7. Os Vermes Gigantes e a Viagem Subterrânea - Décima Primeira Parte.

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Com os olhos semicerrados, a Maga do Vento cuspiu água que ainda tinha na garganta e, com um fio de voz, chamou por Yhari.

O corajoso Daki estava se recuperando, mas o incidente ocorrido no fundo do rio deixara um rasgão em seu macacão térmico, na altura da coxa esquerda.

A luz amarela das candeias de Óleo Trimado iluminou a perna do garoto.

— Felizmente, você não se feriu — comentou Horp, que tanto temera ter perdido o amigo para sempre.

Yhari levantou a cabeça do chão; ainda respirava de forma irregular, mas queria de qualquer maneira tranquilizar a jovem maga e, estendendo o braço em sua direção, disse poucas palavras:
— Tenho uma coisa para você...

Morga virou-se e viu a cordinha negra com o Gual balançando a mão de Yhari.

— Você o achou! Obrigada... obrigada! — Molhada, assustada e consciente de que Yhari havia arriscado a vida mais uma vez, ela se arrastou em sua direção e pegou o pingente.

Cilla e Wapi esticaram os pescoços, pestanejando, enquanto Horp e Drima acariciavam-nos para mantê-los calmos.

Morga sentou-se, apertou a esfera de cobre e puxou a ponta de prata: o Obolho reapareceu, esguichando vapor.

O sorriso voltou aos rostos dos quatro garotinhos. A magia estava salva!

— Você vai nos mostrar a chave misteriosa? — indagou Drima, curiosíssima.

Morga desatarraxou o Gual e pegou a chave de bronze verde com a ponta dos dedos.

— Aqui está; e estes dizeres aqui significam Lei Cósmica no código mágico dos Fhar.

— Lei Cósmica? — repetiu Horp, fitando o estranho objeto.

— Exatamente, mas eu não sei o que ela abre. Eremia é quem o dirá. Só sei que se trata de uma chave importante que eu não posso perder — explicou Morga, recolocando-a no interior do Gual.

— Talvez ela abra alguma gaveta secreta de Okrad ou de algum outro Fhar — acrescentou Yhari.

Fim da Décima Primeira Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora