10. A Voz do Fogo - Primeira Parte.

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Áurea Nyos
Estação Invéria – 9º dia do ano 500
Temperatura: 42 graus abaixo de zero
Lua azul-cinzenta e lua vermelha diurnas

Quando o portão da Megorá voltou a fechar-se, as luzes das lanternas alquímicas diminuíram e as bandejas desapareceram, juntamente com os cálices em forma de ampolas. Nenhum ruído ecoava mais no grande auditorium, e Morga foi invadida pela angústia de se sentir sozinha diante do poderoso Fhar. Acariciou o Obolho, pronta para usar qualquer tipo de magia.

Okrad olhou ao redor e fez sinal às Sentinelas para retirar os brocados negros das poltronas enlutadas e ficar de guarda do lado de fora do portão.

— Avisem-me assim que as Vádrias e a Espilonga aterrissarem.

As criaturas obedeceram, como sempre. Recolheram os brocados e atravessaram a parede, saindo na friagem.

Okrad aproximou-se do afresco e, abaixando-se, inseriu as mãos entre as grades procurando o botão que dava acesso a seu Kimiyerante secreto.

— Aquele vento repentino foi um sinal da profecia. A morte, o vírus, o medo. Não, Emiós não pode ficar à mercê de uma Daki Imperfeita!

O Grão-Medônio sentia energias estranhas se moverem no ar ao passo que o desafio do destino o arrastava em direção a um futuro desconhecido.

Fim da Primeira Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora