9. O Conciliábulo dos Fhar - Primeira Parte.

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Áurea Nyos
Estação Invéria — 9º dia do ano 500
Temperatura: 30 graus abaixo de zero
Lua branca noturna

Na Megorá reinava a fragrância de flores; cálices em forma de ampolas repletas de tisanas relaxantes, energéticas e purificadoras rodopiavam pelos ares, impulsionados por hélices de cobre. Pratos e bandejas volteavam lentamente graças à asas constituídas de pétalas gigantes, oferecendo alimentos suculentos e frutas frescas. Na parede central destacava-se o grande afresco Ópera Eterna, que representava as torres de Áurea Nyos entre árvores frondosas e portões dourados.

O quingentésimo Conciliábulo dos Fhar estava prestes a começar, e as candeias verdes e azuis a Óleo Trimado estavam todas acesas. A claridade iluminava as cem poltronas de madeira maciça dispostas em semicírculo sobre vários degraus, cujos encostos de Veludo Bagatela vermelho ostentavam as iniciais dos Fhar gravadas em sânscrito. Oitenta e nove delas estavam ocupadas, porém cinco haviam sido cobertas por um brocado negro em sinal de luto. Outras seis encontravam-se vazias.

Okrad estava sentado na poltrona central do degrau superior e, do alto, podia observar o auditorium inteiro. O ferro de sua Kaplá brilhava como prata, e o gelo sâmico assemelhava-se a cristal. O Grão-Medônio vestia seu manto negro, uma túnica púrpura e um chapéu esférico com a inicial do seu nome bordada em sânscrito.

Fim da Primeira Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora