6. O Mapa e as Poças de Esmerilha - Primeira Parte.

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Colônia Briosa
Estação Invéria - 7º dia do ano 500
Temperatura: 35 graus abaixo de zero
Lua azul-cinza e lua vermelha diurnas

Duzentas Kombas levantaram voo em direção à cidade de Karash. A guinadas e solavancos, os pequenos meios de transporte penetravam nas densas nuvens repletas de neve que ocultavam o céu. Mal-humorado, Lefório seguia o seu voo com o olhar e esboçava uma careta de prazer por detrás da Kaplá de ferro e gelo sâmico. O Pramago permanecia diante da grande vidraça da cúpula vermelha em que residia e, embora tivesse dificuldade para esconder sua preocupação por Telkia, conseguia sentir satisfação ao observar que a maior parte dos Dakis escolhera passar o tempo nos salões de jogo e nas lojinhas de Karash. Lefório virou-se para as suas duas Sentinelas inseparáveis e disse-lhes à meia-voz, para não ser ouvido pelo grupo de Gestais no fundo da sala:
— Os garotos não desconfiam de nada. Melhor assim; ninguém deve saber a verdade que nos assola.

Naquele momento, os ovos voadores pilotados por Yhari, Horp e Drima chamaram sua atenção pela grande velocidade com que se deslocavam. Então as Kombas pararam e ficaram flutuando a meia altura diante do portão verde-escuro da penúltima casa da Colônia Briosa.

Lefório apurou a vista e focalizou as pupilas adotando uma técnica de alquimia alienante.

Fim da Primeira Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora