Morga - A Maga do Vento

4. Os Ambalis e a Antiga Profecia - Décima Segunda Parte.

— Meu gingão, assim que chegarmos à Colônia Briosa vou produzir Kernite Dênsia, um creme que vai curar você. Você vai ver, vou saber usar os Ambalis e farei tudo por você — disse Morga, acariciando seu amigo adorado.

O Piróssio abriu o bico e semicerrou os olhões, apoiou a cabeça no peito de Morga e emitiu um lamento infantil.

Gardênio não deu um passo; aquela garotinha o deixara transtornado.

— Você fala coisas estranhas e realmente faz magias. Certamente não é uma Daki como as outras. E acabo de perceber agora que você nunca esteve na Colônia Briosa, senão todos teriam percebido os seus dotes. De onde você vem? — O U'ndário sabia muito bem que Serunte mandara não fazer perguntas, mas não podia resistir.

— Não posso lhe dizer nada e peço que não insista. — Morga fechou a bolsa de viagem e tocou de leve no Obolho, que esvoaçava ao seu lado.

— Você também tem um Obolho de cristal! É praticamente idêntico ao dos Fhar. Quem foi que lhe deu? — Gardênio sentia tamanha confusão na cabeça que temeu estar enlouquecendo.

— Ouça, você deve confiar em mim. Prometa que não dirá a ninguém o que viu. — A Maga do Vento ficou muito séria.

— Eu preciso contar para Serunte. Não posso esconder-lhe algo desse tipo. É um Fhar poderoso e sabe que eu executo suas ordens sem contar mentiras. — O U'ndário apanhou o Corcundoso e, com determinação, voltou a meter a cartola na cabeça.

— Ele já sabe de tudo — respondeu a garotinha seráfica.

— Serunte sabe disso? Ele conhece você tão bem assim? — Gardênio permaneceu boquiaberto.

— Claro. Por que acha que ele mandou você até aqui para me levar secretamente para a Colônia Briosa? Você nem sequer suspeitou? — Morga pressionou a ponta de prata do Gual, e o Obolho desapareceu de repente.

Gardênio retraiu-se, olhando-a de soslaio.

— O poderoso Serunte seguramente tem uma boa razão para conhecer você. Eu executo ordens e não faço perguntas.

Fim da Décima Segunda Parte.