15° Capitulo

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Nos sentamos e a Camilla levou as crianças, eu e Roberta ficamos num bar de frente a praça da Vila cruzeiro, tomando um litrão no Colt.
Roberta: E aí, como anda a vida nega?
Mônica: Está tudo bem! Graças a Deus, e vocês, como estão lá?
Roberta: Ah cara, na mesma. -conta fazendo cara triste- É aquilo que tu já sabe né, conhece bem minha caminhada, mas está tudo tranquilo.
Mônica: É foda! Mas já tivemos fase muito pior, né não?! Agora estamos bem pra caralho! O que vier é consequência.
Dei uma golada na cerveja, geladinha aquela de guerreiro. Brahma me quebra! Só não pode dar ruim.
Desce- desce Brahminha...
Bebemos à beça, até meu marido começar a ligar...

Início de ligação
Mônica: Oi amor. -atendo tentando parecer menos bêbada possível.
Romeu: Tá bebendo já né filha dá puta?!!! Se liga, vou brotar aí daqui a pouco, tô na tua cola.
Mônica: Nem tô bêbada amor! Comecei a beber agora. -Digo fazendo a sonsa; ele rir, rio juntinho.
Romeu: Desgraçada! Suave, fica na moral hem. -Disse como se um aviso- Beijo.
Mônica: Beijos.
Fim de ligação

Ai ai ai, esse marido é terrível! Todo bipolar.

Mônica: Boatos que o bonde vai brotar, ficar vigiando a gente. -comento com a Roberta.
Roberta: Uó, corta a onda na hora.
Não demorou muito chegou Day e a Paulinha, dei dois pulos quando as encontrei.
Mônica: Ai... Drogaaaa!!! -Digo ao vê-las, abraço-nas ao mesmo tempo- Que saudade!!!!!!!!!!!!
Day: Caralho amiga, tu? Pensei que só tínhamos contato via internet. -brincou; caí na risada.
Mônica: Mó saudade de vocês cara, geral reunida, vocês são foda mesmo, Abandona! E aí Paulinha, cretina!
Ana Paula: Já está bêbada né?!! Nossa senhora! -repreendeu a amiga.
Nos sentamos, todas juntas. O papo ia além, altas conversas, altas mídia para se relembrar, muito bom!!!

Eram quase 22h quando Camilla voltou com a Carol, daquele jeitinho, ela falou com o pessoal porque minha filha é simpática e popular, é todinha igual ao pai, eu falo.
Mônica: Que foi filha? -pergunto passando a mão em sua testa, suada que só.
Eu estava pra lá de embrasada.
Carol: Tô com sono, mãe. -reclama, e realmente ela estava cansada.
Mônica: Vou te levar, bora.
Me levantei na hora, avisei as meninas que iria em casa, mas voltaria para terminar a noite, o pagofunk já estava armado para começar.

Fui até meu carro, ouvi um "psiu", olhei num ponto escuro e avistei meu marido ali me chamando, estava descendo o bonde todo praticamente.
Romeu: Vai pra casa, já? Só porque eu cheguei, qual foi?
Me encostei num carro para eu não cair, bêbada!!!
Mônica: Carol esá com sono, vou levar ela lá.
Romeu: Tá e tira essa roupa pelo amor de Deus! Bagulho feio!
Eu estava um pouco desarrumada mesmo.
(...)

Voltei e tinha muito mais gente, voltei para o meu lugar na mesa das meninas e tornei a beber. Meu marido estava próximo, mas  fora do bar, bebendo com vários em volta dele, maior atividade. De relance avitei a mãe do meu enteado último, ela me odeia de todas as formas e aonde a gente se esbarra é um porradeiro só onde só bala resolve ou os grito do Romeu; como se eu que fosse a piranha da história, que sentou no marido dela e engravidou.
Ela parou de frente ao bar e me encarou batendo os pés, parecia uma galinha se batendo, eu até desviei o olhar para não ter problemas, hoje eu tô em paz!

Ela é louca, louca pelo marido dos outros, já num basta tu ter um laço eterno não, quer mais? Quer o que é dos outros e ainda se faz de vítima. Ai ai, é muita raça de abuso esse povo dessa Penha. 
Meu celular vibrou e era sms do todo poderoso.

💌Amor
"Fica na sua, já tô ligado. Deixa que eu resolvo!"

Nem respondi, eu não quero brigar hoje, só quero me divertir que de brigas, as de casa já me bastam.

Já ficou sem graça nossas brigas, não tem nem mais motivo e é sempre pelo mesmo, ela não cansa e nem toma vergonha nessa puta dessa cara, mulher velha dessa, fica se rebaixando.
Eu ganhei a luta sem nem mesmo entrar na disputa! Ela vai ter que se conformar com isso, de uma maneira ou outra.

Voltei a me concentrar na minha bebida, estávamos todas rindo, conversando e comendo vários petiscos, bem normal para uma sexta feira à noite. É raro eu fazer algo a noite aqui no morro, mas quando faço gosto que seja bom, eu não tenho nada contra a favela não sabe, mas é que eu não sou obrigada a ver certas coisas, aturar certos abusos, ainda mais eu estourada do jeito que sou, me estresso fácil e me sujo, se todas as vezes que eu for pra algum lugar brigar com essas escrotas, me suja e me deixa sem moral nenhuma.

Resolvemos nos levantar e ficar numa calçada do outro lado da rua, mais próximo ao pagofunk, eu resolvi trocar à bebida pela água, já estava mais do que na hora.
Roberta: Cara, eu vou embora, já está na hora e as crianças estão aqui ainda. -
Mônica: Puxa! Tá bom, vamos marcar algo hein, vai com Deus.

Por volta das 3h da manhã, meu corpo já estava cansado eu resolvi ir embora também. Dei um beijo nas meninas e fui buscar meu carro, assim que fiquei de frente ao carro, notei logo diferença... EU NÃO ACREDITO, o coração chega quis sair pela boca.
Liguei para o Romeu na hora, furiosa.

Início de ligação
Mônica: EU TE ODEIOOOO! TUDO ISSO É CULPA SUA, TE ODEIO!!! MEU CARRO AGORA ESTÁ TODO RISCADO. -eu berrava.
Romeu: Para de gritar e fala na moral pô, aonde você está? -dizia todo calminho.
Mônica: NÃO VOU PARAR DE GRITAR NÃO PORQUE VOCÊ É O CULPADO, MERDA!!! AVISA À ESSA DESGRAÇADA QUE OS DIAS DELA ESTÃO CONTADO!!! VOU MATA-LA DE PORRADA.
Fim de ligação

Cara eu estava tão bem, essa infeliz vem e faz isso? Ela rabiscou meu para-choque escrevendo o nome dela +Romeu e vários corações... Putaaa, desgraçada, malditaaa...
É Patrícia, você que me aguarde!

Nem abri o carro, só deixei a chave em cima do parachoque e saí andando, voltando para onde eu estava.

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora