Wapi aproximou-se silenciosamente e bateu de leve nas costas da garotinha com o bico.
Morga quase perdeu o equilíbrio.
— O que você está fazendo? Está sentindo o influxo das luas? Pare com isso! A situação não está para brincadeiras. Recolha-se no prado com seus amigos avestruzes!
Irascível e irredutível, com os nervos à flor da pele, ela correu para dentro de casa, subiu as escadas e fechou-se no quarto.
Eremia acariciou Wapi e permaneceu olhando o horizonte. O sol estava muito pálido, a lua vermelha brilhava como uma estrela, ao passo que a branca já estava completamente negra. As árvores ao redor da casa começavam a perder as folhas, formando um tapete no chão.
— O frio vai nos envolver e tornar este mundo sem ternura ainda mais triste. Invéria é a estação mais rigorosa, e eu estou demasiadamente cansada para enfrentar o futuro. — A Bramante falava sozinha, como se estivesse se dirigindo ao ar que sacudia seu vestido.
A solidão e a tristeza também liberaram energias negativas no segundo andar da casa. Morga estava desesperada. Deixou-se cair sobre a cama, inerte, gritando:
— Malditos Fhar! Mas quem são vocês? Que magias vocês usam? Que ilusões transmitem?O sono a colheu em prantos, e o lenço molhado contendo o Glibine permaneceu ao lado do seu rosto. Como costumava acontecer frequentemente, o vento resolveu fazer-lhe companhia em sonho também. Um fio delgado e leve introduziu-se sorrateiramente em seus pensamentos oníricos, fazendo-a voar na dimensão do instinto mágico. A potência da alquimia corria em seu sangue de Imperfeita.
O sonho foi como uma longa viagem entre recordações e desejos: imagens de páginas e livros, de palavras e símbolos sagrados, a figura austera de Eremia sobrepunha-se à de sua mãe. Depois, ainda, chamas e trovoadas fenderam aposentos imaginários, percorridos sem parar.
Repentinamente, uma porta triangular apareceu, a do depósito. Da escuridão emergiu uma figura majestosa; Morga estava sonhando, porém era como se estivesse vivenciado isso realmente. Ao chegar bem perto, ela descobriu que aquele homem não tinha rosto.Fim da Décima Terceira Parte.
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Morga - A Maga do Vento
FantasyAno 500. Planeta Emiós. Morga tem 12 anos, cabelos curtos - negros como piche -, o rosto salteado com sardas roxas sobre a pele branca e olhos azuis. Ela vive em uma casa escondida na floresta com Eremia - a Bramante Branca dos poderosos achar, gove...