Não posso dizer mais. Essa técnica é importante e você terá de aperfeiçoá-la por conta própria. — A Bramante baixou as mãos e permaneceu em silêncio.
Morga sentiu o peso da responsabilidade: conhecer os segredos xamanísticos dos Fhar era algo importante, embora o vento permanecesse seu amigo mágico de sempre, que jamais a abandonaria.
Ela fechou a Alchemios Brevis e abriu o Flatus, um pequeno caderno quadrado com breves anotações sobre a magia do vento, de sua própria autoria. A capa era vermelha e, no centro, bem em evidência, havia a inicial do seu nome, um M impresso no antigo alfabeto dos Fhar. Eremia a desenhara alguns anos antes, quando Morga começara a estudar o sentido do vento.
Enquanto a Bramante arrumava alguns pergaminhos, a garotinha se distraiu da leitura e olhou pela janela, pensando em Yhari. Não conseguia esquecê-lo.
A breve distração foi logo detectada por Eremia, que perdeu a paciência. Tanto que, depois de ter desenrolado os mapas mostrando as zonas e cidades de Emiós, ela decidiu encerrar a longa aula noturna de alquimia alienante.
Chegara a hora de revelar o segredo mais temido dos Fhar.
Ela tomou o tubinho de papel que Serunte lhe dera algumas horas antes e chamou a atenção da garotinha. O papel continha frases que marcariam para sempre o destino de Morga.
Ela ergueu a mão direita e tocou o kumkum vermelho, e esse gesto fez tilintar o prego e a chave pendurados na pulseira. Era um sinal inequívoco do seu nervosismo.
— Morga, não se distraia. Agora que você conhece os Ambalis, escute, há mais uma coisa que você precisa saber — a velhíssima xamã insistiu.
Fim da Terceira Parte.
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Morga - A Maga do Vento
FantasíaAno 500. Planeta Emiós. Morga tem 12 anos, cabelos curtos - negros como piche -, o rosto salteado com sardas roxas sobre a pele branca e olhos azuis. Ela vive em uma casa escondida na floresta com Eremia - a Bramante Branca dos poderosos achar, gove...