Luto invisível

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Pov's Sasuke

- Naru. - Acariciei suas costas o chamando, eu sabia que ele não tinha dormido.

- Oi. - Respondeu baixinho.

- Você quer ficar aqui mais por hoje?

- Hum? - Ergueu o rosto do meu peito para me olhar.

Seus olhos vermelhos e rosto inchado por todo o choro da noite apertavam meu coração imensamente.

- Quero dizer, eu disse que podíamos ficar pelo fim de semana se quisesse, ou voltar também assim que voce me pedisse, então... O que você quer fazer?

- Eu... - Ele se ajustou parecendo estar com os músculos todos rígidos enquanto se sentava ao meu lado ainda sobre o colchão. - Acho que prefiro ficar, mais um pouco pelo menos... Se não tiver problemas. - Encolheu os ombros.

- Claro que não tem. - Me sentei também experimentando a mesma rigidez nos músculos e ficando de frente pra ele. - Podemos ficar pelo tempo que você quiser. - Dei um selinho nos seus lábios antes de por as pernas pra fora do colchão.

- Onde vai? - Segurou meu pulso.

O olhei, parecia tão indefeso e pequeno, tão frágil, e nem era uma surpresa que ele estivesse dessa maneira, mas nem por isso a visão se tornava agradável.

- Vou descer, pegar algo pra você comer e avisar a recepção que vamos ficar. - Expliquei passando a mão levemente pela sua bochecha.

Ele engoliu em seco e assentiu, não disse nada, mas seus olhos imploravam então me adiantei.

- Não vou demorar.

Um sorriso fraco apareceu em seus lábios e então eu fui.

Passei na recepção, comuniquei que iríamos ficar por mais um tempo, aproveitei pra pegar uma caixa que havia separado, ainda não sabia se ia usar, se Naru gostaria, mas achei melhor levar. Depois voltei pelo buffet de café da manhã e separei algumas coisas que ele poderia comer, fiz meu caminho rapidamente e quando entrei de volta no quarto Naru estava sentado, enrolado até a cabeça no lençol branco como um pequeno filhotinho, quase exatamente como eu o havia deixado.

- Demorei? - Perguntei deixando a caixa na mesa de canto.

- Não. - Sua resposta veio acompanhada de um leve beicinho.

Sentei ao seu lado na cama trazendo os pratos de comida.

- Temos pão, presunto, queijo, pão de queijo, bolo de cenoura com chocolate e suco de maçã. - Apontei mostrando as comidinhas.

Apesar de tudo ali ser coisas que ele adorava sua cara se contorceu em uma careta.

- Não acho que eu esteja com fome. - Segurou com uma mão a barriga enquanto me olhava com cara de dó.

Curvei os lábios.

- Eu sei que acha, mas não jantamos ontem e seu corpo precisa. - Avisei pegando um pedaço de bolo e levando até seus lábios. - Tenta. - Incentivei ganhando um olhar desconfiado, mas então ele revirou os olhos e fez como eu pedi dando uma boa mordida sujando o canto dos lábios com a cobertura. - Gostoso?

Ele mastigou e mastigou até que pudesse acenar e pegou o bolo da minha mão.

Sorri satisfeito e peguei pra mim um pão de queijo, apesar de que igual a ele eu não estava com a mínima vontade de comer, eu sabia que precisava também então forcei tudo que pude pra dentro. Quando terminamos recolhi a bagunça e levei até embaixo rapidamente.

- Quer conversar, tomar um banho, ficar só deitado em silêncio? - Perguntei quando voltei ao quarto com ele.

- Deita comigo. - Pediu e eu prontamente atendi.

Meu Alfa (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora