5. O Engano e a Verdade - Nona Parte.

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Morga olhou para a Gestal, que ficara de costas: ela devia conhecer a verdade sobre a existência da Terra; seguramente, já havia conversado com Animea a esse respeito.

— Sasima, eu não posso realmente dizer isso... certo?

A mulher virou-se e sacudiu a cabeça.

— Não. É cedo demais.

Gardênio e os três garotos fecharam a cara.

— Segredos mágicos? Há zonas de Emiós que não conhecemos? — inquiriu Horp.

Morga não acrescentou nada, recolocou o Flatus no Obolho e fechou a portinhola.

— Liberdade, que palavra importante. Nunca parei para pensar se sou realmente livre. — Yhari experimentou uma sensação de vazio no estômago.

— A liberdade existe, porém não em Emiós. — Com essas palavras ardentes como flechas de fogo, Morga atingiu as mentes e os corações dos presentes.

— Você diz coisas estranhas e diferentes dos Fhar. — Horp estava cada vez mais cuidadoso.

— Com efeito, você fala de argumentos muito sérios, e nós não estamos acostumados. Enfim, você não se parece com nenhum de nós. Não é careca e não tem olhos cor-de-rosa como eu e, portanto, não vai ser Ancilante. Mas você tampouco vai ser Gestal ou U'ndária... você é uma Daki única — emendou Drima mordiscando os finos lábios roxos.

— Sou a Imperfeita — admitiu Morga, olhando para todos nos olhos.

As energias que deles emanavam eram positivas e, portanto, ela decidiu confiar neles como lhe sugerira o seu pai.

— A Imperfeita da profecia? Mas então... não é uma lenda! — Yhari sentiu seu coração pular na garganta.

— Não sou um monstro! — rebateu a jovem maga, resoluta.

— Se vocês disserem uma única palavra sobre isto aos outros garotinhos da Colônia, ou se vocês resolverem dá uma de espiões e contar o que ouvirem, eu juro que irão se arrepender amargamente — ameaçou Sasima, apontando o indicador para os três garotos.

Fim da Nona Parte.

Morga - A Maga do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora