em Nova York. Assim que cheguei no apartamento onde eu havia reservado. Eu estava exausta, o apartamento era mobiliado, e eu agradeci aos céus por aquilo, não havia mais o calor da Califórnia, e eu estava sentindo a secura do clima no momento em que coloquei os pés de Nova York. Foi então, que eu me joguei na cama e acabei adormecendo, no dia seguinte, eu iria para a empresa iniciar o meu primeiro dia de trabalho. Acordei com o telefone tocando, e suspirando atendi ainda com a voz embargada de sono.  

—Alô? — falei baixinho e olhando no relógio para ver que horas que era.

—Sra. Cassie? — perguntou uma voz feminina do outro lado da linha.

—Sim? Sou eu mesma. —disse me levantando e sentando na cama.  

—Aqui é Michelle, sócia da empresa, poderia conversar comigo? — perguntou ela com uma voz atenciosa.

   —Claro, claro. Podemos conversar, peço desculpas pela voz de sono, eu acabei adormecendo. — disse sorrindo.

—Não se preocupe com isso, pode ficar tranquila. Na verdade, o assunto é bem chato.
Infelizmente, a Famous cortou laços com a Sra. — disse ela suspirando.  

—Como assim?! eu vim para Nova York para trabalhar na filial. —disse confusa.

—Eu sei, e eu sinto muito Sra. Cassie. Mas, a Famous entrou contato conosco e cortou os laços empresariais com relação a Sra. Eu sinto muito. Seus direitos trabalhistas estão sendo depositados em sua conta, espero que encontre uma empresa para a Sra. —disse ela com atenção.

—Pode me explicar o devido motivo? - perguntei confusa.  

—Claro, A Madame Hillary entrou em contato conosco, e por vias únicas, ela deixou bem claro que cortará laços com Famous e Gracia se permanecer no nosso grupo. Eu sinto muito. —disse ela, e eu parei, sem conseguir encontrar palavras para responder: — Eu sinto muito. — disse Michelle com um pesar na voz.

—Está tudo bem Michelle, obrigada por me avisar. —disse engolindo a seco e suspirando.

Assim que eu desliguei o telefone, eu me senti sufocada, em uma cidade nova, desconhecida eu senti um pânico pairando sobre mim. Se saber o que fazer, me levantei e decidi tomar um ar puro, troquei de roupa, e desci no elevador e quando cheguei na avenida, e olhei para os dois lados, e sem direção, comecei a caminhar.
Nova York era toda cheia de luz, passos, falas, sons, música, vida. Eu olhei maravilhada para todos os lados, e com atenção percebi na foram como as pessoas estavam se vestindo. Era incrível como poderia morar aqui se não estivesse desempregada.  Assim que cheguei na enorme praça, vi músicos tocando violão, e vi pessoas ouvindo e cantando junto, vi mendigos tentando encontrar um trocadinho para comer.

E vi enormes banners de lojas de roupas, e marcas importantes, e de repente, eu me sentei no banco da praça e me senti totalmente perdida e confusa, nunca havia me sentido daquela forma. Eu não estava totalmente perdida por ter tido a dádiva de juntar o meu salário e gastar com coisas necessárias apenas, ou seja, daria para aguentar até eu conseguir um novo emprego.   Eu estava ali sentada no banco da praça, quando vi uma pequena criança andando de bicicleta, tentando se equilibrar, e então, eu sorri ao ver aquela cena.

A criança, passou por mim e deu um sorriso gentil, e o seu pai me olhou com um olhar de gentileza, mas não esboçou nenhuma palavra. Eu decidi então, que era hora de voltar para casa, e no caminho, encontrei uma lanchonete e decidi parar e tomar um milkshake. Enquanto estava na fila, eu só conseguia pensar no que eu tinha que fazer, mas era bem verdade, que eu estava perdida. 

Completamente perdida.