4. Os Ambalis e a Antiga Profecia - Primeira Parte.

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Casa de Eremia
Estação Invéria - 6º dia do ano 500
Temperatura: 15 graus abaixo de zero
Lua azul-cinza e lua vermelha diurnas

Às cinco horas da manhã, quando a lua branca ainda iluminava a capa de neve, a caravana dos Dromantes já havia chegado à cascata do rio Hamandor, no cume das montanhas da Cosmogonia Rochosa. Em meio ao silêncio e ao gelo da estação Invéria, até o tempo parecia ter se cristalizado como o gelo que enfeitiçava a água. A ausência de ruídos era quebrada somente pelo uivar das feras; os monstruosos animais das montanhas de Emiós estavam mais nervosos que o normal por causa da lua branca noturna. Tinham ímpetos de agredir os viajantes, porém a presença de um Fhar lhes incutia temor, mantendo-as numa distância devida.

Serunte sinalizou a Gardênio que devia parar.

— Mande os Dakis prosseguirem; irão sozinhos para a Colônia Briosa. Nós seguiremos para Áurea Nyos com as mercadorias.

A ordem do Fhar foi executada sem nenhuma hesitação.

Horp, que adormecera na garupa do seu Piróssio, acordou de repente ao ouvir a voz de Serunte. Passou as mãos pelos cabelos pretos cacheados e lançou um olhar para Yhari. O amigo não estava absolutamente cansado, pelo contrário, parecia estar cheio de energia.

— As feras já não constituem perigo, porém tomem cuidado, sigam pela beira do rio e dentro de uma hora estarão em casa — disse o U'ndário barbudo, apontando o Corcundoso para o sul.

Fim da Primeira Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora