— Não há nenhum que lhe agrade?
Morga apertou o velho livro no peito e não se moveu nem um milímetro.
Lumira afastou a franjinha sebenta dos olhos e reparou no anel com a folha de diamante.
— Morga, hoje de manhã cedo você não estava com ele! Lembro-me perfeitamente desse seu pingente horroroso, mas não do anel! Você o comprou aqui?
Pliope ficou curiosa e aproximou-se de Morga, que abraçava o livro como se fosse uma criança que necessitasse de proteção.
— Bonito, realmente muito bonito esse anel... Tenho a sensação de já tê-lo visto — comentou a Ancilante, tocando nos dedos de Morga.
— Impossível — replicou a Maga do Vento, retirando a mão.
— E então? Onde foi que você o conseguiu? Em que loja de Karash? — inquiriu Lumira, desconfiada.
Morga não sabia o que dizer. Não conhecia nenhuma loja!
Pliope mostrou-se interessada na joia.
— Se você quiser, posso trocá-lo por esse grosso livro que você encontrou.
A jovem Imperfeita meneou a cabeça.
— Não. Não posso...
— Não pode? E por quê? — indagou Lumira.
O grupo de Dakis aguardava a resposta de Morga, que pousou o livro sobre a arca e tirou do bolso do macacão térmico o saquinho cheio de pedras preciosas.
— Eu prefiro trocar por uma destas gemas.
Lumira arregalou os olhos diante do punhado de riqueza.
— Como é que você conseguiu tantas pedras preciosas? Mas... quem é você?
Pliope fechou a cara: era a primeira vez que via uma Daki com tantas pedras e brilhantes. Aproximou-se de Morga e pegou algumas do saquinho.
— Seguramente, elas provêm do Mosteiro de Hamalios. Foi uma Gestal que deu para você? E em troca de quê?
A jovem Imperfeita defendeu-se da saraivada de perguntas reagindo impulsivamente.
Fim da Sexta Parte.
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Morga - A Maga do Vento
FantasyAno 500. Planeta Emiós. Morga tem 12 anos, cabelos curtos - negros como piche -, o rosto salteado com sardas roxas sobre a pele branca e olhos azuis. Ela vive em uma casa escondida na floresta com Eremia - a Bramante Branca dos poderosos achar, gove...