6. O Mapa e as Poças de Esmerilha - Sétima Parte.

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— Mas o que há de estranho? Eu só quero este livro. Tenho as pedras e não desejo me desfazer do anel, nem desta esfera de cobre — afirmou, empunhando o Gual.

A porta da loja escancarou-se de repente e uma onda de neve entrou, espalhando-se sobre o piso. Horp precipitou-se para fechá-la e olhou para Morga, que fitava fixamente Lumira. Pliope estremeceu e, observando o Gual que pendia no peito da garotinha, retrocedeu como se uma antiga força lhe impusesse respeito por aquela Daki de sardas roxas.

— Está bem, Morga, aceito um pequeno brilhante em troca do livro e de mais alguns desses papéis — concordou a Ancilante magérrima, voltando para trás do balcão.

Lumira, entretanto, não queria deixar por menos e agarrou o Gual provocadoramente.

Morga empurrou-a.

— Nunca mais se atreva a encostar no meu pingente ou vai se arrepender amargamente.

Reful deu um passo adiante para defender a amiga, e Yhari segurou-o pelo braço.

— Fique calmo. Deixe estar.

O vento voltou, introduziu-se pelas frestas na vitrine da loja e despenteou Lumira e Pliope. Morga trincou os dentes com uma careta de raiva, pois teria gostado de invocar uma de suas magias, mas sabia que seria um erro grave. Se a antipática Daki tivesse puxado a ponta de prata, o Obolho teria aparecido e o segredo de Morga teria sido revelado em um segundo. A jovem maga reparou que uma leve lufada de vapor emanava do pequeno dirigível invisível e rezou com todas as suas forças para que os dois garotinhos prepotentes fossem embora o mais rápido possível.

E assim aconteceu.

Reful pegou Lumira pela mão e a arrastou para fora da loja.

— Vamos embora, esta companhia não me agrada nem um pouco. De qualquer maneira, hoje à noite vamos nos divertir nas Poças de Esmerilha.

Lumira passou os dedos sobre o broche em forma de espiral e, erguendo a cabeça, seguiu o amigo.

Fim da Sétima Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora