Capítulo 17: "Emprego e Visita"

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As aulas acabaram, Júlia foi ao Teatro, durante essa semana ela havia ficado lidando com os problemas do teatro, e eu ia em direção ao treino. Assim que cheguei no treino, o treinador chegou em mim e disse:

—Você tem sido bem focado no time recentemente. — disse ele colocando a mão no meu ombro.

   —Acho que é merecedor não é mesmo? o time merece vencer nessa competição. — disse dando os ombros.  

—E é por isso que quero que você seja o Capitão do time nesse campeonato, acho que esses meninos precisam do seu estimulo. —disse o treinador em entregando a faixa laranja.

Eu olhei para a faixa, maravilhado com o fato de finalmente estar sendo reconhecido no time. Coloquei a faixa no braço, e continuei novamente com treino, ficamos por uma hora e meia treinando táticas e defesas, e quando acabou o treino, Júlia apareceu no campo, e quando me reuni com ela, ouvi burburinhos atrás de nós, mas eu ignorei e ela provavelmente também. 

  —E aí capitão, como foi o treino? — comentou ela sorrindo.  

—Muito bom, por sinal. Tipo, primeiro treino oficialmente sendo o capitão e isso me deixou bem animado. E o teatro? — perguntei e Júlia deu um breve suspiro.  

—Bem, eu me desdobrei em 7 hoje, o pessoal está finalizando a última cena do teatro, os figurinos ficaram perfeitos, é incrível como Cassie se detalhou nos mínimos detalhes. Combinam perfeitamente com os personagens, ela gostaria de estar aqui. —disse ela suspirando.  

—Nem me fale, gostaria que ela estivesse aqui também para ver o meu treino como o capitão. —disse, e ela colocou a mão sob o meu ombro.  

—Então, nesse caso, vamos embora? — perguntou ela e eu assenti.  

—Você vai pra casa e nos encontramos no hospital? —perguntei ela assentiu, e fizemos o nosso toque e eu fui em direção ao vestiário.  

Assim que eu cheguei, ouvi alguns rapazes rindo e debochando de mim, achei aquilo perfeitamente normal, já que, acontecia com muita frequência. O John então, o goleiro apareceu do meu lado e disse:

—Quer dizer então, que não basta pegar a outra, você pega amiga?! — perguntou John rindo e eu me virei pra ele e disse:

—Como é que é? — perguntei me virando para ele.  

—Cara a escola inteira está comentando sobre você a Júlia, fala aí. Está rolando alguma coisa? — perguntou ele me olhando com atenção.  

—Claro que não. E porque não tomam conta da vida de vocês? —perguntei e fechei o armário do vestiário e fui em direção ao chuveiro. 

  Houve um silencio brutal entre os jogadores, e quando liguei o chuveiro, ouvi os armários sendo fechados. Suspirei, e coloquei o chuveiro no gelado, eu estava tão cansado dessa escola, dessas pessoas. Assim que desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha, e fui em direção ao armário e vesti a minha camiseta e calça e fui embora.

Chegando no bicicletário, destranquei o cadeado, e fui pedalando para a escola, ainda pensando no desaforo de antes. Assim que cheguei em casa, havia um bilhete escrito:

“Querido, estou na reunião com as meninas, volto tarde. Xoxo. Seu pai trabalhará até tarde na prefeitura, receba isso como se fosse um presente. Amo você.” 

Peguei o bilhete, amassei e joguei fora, entrei no meu quarto, e vi a mensagem de Júlia:

SMS: 

Júlia:

—Está aí?  

Eu:  

—Acabei de chegar, já falou com a mãe de Cassie para o horário de visita?  

Júlia: 

  —Ainda não, está a maior confusão aqui. Mas, vou mandar mensagem, receio que esteja trabalhando 

Eu:  

—Então, vou esperar o retorno.  

Júlia:  

O.K 

Joguei o telefone para o lado, e então, me joguei na cama. Me lembrei que eu tinha um trabalho para fazer, o meu telefone tocou e eu atendi, era um número desconhecido:

—Alô? — falei pegando o telefone.

—Aqui é da lanchonete “Maddison”, sou a gerente Kathleen, você é Louis certo? — perguntou ela e eu suspirei e disse:

—Sou eu mesmo, do que se trata? — perguntei e a moça disse:

—Seu pai, veio aqui dizendo pra reservar a vaga de emprego, é isso mesmo? — perguntou ela tranquilamente.  

—Sim, mas, do que seria a vaga? — perguntei curioso.

—Garçom. Você vai aceitar o cargo? — perguntou ela com atenção.  

—Vou sim, que horas que eu tenho que comparecer? — perguntei e a moça respondeu:

—Amanhã, 12:30. —disse ela e eu despedi dela e desliguei o telefone.  

Eu nunca fui de negar nada na minha vida que eu não achasse que fosse util. Então, se fosse útil que eu fosse trabalhar, então, eu iria. Comecei a fazer o trabalho de História quando Júlia me ligou e disse:

—Oi, a mãe de Cassie disse que podemos ir agora as 17 horas fazer a visita. Tudo bem pra você? — perguntou ela.

—Claro que sim. Por mim, está tudo ótimo. —Disse com uma voz etérea.

—Ei, está tudo bem? — perguntou ela com atenção.  

—Sim, esta sim. Só a moça da lanchonete me ligou, pelo visto, eu tenho um emprego e começarei amanhã depois da aula, incrível né? — perguntei desdenhando e ela deu uma risada fraca e disse:

—Pensa só, vai receber um dinheirinho. Cassie vai ficar feliz por você. — disse ela por fim, e aquilo, só aumentou o desejo de vê-la.  

As horas se passaram muito rápido, e quando percebi, já era hora da visita. Peguei a bicicleta e sai em disparado ao hospital, e chegando lá, Júlia estava sentada no banco da frente do hospital, olhando para um pedaço de papel.

Com o coração apertado, fui e deixei a bicicleta ali mesmo, e disse:

—Cassie? —perguntei afobado.  

—Calma super herói, Cass está bem eu acho. Estava esperando por você. — disse ela ainda olhando para baixo.  

—Então, o que houve? — perguntei e sentei ao seu lado.  

—É oficial, meus pais vão se parar. — disse ela me olhando com um olhar brilhante, como se fosse desabar no choro a qualquer momento.  

—Eu sinto muito Jú, eu sinto muito mesmo. — disse abraçando-a.  

Depois que ficamos abraçados, Júlia secou as lágrimas e disse:

—Já não era novidade para ninguém não é mesmo? Quero dizer, eles já estavam nesse pé de guerra tem tempos. Mas, no fundo, eu esperava que tivesse uma chance deles se reconciliarem. Acha bobagem minha?
— perguntou ela me olhando cm atenção. 

  —De forma alguma eu acho que você teve esperanças, e isso é muito bonito. —disse consolando e ela sorriu fraquinho, secou as lágrimas e dobrou o papel da justiça dizendo sobre a separação dos pais.  

—Acho que você não é o único que precisa de um emprego. — disse ela sorrindo e essa era a Júlia que eu conhecia, a garota brincalhona e debochada.

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