Morga - A Maga do Vento

9. O Conciliábulo dos Fhar - Sétima Parte.

— Precisamos procurar Eremia ou Serunte; seguramente, um dos dois está tentando entrar em contato com ela, motivo pelo qual o Obolho está apitando. — Yhari arrastou os demais em direção à saída e, quando chegaram à portinha de alabastro, não souberam abri-la.

Drima postou-se diante da janelinha ao lado da estátua de prata de Okrad. Observando o lado de fora, ela viu uma figura envolvida numa capa branca. Num primeiro momento, temeu tratar-se de uma Sentinela e baixou a cabeça, mas logo voltou a erguê-la exclamando:
— Eremia!

Bateu nos vidros, e a Bramante sobressaltou-se. Aproximou-se da janela e apoiou a Kaplá aos vidros. Os seus olhos cinza encontraram-se com os cor-de-rosa de Drima. A jovem Ancilante gesticulou, e Eremia compreendeu que Morga estava em perigo.

— Não podemos sair; Morga está com o prego de ouro, e esta janela não abre — explicou a menina, quase chorando.

— Gire o dedo mínimo da estátua de Okrad; é assim que a porta abre pelo lado de dentro — conseguiu dizer a Bramante, que, levantando a máscara, soprou nos vidros e depois olhou para trás para verificar se não havia Sentinelas.

Drima obedeceu, aproximou-se da estátua do Grão-Medônio e, timidamente, girou o dedo: a porta de alabastro abriu-se.

Yhari acolheu Eremia com um abraço.

— Peço-lhe, salve Morga!

A Bramante repeliu o Daki e entrou, fechando a porta.

— Não fique nervoso e jamais volte a tomar a liberdade de me abraçar!

Yhari encolheu-se e baixou a cabeça para se desculpar pelo excesso de intimidade. Depois, indicou o aposento octogonal onde Morga desaparecera. Eremia caminhava rapidamente, seguida pelos garotinhos. Examinou primeiramente o assoalho e, depois, o móvel piramidal; puxou diversas vezes a maçaneta, mas nada aconteceu.

— Certamente Okrad inventou uma armadilha perfeita. Vou tentar enviar outra mensagem para ver se Morga responde — falou, levantando a Kaplá até a testa.

Fim da Sétima Parte.