6. O Mapa e as Poças de Esmerilha - Penúltima Parte.

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Os quatro amigos montaram nos Piróssios. Wapi esticou o pescoço e cuspiu uma labareda roxa. Cilla pestanejou e agitou as plumas amareladas. Os dois avestruzes permaneceram juntos e saíram saltitando ritmadamente.

Morga fez uma careta engraçada.

— Que engraçadinhos.

— Sim. Formam mesmo um belo casal... como nós. — Yhari ruborizou; a frase lhe saíra sem que ele desse por isso.

A Maga do Vento baixou o olhar e não disse nada, embora sentisse a felicidade borbulhando na boca do estômago.

Horp deu um tapinha no seu Piróssio, que saltitou posicionando-se à frente dos demais.

— Sigam-me, sei onde fica a abertura que nos levará às Conduturas Cobríficas; é preciso descer lá no fundo, perto das encostas das montanhas.

Atravessaram a zona das Poças em poucos minutos e saíram dos ones de luz dos lampiões. Procuravam orientar-se em meio à escuridão e ao gelo. Morga puxou as rédeas, e Wapi estacou, cravando as patas na neve.

— Alto, estou sentindo um cheiro muito forte de terra úmida e profunda. Provém do leste.

Os Dakis redirecionaram suas montarias para o lado certo e pararam novamente quando Morga ergueu o braço direito.

— Estamos muito próximos. Sinto uma energia poderosa. Não posso estar enganada!

Os quatro apearam dos Piróssios. A Maga do Vento meteu a mão no bolso do macacão e pegou o Glibine. Ao vê-lo, seus amigos ficaram atônitos.

— Que pedra é essa? — inquiriu Drima, estendendo a mão.

— Foi minha mãe que me deu. E, agora, ela vai ser utilíssima. — Morga acocorou-se como um animal e usou o Glibine como fizera antes no pequeno depósito da casa de Eremia.

A pedra vermelha cintilou, iluminando o solo repleto de neve e pedras pretas. O cheiro de terra úmida tornou-se muito forte, e Morga concentrou-se, semicerrando os olhos.

— Pronto, a entrada dos subterrâneos deve estar aqui perto.

Fim da Penúltima Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora