Morga - A Maga do Vento

6. O Mapa e as Poças de Esmerilha - Décima Sexta Parte.

Lefório alarmou-se, e as duas Sentinelas voaram rente ao chão até os robôs enguiçados.

— É uma maldição! — gritou Lefório, tomado de um violento impulso de ira.

Os Dakis imobilizaram-se, e o Fhar, com gestos raivosos, deu ordens para que regressassem à Colônia.

Embora as Mecânias Fluantes já tivessem produzido e canalizado milhares de litros de Masmi pelas Conduturas Cobríficas, era de vital importância suprir a demanda e aquecer todos os edifícios de Emiós. A avaria incompreensível foi interpretada por Lefório como mais um sinal da profecia. A sobrevivência de todos estava correndo perigo.

O Fhar abandonou a zona e dirigiu-se à Colônia com as duas Sentinelas: os U'ndários já haviam sido informados de que teriam de consertar os robôs rapidamente no dia seguinte. Os Dakis subiram nas Kombas preocupados e assustados com a reação de Lefório.

— A primeira Mecânia que travou foi a nossa, a de número 4. Jamais haviam acontecido coisas desse tipo. É você, Daki sardenta, que é pé-frio. Não tem força nas mãos e é desajeitada. Você é diferente de todos nós — gritou Lumira, encolerizada.

Morga ergueu o braço direito e apontou o dedo contra a garotinha.

— Um sopro de ar bastará para varrer você.

E, enquanto dizia isso, uma rajada de ar supergelado atingiu Lumira, deixando-a boquiaberta.

Reful pegou-a pela mão e, juntos, fugiram correndo.

Drima apertou-se entre Horp e Yhari e pegou Morga pelo braço, tentando acalmá-la.

— Não reaja, senão vão descobrir sua verdadeira identidade.

— Deixe-me! Este lugar é repugnante. Trabalhar com este tempo gelado e com este fedor é como estar submetido a tortura. Como é que vocês puderam não se rebelar antes e quebrar esses monstros que sugam líquido lodoso?! — A ira da Maga do Vento era tão forte que deixou até Yhari desconcertado.

A garotinha tirou as luvas: suas mãos frias e dormentes tremiam de irritação. Ela percebeu ter reagido de maneira demasiadamente agressiva.

Fim da Décima Sexta Parte.