33°Capítulo

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Quando o vejo assim dormindo, completamente desarmado, tão inocente  nem parece ser o homem que é na luz do dia, nas madrugadas antigas... Seria um sonho realizado se isso tudo isso fosse só um pesadelo, queria ter uma vida normal, que meu marido tivesse uma vida normal, com nossa família feliz como todas as outras, quem me dera!

Eu chorava tão alto pelo o que eu sentia, que ele acordou.
Romeu: Que foi cara? Está fazendo o que aqui uma hora dessa? -perguntou confuso ao me ver.
Mônica: Eu não sei viver sem você! -confesso- infelizmente você é o meu carma, você é a minha vida, amor!! Sai dessa vida, isso já deu!!! Eu não aguento mais ver você nessa, eu tô sofrendo demais... Não aguento mais!
Aos prantos, ele me abraçou.
Romeu: Calma filha, calma...
Ele me conduziu até a cama e me sentou.
Mônica: Sabe porque eu estou aqui? Porque apesar de tudo eu te amo e tenho medo de te perder; minha mãe me falou umas verdades e eu caí na real... Você vacila, você me bate, me esculacha, você me trai, mas você também me ama, cuida de mim, é mais que a minha obrigação vir te acudir num momento como esse e eu não vou te abandonar nessa fase.
Me apertei no seu abraço e só sabia chorar, chorar e chorar.
Romeu: Eu sabia que você não iria me abandonar, nos amamos demais Mônica, para tudo que o vivemos acabar assim... Eu erro pra caralho com e sem razão, mas eu vou melhorar mô, você se sacrifica muito por mim... E u juro que dessa vez a gente nunca mais vai se separar.
Ele estava tão sereno mediante aquela situação.
Eu espero né Romeu, porque a última será a última mesmo e sem voltar atrás, o papa pode falar mas eu não vou ter pena e nem vontade de voltar. — o respondo em pensamento.
Já não tinha mais o que dizer, agora eu só quero provas, já tô cansada de fazer enquanto ele só caga tudo.

Ficou um silêncio no nosso quarto, senti falta da nossa filha barulhando. Com tudo isso nem ela aguenta ficar tanto tempo fora de casa, até à nossa menina, que não tem culpa de nada, estava sobrecarregada dos nossos problemas, que dó!
Acabou isso!
Que a paz volte a reinar no meu lar e que minha família se una de uma vez por todas.

Dia Seguinte...

Um soninho tão gostoso, tão maravilhoso, cheio de coisas boas, mas foi interrompido. Ser acordada para mim tem que ter algum motivo muito plausível, que senão viro bicho.
Mônica: Romeu...deixa eu dormir, eu tô cansada... -murmuro com os olhos fechados.
Romeu: Olha aqui rapidinho filha, olha aí pô na moral...
Sua voz me conduzia a olhar, resolvi ver o que era que ele tanto enchia o saco, café da manhã na cama...aí eu despertei rapidinho e já fui me sentando mesmo morrendo de sono.
Mônica: Quando você quer ser romântico você consegue né, mas eu já te conheço, seu filho da mãe!
Romeu: Que isso Mônica, é assim? Caralho, que mudança. -Dizia incrédulo, como se eu tivesse falado algo grave.
Mônica: Não amor, eu amei! Mas esse seus truque eu conheço bem né.
Ele sabe, não vou dar mole e dessa vez, tô pra pior!!!

Comi algumas coisas e o restante guardei, fiquei deitada com ele por um bom tempo ainda, pensando na vida.
Mônica: Ver você na televisão me doeu tanto... -comento ao lembrar.
Romeu: Tá foda, tô aguentando mais isso não! Tô pensando em sumir um pouco. -Dizia bem pensativo olhando para o nada.
Mônica: Já era para ter feito isso, fica dando mole aqui na favela... Está tendo operação hoje não?
Romeu: Teve umas, mas foram sigilosa, só querem minha cabeça mesmo, tu tem noção do que é isso? Fora isso, a favela estava calma, no amor, só lazer, até aparecer essa porra de reportagem e me sujar, sujar a favela, tira a paz de morador... Tá foda!
Mônica: Dessa vez foi d+++, todo cuidado é pouco! Se cuida! Eu tô com muito medo. -Digo o abraçando bem forte- Medo de você abandonar sua família... Eu não vou suportar, não vai ter como... Eu não vou saber manobrar a vida... -confesso angustiada com essa situação que me perturba diariamente.

Quando por fim, levantei, arrumei meu quarto que estava bem sujinho e desci para ver qual vai ser do almoço. Falei com a moça que cuida da minha casa com tanto carinho, como se fosse dela. Deixei tudo no novo esquema, conversei um pouco enquanto faziam o almoço, o Romeu já tinha ido para a rua, mas prometeu voltar para almoçarmos juntos.

No almoço foi ótimo, só eu e ele como antigamente, sem filho, só nós dois. Mas confesso que minha bebê fez falta na mesa com a gente, falando nela já deu a hora de busca-la na escola. A Camilla iria comigo, me encontrei com ela próximo à escola.
Camilla: Mãezona! Estava morrendo de saudades da senhora. -Disse ao me ver; me dando um abraço tão gostoso e sincero.
Mônica: Eu também filha, muita -retruco dando um beijo em sua testa- Agora eu voltei, de vez.
Camilla: Graças a Deus! Como que está a vida?
Fomos o caminho conversando, rindo horrores dela cantando das vergonha do pai na minha ausência, que perturbava ela para saber de mim.

Carol quando me viu junto com a irmã dela ficou toda contente, mas abraçou primeiro Camilla, me sentindo excluída mais uma vez... Obrigada você, Carol!

Fomos em direção lá de casa, olhar pesado desse povo do morro me aborrecia, mas eu os ignorava, melhor coisa!
Carol: Voltamos para casa, mãe? -Concordei com a cabeça- Que maravilha!!! -Disse, toda vibrante- Tô com saudade da minha piscina, do meu quarto, do meu papaizinho...
Mônica: Nunca mais vamos sair de casa, tá bom filha?
A felicidade dela era contagiante, ela estava toda ansiosa para chegar e ver o papai dela, não deu outra assim que o encontrou pulou em cima dele, dando muitos abraços e beijos.

REALIDADE NA PENHA. 💒💖 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora