7. Os Vermes Gigantes e a Viagem Subterrânea - Décima Quarta Parte.

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— Viemos comer alguma coisa quente. Nas Poças de Esmerilha congela-se! — anunciou o barbudo ruivo, tirando a cartola coberta de neve.

Sasima levantou-se do pequeno sofá e prontificou-se a preparar algum prato, mas Gardênio a pegou pelo braço e lhe entregou o emaranhado de rédeas dos Piróssios, murmurando:
— Esconda isto. Os garotos as haviam deixado penduradas dentro do poço. Por sorte, fui eu quem as encontrou.

Os U'ndários e algumas outras Gestais observaram a cena, sem ouvir as palavras de Gardênio.

Para tentar desviar a atenção, o barbudo ruivo se voluntariou para transportar as mercadorias:
— Eu posso tentar, não tenho medo do gelo.

Os seus companheiros riam comiam focaccia e bebiam tisanas quentíssimas.

— Você é sempre o mesmo. Mas você nunca se cansa?

Sasima intuiu a intenção de Gardênio: entrar em Áurea Nyos com o pretexto de entregar mercadorias e tentar ajudar Morga. Contudo, nenhum Dromante suportaria aquele tempo horroroso. A conversa terminou rapidamente e o U'ndário ficou olhando para a Gestal, procurando a enésima cumplicidade.

Sasima saiu da cozinha para respirar o ar frio e olhou para o céu: estava cinzento e carregado de nuvens. O gelo e a tristeza penetraram em seu coração. Como gostaria, naquele momento, de estar ao lado de Animea e dizer-lhe para não se preocupar e ter confiança. O destino de Morga não podia ser modificado.

E que a profecia já tinha se tornado realidade era algo que a própria Maga do Vento sentia até dentro dos seus ossos, ao caminhar cansadamente pelas galerias para procurar uma saída para Áurea Nyos.

— Deveríamos estar exatamente debaixo das montanhas da Cosmogonia Rochosa: a a abóbada do túnel é de pedra branca — comentou Morga, iluminando o ambiente com o Glibine.

O mapa indicava um trajeto tortuoso que subia e descia entre cavernas e pontos obscuros.

Fim da Décima Quarta Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora