8. Heimfra e o Código Sagrado - Sétima Parte.

0 0 0
                                    

— E agora, o que faremos? — começou Yhari, apertando a bolsa de viagem de Morga.

Eremia apoiou-se na Cuba Biomágica e não respondeu. Em vez disso, foi atraída pela imobilidade de Telkia.

— Ela estava com 551 anos. Lembro-me do dia em que Okrad a nomeou responsável pela Colônia Briosa; muitas crianças já haviam nascido e ela queria cuidar delas. Foi um dia importante para Serunte também. O Centro Cripto funcionava muito bem, embora a estrutura ainda não estivesse concluída. Passaram quinhentos anos desde quando nós abandonamos a Terra, mas a minha mente não esqueceu nada.

Drima, Horp e Yhari ouviam com atenção; jamais alguém contara o início da vida em Emiós.

— Terra... — sussurrou Drima, mexendo ligeiramente os lábios roxos.

— Sim, Terra. O planeta da nossa existência humana — respondeu a anciã Fhar.

Morga aproximou-se de Eremia e olhou o cadáver de Telkia, sentindo-se perdida.

— Não tenha medo nem sinta piedade. O destino dela sela o nosso. A profecia é o caminho que engendrará o fim deste mundo. Você deve ser forte. Você é a Imperfeita, e não pode parar o que já começou. — A Bramante Branca percebia que a energia da jovem maga vacilava.

— Eu sei. Mas a morte assusta mesmo. E saber que sou eu que vou provocá-la com a minha missão me causa mal-estar — retrucou, tapando os olhos.

— Você é humana. É por isso que sente emoções contraditórias. A beleza da sua natureza é justamente essa. Eu também, seu pai e todos os Fhar éramos humanos. Mas nossa avidez de poder e a loucura causada pelo uso irresponsável das artes mágicas produziram somente infelicidade para todos. As coisas devem mudar — respondeu Eremia, acariciando os cabelos lisos da garotinha com suas mãos rugosas.

— É verdade que todos nós fomos programados para morrermos aos 50 anos de idade? — Yhari queria que ela confirmasse.

Fim da Sétima Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora